"Venenosa, ê-ê-ê-ê-ê
Erva venenosa, ê-ê-ê
É pior do que cobra cascavel
O seu veneno é cruel-uel-uel-uelSe porta como louco, achata bem a boca
Parece um bruxo, um anjo mau
Detesta todo mundo, não para um segundo
Fazer maldade é seu ideal"Erva Venenosa - Rita Lee (adaptado)
Os pais de Andressa eram as pessoas mais simpáticas que Ayla um dia poderia ter conhecido, aparentemente a menina não tinha muitos amigos e então quando souberam que uma amiga da faculdade iria dormir na casa deles, os pais da morena prepararam um verdadeiro banquete.
Eles ficaram super felizes pela presença de Ayla e a entrosaram nos assuntos como se ela pertencesse a família ou fosse conhecida há anos. De fato era melhor estar na companhia deles do que encarando a mãe em casa.
Eles prepararam o quarto de hóspedes para Ayla, trocaram os lençóis e disponibilizaram a chave do quarto caso fosse de costume da garota se trancar, ou para ela ficar mais confortável também.
Explicaram onde cada cômodo da casa ficava caso ela precisasse ir ao banheiro ou se sentisse sede durante a noite. Eram um casal muito simpático, mas pareciam abatidos e cansados.
O irmão de Andressa mais parecia um zumbi do que um ser humano, era tão branco que conseguia ser mais transparente que Lúcifer e carregava, junto de uma postura horrível, olheiras embaixo dos olhos.
Ele não falou nada durante todo o tempo em que a família interagiu, parecia até estar sedado, mas com certeza não se encontrava naquele mesmo plano espiritual.
Mesmo que Ayla tenha dito que não avisaria Helena, ela avisou, mandou uma mensagem simples, apenas dizendo que não dormiria em casa e descansou a cabeça no travesseiro.
É claro que Helena já havia mandado uma dúzia de mensagens perguntando onde ela estava e por que não chegava nunca e após a mensagem de Ayla ela começou a ligar.
E mesmo que o celular da garota estivesse no silencioso, a vibração era inevitável. Ela se irritou e atendeu a mãe.
— Onde tu está? — a voz de Helena saiu pelo alto falante.
— Já disse, não vou dormir em casa.
— Onde tu foi, Ayla? Onde tu vai dormir?
— E quem se importa?
Houve um momento de silêncio e Ayla pôde notar que Helena estava dirigindo.
— Olha, filha, me perdoe por hoje mais ce...
Ayla desligou a ligação e pôs o aparelho em modo avião, para que o mesmo não recebesse mais ligações.
A noite seguiu em paz, ou pelo menos parcialmente, pois constantemente Ayla acordava com a sensação de toques pelo corpo, mas quando acendia a luz, se encontrava sozinha no quarto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Diabo Particular
Mystery / ThrillerE se o próprio Lúcifer fosse seu anjo da guarda? Ayla, uma gaúcha que nunca saiu do próprio estado, viveu as primeiras décadas de sua vida sob o olhar protetor de seu exótico anjo da guarda: o próprio Diabo. Mas, com o surgimento de uma ameaça imine...