Rei

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Quando a garota mais bonita do colégio aceitou ser o par de Yeonjun no baile, ele pensou que havia vencido na vida.

Ele nunca havia se preocupado tanto com sua aparência quanto naquela noite. Seus cabelos pretos estavam retocados e arrumados, deixando um pouco de sua testa amostra. Usava um terno preto que havia acabado de comprar – já que o que tinha antes estava desgastado e velho após vários usos – e havia um pouco de base em seu rosto, para segundo ele, "tampar as imperfeições".

O Choi se encontra agora encostado na pilastra ao lado do portão da quadra, onde lá dentro acontecia o baile. Ele segurava o pequeno buquê de flores cor-de-rosa, nele amarrado uma pulseira vermelha que o garoto comprou para seu par.

Ele girava o buquê nas mãos, sentindo elas suarem, tentando aliviar sua ansiedade enquanto olhava de um lado para o outro, procurando pela garota. O horário do início das danças em pares estava se aproximando, e ainda não havia nenhum sinal dela.

O pequeno sorriso que Yeonjun tinha nos lábios aumentou quando viu a garota de cabelos longos e loiros caminhar em sua direção, usando um vestido prateado de mangas finas que ia até o chão. Logo o sorriso dele desapareceu, quando percebeu que havia um outro garoto caminhando ao lado dela, as mãos de ambos entrelaçadas uma na outra. Pelo o que parecia, o garoto contava coisas divertidas para ela, já que a mesma não conseguia parar de rir.

Parecia que ela havia esquecido da existência de Yeonjun, este que a esperava há bastante tempo.

Ao chegarem ao portão, ela olhou para Yeonjun por o que pareceu ser menos de três segundos e rapidamente adentrou à quadra, acompanhada do garoto ao seu lado.

Yeonjun não entendeu.
Por que ela aceitou ir ao baile com ele, para o dia chegar e ignorá-lo?
Ele não sentiu raiva, mas ficou chateado. Todo o seu ânimo para participar da comemoração havia desaparecido, teve vontade de dar meia-volta e ir para o conforto de sua casa, pensar no que havia feito de errado enquanto se aconchegava nos cobertores de sua cama.

Começou a descer as escadas para realmente ir embora, mas então uma professora lhe viu e o chamou para adentrar, já que as refeições estavam sendo servidas. Ele entrou apenas por educação.

O Choi estava alí há pouco mais de duas horas, escorado na parede ao lado da mesa de petiscos, afastado. Devido à decepção, não havia conseguido comer nada. Até a taça de vinho que um garçom lhe entregou, ele abandonou após dois goles.

Não estava se sentindo bem naquele ambiente, por conta do que havia acontecido e pela aglomeração de estudantes – ele nunca foi fã de ficar em lugares cheios.

Ele usava seu olhar para procurar Beomgyu pelo local, mas não achava o amigo, mesmo tendo a certeza de que ele também estaria presente na comemoração. Também mandou mensagens, perguntando por seu paradeiro, mas nenhuma delas havia sido pelo menos entregue.

Yeonjun ainda girava o buquê em suas mãos, dessa vez sem alegria alguma. Ele observou a pulseira vermelha, a tocando com a ponta do dedo, então riu de sua própria ingenuidade, fechando os olhos em seguida para parar uma dor de cabeça que ameaçava surgir.

À fim de evitar que a dor aumentasse, ele decidiu ir para fora da quadra, dando passos pelo grande corredor que levava até o pátio. Caminhava de cabeça baixa, até sem querer se esbarrar com alguém.

— Ah, me descul-

Ele parou de falar quando percebeu com quem havia se esbarrado.

— Você veio....

— Por quê eu não viria? — O Choi respondeu a loira em sua frente, cruzando os braços. — Você era o meu par.

— Sério que acreditou mesmo nisso? — A garota abriu um pequeno sorriso pelo canto da boca. — Eu aceitei na brincadeira, não pensei que fosse realmente acreditar.

Baile | 𝙮eon𝙜yu.Onde histórias criam vida. Descubra agora