Harry era bem sucedido, tinha um bom emprego, mas nenhum bom amigo. Sua família o negligenciou ao descobrir sua orientação sexual, mas nosso querido Harry não se importa, ele levanta sua bandeira colorida e vai a luta, contra tudo. Ele está sempre pronto.
A não ser por um diagnóstico de insuficiência renal.
Harry chorou sozinho quando descobriu o resultado, seu maior medo, era morrer e agora, isto era uma possibilidade real.
- Harry, tenho fé que você vai ficar bem. Com algumas diálises, tudo pode ficar bem.
E sem dúvidas, Harry concordou cegamente com seu médico, mesmo que não tivesse a menor ideia do que era Diálise. Quando chegou em casa, a primeira coisa que fez, foi ir ao Google, sanar suas dúvidas e basicamente, descobriu que iriam filtrar seu sangue.
Harry estava apreensivo, seu pai não ligou em nenhum de seus aniversários, também não ligou no natal ou páscoa, e para sermos honestos, nem sua mãe e irmã ligaram depois que ele foi embora.
Ele simplesmente não tinha família, sua família quebrou seu galho da árvore genealógica. E tudo bem, Harry está conformado.
Styles era um homem orgulhoso, ele nunca iria admitir que precisava de conforto, embora, quando entrou na sala e viu várias pessoas, praticamente desmaiando por ter que retirar sangue e logo receber, tudo que mais queria era o colo de sua mãe.
- Senhor, Styles. O procedimento vai durar umas 3 horas, pode se sentar aqui.
A enfermeira dizia calma, acostumada com aquele tipo de situação, levou Harry até uma cadeira confortável, o homem se sentou, ainda muito tenso.
- Tente ficar tranquilo, depois de algumas seções você vai se acostumar.
A enfermeira sorriu, fazendo Harry concordar com os olhos marejados, tudo era tão silêncio, parecia um pesadelo ou paralisia do sono, Harry não se mexia, seus olhos focavam o teto branco, sem nenhuma esperança, apenas torcendo para aquilo ser rápido.
- Louis!!! Essa cadeira é do Theodor!!!
Harry acordou daquele pesadelo real, olhando para o corredor, onde uma voz feminina estressada falava.
- Ele me emprestou, Eleanor! Eu juro!
O tal Louis tentou se defender, mas ainda assim sem muito sucesso, visto que a enfermeira passou levando a cadeira consigo.
Logo o visão de Harry focou em um menino, ele tinha um fio em volta do nariz, pendurado por sua orelha e em sua mão, um botijão de oxigênio.
Os braços do menino estavam caídos e sua expressão de descontentamento era visível para Harry, mesmo que estivessem a uma boa distância.
O menino virou o rosto, olhando para cima e lendo a plaquinha de identificação da sala, Harry se surpreendeu ao vê-lo entrar e ir em sua direção.
Harry abaixou o rosto, tentando ignorar a presença do garoto, que ao contrário do que pensou, foi até uma cadeira com rodinhas, tomando distância e deslizando até Harry, como se fosse uma brincadeira.
- Olá.
Harry olhou para cima, vendo o menino em sua frente, olhando para ele com um sorriso.
- Oi.
O homem murmurou, não sabendo como se expressar, estava em uma situação extremamente complicado e não sabia se era bom conversar com uma "criança" naquele momento.
- Eu tinha um amigo que fazia diálise...
Louis puxou conversa, enquanto girava na cadeira.
- Tinha?
Harry arregalou os olhos, obviamente constatando que o tal amigo estava morto.
- Tenho, na verdade. Ele é bem legal, as vezes ele vem aqui pra dar apoio moral. É um programa do hospital, então se prepare pra receber muito conselhos de como lidar com isso.
Louis dizia em um tom bem humorado, deixando entre linhas como aquilo podia não ajudar em nada.
- Eu me chamo Louis, provavelmente você vai ouvir falar de mim por aqui, eu sou como uma estrela nesse lugar.
Louis levantou uma perna, apoiando o braço em seu joelho e falando de forma um pouco sedutora...bom, Giulia, sua amiga de 70 anos achava encantador.
- Eu acho que ouvi uma enfermeira falar sobre o galã desse hospital.
Harry entrou na brincadeira, dando um sorriso para Louis, o garoto parecia lidar bem com o fato de estar doente, gostaria de ter um pouco daquele entusiasmo em um hospital.
- Ah, você sabe, as mulheres ficam loucas pelo meu botijão de oxigênio, e o meu tubo de respirar? Elas realmente se encantam.
Louis conseguiu fazer Harry rir, era um ponto positivo se ser tão extrovertido.
- Meu nome é Harry.
Louis concordou, vendo o sangue de Harry ir para a máquina de "filtragem" e voltar.
- É sua primeira sessão, não é?
Louis perguntou, vendo o homem piscar os olhos de forma lenta, ficando cada vez mais fraco.
Harry concordou com a cabeça, afundando um pouco mais na cadeira.- Ninguém veio com você?
- Estou sozinho.
Louis pareceu pensar sobre o assunto.
- Não está, vou te fazer companhia. Você gosta de donuts?
Harry deu um grande sorriso, vendo que Louis não estava lhe forçando a falar sobre sua doença, ele parecia simplesmente querendo fazer amizade.
- Prefiro brownie.
- Eu sou especialista em fazer brownie, ficam deliciosos...
Louis sorriu convencido.
- ....na verdade, nem sempre, as vezes minha irmã joga no lixo e compra outro na padaria, mas ainda assim, eu sou ótimo na cozinha.
Harry gargalhou, vendo os outros pacientes sorrirem, era raro alguém rir naquele lugar.
- Esse homem está te incomodando, senhor Styles?
A Enfermeira Britany entrou na sala, para conferir a máquina, sorrindo com a interação, Louis sempre entrava nos lugares e para encontrá-lo, era só ouvir alguma risada.
- Não seja ciumenta, Britany, eu sou um homem livre para ir e vir.
Louis empinou seu nariz, fazendo a enfermeira rir e bagunçar seu cabelos, o garoto lhe deu um sorriso.
- Louis é uma boa companhia.
Harry sorriu com ternura, fazendo Louis fazer um "Há há" para Britany.
- Se ele te encher a paciência, pode me chamar, eu sei o ponto fraco dele.
Britany piscou para Harry, de forma amigavel.
- Injeção na bunda é o ponto fraco de todo mundo!
Louis reclamou, fazendo alguns pacientes que ouviram rir.
- Mais umas duas horas e você está liberado.
Britany disse, dando tchauzinho para Louis e saindo da sala.
- Você parece cansado...
Louis murmurou, vendo Harry fechar os olhos.
- Você não vai ir embora agora, não é?
Harry dizia com certa esperança, o jeitinho de Louis aliava aquela pressão que sentia no momento.
- Não se preocupe, vou ficar do seu lado, não tenho nenhum compromisso.
Louis pegou a mão de Harry por um instante, apenas para passar segurança, mas o homem segurou, apertando os olhos e suspirando, pela primeira vez se sentindo um pouco melhor.
Louis apertou sua mão, fazendo Harry sorrir.
Pela primeira vez em anos, Harry permitiu ser confortado, ele não se sentiu sozinho.
Louis estaria ali por ele
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I'll be there for you
FanfictionI'll be there for you Like I've been there before I'll be there for you Cause you're there for me too...