Janus, querido, alguma vez você já foi amado por flores? Pois eu fui. Suas pétalas me beijaram, seus caules me abraçaram e me plantaram ao chão - Xund'hael.
Esta é uma estranha história sobre amor e sonhos. - Uma homenagem a todos aqueles que amam s...
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Meus dedos percorrem a capa do diário com registros daquela antiga história de amor. E na minha teia, quem cairá? Desejo a mesma sorte que tiveram meus pais, Ye'zul e Rudha.
Deixo o diário sobre a mesa. A brisa desta noite é calma e fresca. Centenas de estrelas dançam junto ao luar. Será que me atrevo a lançar um pedido? Me debruço na janela e deixo a alma cantar. Em silêncio, flui a melodia em pensamento daquilo que desejo alcançar.
E o mudo sussurro da noite é o que ficou. Durante horas, é ele quem me acompanha, em mais uma noite densa de insegurança e esperança. Não fecharei as janelas, para deixar a sorte e o vento entrar.
Deitado ao colchão macio, agora quem me cobre é o cobertor, e quem me abraça é o travesseiro. Vagueio, cada vez mais longe da consciência que de dia me atormenta. Meu refúgio são os sonhos que busco mesmo estando acordado. Que me levem daqui para dançar ao luar, ao som da sinfonia que se dança com um par.
A doce melodia que cantarolei enquanto adormecia ecoou para longe dali, alcançando mais alguém.
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Vibram as estrelas, não as que estão no céu, mas as que guardas no olhar. Seus pés não tocam o chão, flutuam em um lugar onde o tempo para e todos dormem.
Onde nada parece ser o que é, mas pode sê-lo se quiser. Filho de uma estrela negra que caiu, uma parte do cosmos vagueia pela cidade em sua aventura diária, explorando os sonhos e segredos de seus habitantes.
Ele gosta de lê-los como se fossem livros e, por isso, prefere este plano à realidade. Mas, esta noite, ele escuta uma melodia quebrada, com pausas que anseiam por complemento.
Por um segundo, parece impossível descobrir de onde vem, pois se espalha pelas casas e torres como se estivesse em todos os lugares e em nenhum deles ao mesmo tempo.
Ele segue o rastro do fino lamento do violino, corre e salta entre os telhados de pedra branca até encontrar a janela aberta em um palacete no canto mais nobre da cidade.
Ele se aproxima devagar; o sussurro triste das cordas vinha da abertura florida de um charmoso ateliê, muito famoso por sinal, exclusivo para os nobres.
