O sinal soa, ecoando pelos corredores da escola, anunciando o fim de mais um dia de descobertas. Cleomar, com movimentos lentos, recolhe seus livros e guarda-os na bolsa. Ele levanta o olhar e encontra Davi, cujos olhos brilham com uma luz que só a verdadeira amizade pode acender.
"Faltou uma coisa," Cleomar diz, uma travessura dançando em sua voz.
Davi arqueia uma sobrancelha, curioso. "O que?" ele pergunta.
Cleomar sorri, seu coração batendo em um ritmo de cumplicidade e afeto. "Que eu gosto muito de você, cara."
O sorriso de Davi se alarga, e uma onda de calor invade seu rosto, tingindo-o de um vermelho vivo. Ele ri, um som que preenche a sala e aquece o coração de Cleomar. Juntos, eles caminham para fora da sala...
Cleomar estava em seu quarto, a luz da lua filtrando pelas cortinas e lançando sombras dançantes pelas paredes. Seus pensamentos estavam em turbilhão, todos centrados em uma única pessoa: Davi. Ele pegou o celular, seus dedos tremendo levemente enquanto desbloqueava a tela. As mensagens anteriores de Davi sorriam para ele, cheias de piadas internas e momentos compartilhados que só eles entendiam.
Ele começou a digitar, apagou, digitou novamente. "Ei, Davi," ele começou, "há algo que preciso te dizer." Cleomar pausou, o peso de suas palavras seguintes como uma âncora em seu peito. "Eu gosto de você, mais do que como um amigo." Ele leu a mensagem várias vezes, seu coração batendo como um tambor em seus ouvidos.
Mas o medo de perder a amizade que tanto valorizava o fez hesitar. E se Davi não sentisse o mesmo? E se isso estragasse tudo? Ele suspirou, passando uma mão pelo cabelo. "Talvez eu devesse esperar," ele murmurou para si mesmo, mas no fundo, ele sabia que tinha que ser honesto, com Davi e consigo mesmo.
Com um misto de coragem e temor, Cleomar pressionou 'enviar'. Agora, tudo o que podia fazer era esperar.
A mensagem de Cleomar chegou ao celular de Davi, que vibrava silenciosamente na bancada do banheiro enquanto a água do chuveiro caía. Enquanto isso, a mãe de Davi, dona Helena, estava arrumando o quarto do filho. Ao passar pelo banheiro, ela ouviu o som da notificação e, movida pela curiosidade, pegou o aparelho.
Ao ler a mensagem, seu rosto passou por uma série de emoções - surpresa, irritação e, finalmente, determinação. Ela digitou rapidamente uma resposta: "Aqui é a mãe do Davi. Fique longe do meu filho e não fale mais com ele. Não quero que ele ande com pessoas como você."
Cleomar, que esperava ansiosamente por uma resposta, sentiu seu coração afundar ao ver a mensagem. Ele estava preparado para um 'sim' ou até mesmo um 'não', mas não para isso. Com as mãos trêmulas, ele digitou uma única palavra: "Entendido." E, com um clique, a mãe de Davi apagou a conversa, decidida a proteger seu filho de um coração partido, sem que Davi soubesse da confissão de Cleomar.
Nos dias que se seguiram, a atmosfera entre Cleomar e Davi estava tensa e carregada de perguntas não respondidas. Davi, confuso com a mudança repentina no comportamento de Cleomar, tentava incessantemente reatar a conexão que parecia ter se perdido sem motivo aparente.
Davi sentia a ausência de Cleomar como um vazio. "Cleo," ele chamava,
correndo para alcançá-lo nos corredores, mas Cleomar apenas acelerava o passo, uma muralha de silêncio erguida entre eles.
"O que aconteceu?" Davi perguntava aos amigos em comum, mas ninguém parecia ter uma resposta. "Ele simplesmente parou de falar comigo," Davi explicava, a frustração evidente em sua voz.
Os dias se transformaram em semanas, e a tristeza de Davi se aprofundava. Ele observava Cleomar passar pelos corredores, sempre evitando seu olhar, sempre distante. Era como se Cleomar tivesse se tornado um fantasma na vida de Davi, um lembrete constante do que eles tinham e que agora parecia irremediavelmente perdido.
Davi tentava se distrair com os estudos, com os amigos, mas a ausência de Cleomar era uma sombra que o seguia. "Por que ele não fala comigo?" Davi se perguntava repetidamente, mas as respostas nunca vinham.
Certa noite, sozinho em seu quarto, Davi finalmente permitiu que as lágrimas caíssem. Ele sentia falta do amigo, da risada fácil de Cleomar, das conversas que se estendiam pela noite. "O que eu fiz de errado?" ele sussurrava para o silêncio, esperando por uma resposta que nunca chegava
Cleomar, por outro lado, lutava com a própria consciência. Ele queria desesperadamente explicar, dizer a Davi que não era nada que ele tivesse feito, mas o medo de expor seu coração e a rejeição que poderia seguir o mantinham mudo.
E assim, os dias se arrastavam, cada um marcado pela distância crescente entre dois amigos que já foram inseparáveis.
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Quando o Primeiro Amor Encontra a Última Lágrima: Entre Sorrisos e Soluço
RomanceO livro narra a história de Davi e Cleomar, dois jovens que descobrem o amor verdadeiro um no outro. Em um momento de entrega total, eles se permitem viver intensamente esse sentimento. No entanto, o relacionamento dos dois começa a ser alvo de fala...