Capítulo 4: Entre o Tempo e a Magia
A noite havia caído sobre Valoria, e com ela veio um silêncio que parecia carregar o peso de incontáveis eras. Caelan e Líria estavam sentados à beira de um lago claro como cristal, suas águas refletindo as estrelas cintilantes acima. A lua cheia banhava a floresta com uma luz prateada, tornando cada folha e cada gota de orvalho brilhante como diamantes.
Líria, com os olhos fixos no céu, falava com uma voz suave, quase hipnótica. "As estrelas... elas parecem tão perto, como se eu pudesse tocá-las."
Caelan observava-a, seu coração apertado pela beleza do momento e pelo conhecimento do que ainda estava por vir. "Elas são antigas, Líria. Cada uma delas é uma história, uma canção do universo."
Líria virou-se para ele, seus olhos brilhando com um milhão de reflexos. "E nós... somos parte dessa canção?"
"Sim," Caelan respondeu, "parte de uma melodia muito maior do que podemos compreender."
Eles ficaram em silêncio, ouvindo o sussurro da floresta e o suave lamento da água contra a margem. Era um momento de paz, uma trégua na luta constante contra o tempo e o destino.
Mas a paz era efêmera. Caelan sabia que a magia de Líria ainda era selvagem, indomável, e que a menor faísca poderia incendiar o fio do destino. Ele precisava ensiná-la a controlar esse poder, a moldá-lo com precisão e cuidado.
"Vamos tentar algo diferente esta noite," ele disse, quebrando o silêncio. "Vou te mostrar como tecer a magia com as estrelas."
Líria o olhou, curiosa. "Como?"
Caelan levantou a mão, e as estrelas pareceram responder, sua luz pulsando em harmonia com seus movimentos. "A magia está em tudo, Líria. No céu, na terra, dentro de você. Você só precisa aprender a conectá-los."
Ele guiou suas mãos, ensinando-a a sentir a energia das estrelas, a puxar essa energia para dentro de si e a liberá-la novamente, uma troca eterna de dar e receber. Líria seguiu seus movimentos, e juntos, eles teceram um manto de luz sobre o lago, as estrelas refletidas na água tremulando como se estivessem vivas.
"Estou fazendo isso?" Líria perguntou, maravilhada.
"Você está," Caelan confirmou, orgulhoso. "Você está aprendendo a harmonizar sua magia com o mundo ao seu redor."
O treinamento continuou pela noite adentro, até que a fadiga venceu a determinação de Líria, e ela adormeceu ao lado do lago, o rosto tranquilo sob o luar. Caelan a cobriu com seu manto, prometendo a si mesmo que faria tudo em seu poder para protegê-la, para garantir que essa paz durasse para sempre.
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Liria: As Ruínas de Valoria. LIVRO III
Phiêu lưuNo silêncio da floresta de Valoria, onde cada folha sussurrava segredos antigos, Caelan segurava o Amuleto do Tempo com mãos trêmulas. A luz da lua banhava as runas gravadas na pedra, e ele sentia o peso de cada escolha que estava prestes a fazer. O...