Capítulo 1: O Despertar do Guardião
A escuridão envolvia Caelan como um manto, pesada e opressiva. Seu coração batia em um ritmo frenético, ecoando o pavor que o consumia. Ele estava deitado sobre um leito rústico, a palha abaixo dele farfalhando a cada movimento inquieto. A cabana era pequena, as paredes de madeira exalando o aroma de resina e tempo. Uma única vela ardia sobre a mesa, sua chama vacilante projetando sombras que dançavam como espíritos inquietos nas paredes.
O ser estranho estava sentado do outro lado da mesa, imóvel como uma estátua. Sua presença era ao mesmo tempo tranquilizadora e aterrorizante, um paradoxo que Caelan não conseguia compreender. O capuz ocultava seu rosto, mas seus olhos brilhavam com uma luz que não era deste mundo.
“Você está pronto para ouvir o que deve ser feito?” A voz do ser era suave, mas carregava o peso de milênios.
Caelan engoliu em seco, forçando-se a sentar. “Estou,” ele respondeu, embora sua voz traísse a incerteza que sentia.
“Para salvar Líria, você deve viajar para um tempo antes de sua batalha, antes de seu sacrifício. Mas saiba que a linha do tempo é um tecido delicado; cada fio puxado pode desfazer a tapeçaria inteira.”
Caelan acenou com a cabeça, a gravidade da tarefa diante dele o fazendo sentir-se pequeno e frágil. “E se eu falhar?”
“Então tudo estará perdido,” disse o ser, e por um momento, Caelan pensou ter visto uma faísca de emoção passar por aqueles olhos etéreos. “Mas você foi escolhido por uma razão, Caelan. Sua conexão com Líria, seu amor por ela, isso pode ser a chave para tudo.”
A conversa prosseguiu, o ser estranho delineando o caminho que Caelan deveria seguir, falando de portais, de momentos de poder, de alinhamentos celestiais que permitiriam a ele atravessar as barreiras do tempo. Caelan ouvia, absorvendo cada palavra, cada instrução, sabendo que não havia espaço para erros.
Quando o ser terminou, o silêncio se estendeu entre eles, denso como a escuridão lá fora. Caelan finalmente se levantou, a determinação endurecendo suas feições. “Eu farei,” ele disse, a voz agora firme com resolução. “Por Líria, por Valoria, eu mudarei o nosso destino.”
O ser estranho assentiu, e com um gesto, a vela se apagou, mergulhando a cabana na escuridão total. Mas para Caelan, a escuridão não era mais um lugar de medo. Era o começo de sua jornada, o primeiro passo em direção à redenção.
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Liria: As Ruínas de Valoria. LIVRO III
AdventureNo silêncio da floresta de Valoria, onde cada folha sussurrava segredos antigos, Caelan segurava o Amuleto do Tempo com mãos trêmulas. A luz da lua banhava as runas gravadas na pedra, e ele sentia o peso de cada escolha que estava prestes a fazer. O...