Capítulo 7

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— Gatinha, gatinha, gatinha — uma voz masculina gritou, como se ela fosse um gato. Começou a abrir os armários do outro lado da cozinha.
O corpo inteiro de Ellie tremeu e sua mão agarrou a faca com força suficiente para a madeira cravar na palma da mão. Fechou os olhos e o ouviu bater nas coisas. De repente, algo bateu no balcão acima dela. Mordeu de volta um gemido de terror. Talvez ele não pense em olhar dentro dos armários inferiores, orou fervorosamente.
Sua sorte acabou quando a porta do armário abriu ao lado dela. Checou dentro e agarrou seu braço esquerdo. Um aperto brutal a arrastou para fora de seu esconderijo com um puxão rígido.
— Te achei, sua pequena gata vadia.
— Não sou uma gata — Informou-lhe com uma voz trêmula. — Sou tão humana quanto você é.
Puxou-a dolorosamente em pé e olhou para ela. Parecia estar em seus vinte anos, tinha cerca de um metro e setenta, com uma aparência robusta. Uma tatuagem apareceu no colarinho da sua camisa.
— Não ligo para o que você é, cadela. Agora você está morta. Este é o nosso país e esses malditos animais de duas pernas precisam morrer. — Checou por trás dele até a cintura da calça jeans para retirar um revólver.
Ellie viu a arma e entendeu que planejava matá-la, apenas dar um tiro nela. Puro terror passou por ela quando mergulhou a faca em seu peito. Olhou em seus olhos quando a lâmina o atingiu, deslizou pela camisa, na pele, e viu seu olhar verde ampliar com o choque. Ele tropeçou para trás, arrastou-a pelo braço, e ela cortou a mão com o cabo da faca embutida no fundo do seu peito. Sangue derramou na frente dele e nela. Seu braço com a arma levantou quando tentou fazer um último esforço para matá-la. Ellie agarrou seu pulso com as duas mãos e se esforçou para impedi-lo de apontá-la para ela.
Seu toque no braço dela apertou, causando-lhe dor, mas depois diminuiu quando ele enfraqueceu. Seus joelhos cederam e ele caiu sobre os azulejos do chão da cozinha. Um horrível gemido, juntamente com o sangue vermelho brilhante, derramou de sua boca. Ellie gemeu horrorizada do olhar do homem travado com o dela, sua dor, terror e raiva claramente exibidos lá. Soltou seu braço. Também soltou a arma, que caiu no chão um segundo antes dele cair para trás.
Ellie olhou para ele em silêncio. Estava deitado de costas com a suas pernas torcidas sob suas coxas numa posição estranha. Seus olhos estavam abertos, o sangue acumulou formando poças sobre o azulejo branco e fez alguns suspiros irregulares. Um leve ruído borbulhante atingiu seus ouvidos. As mãos dele estremeceram, contraíram, e piscou antes de dar seu último suspiro. O cabo da faca se projetava em seu peito e atingiu seu coração por onde o esfaqueou. Ela engoliu a bile que subiu quando o som de um vidro quebrou nas proximidades. O som veio da outra sala, tirando sua atenção do cara morto a seus pés.
Seus instintos assumiram. Pegou a arma do chão. Agarrou com as duas mãos, a arma fria e pesada, e ajoelhou-se por trás do balcão da cozinha, espiando por cima do balcão as entradas apenas para a cozinha. O vão de entrada da sala de estar e da sala de jantar eram suas únicas rotas de fuga. Usou o balcão para proteger seu corpo e apontou a arma entre as duas aberturas. Planejava atirar em tudo que se movia.
Não teve de esperar muito tempo até que alguém fez um barulho na sala de jantar quando bateram em uma cadeira. Apontou a arma nesse sentido, certificou-se se seu corpo permanecia por trás do balcão, e usou a parte de cima do balcão para se segurar e suas mãos seguravam firme a arma. Tremia assustada, e tinha acabado de esfaquear um homem até a morte. Tirou esse fato da sua mente, sabendo que entraria em pânico se pensasse. Não teve tempo para pensar nas repercussões do que tinha de fazer para sobreviver.
O cara com a arma entrou na cozinha, rodopiando para dentro da sala como se não tivesse nem aí pro mundo. Isso mudou instantaneamente quando a viu com a arma apontada para ele. Abriu a boca, seus olhos se arregalaram e então reagiu. Parecia se mover em câmera lenta quando começou a baixar o cano da espingarda na direção dela. Sua boca comprimiu em uma linha apertada de determinação para atirar, mas Ellie puxou o gatilho primeiro. O som ensurdecedor quando a arma disparou.
Ele se jogou para a sala de jantar e desapareceu de vista. A espingarda estava apontada para a parede e disparou, mas acabou acertando o teto em algum lugar atrás de Ellie. Algo macio que lembrava neve choveu sobre sua cabeça. Gritou como reação e disparou contra a parede onde ele se escondeu, ao lado do balcão.
Não tinha certeza se atingiu o imbecil ou não, mas esperava que sim. Percebeu que não deve ter o machucado quando o cano de espingarda estendeu-se novamente. Ele apontou cegamente em sua direção quando puxou o gatilho. O armário perto de Ellie explodiu em pedaços. Ela jogou seu corpo no chão, quase em cima do cara morto.
Escorregou no sangue, grosso, úmido quando tentou empurrá-lo para longe. Seus joelhos patinaram na substância lisa, engasgou, e suas mãos caíram debaixo dela. Bateu em seu estômago com um grunhido. Teve de rolar para fugir do sangue manchando o chão.
Viu um movimento a partir do canto do olho e se virou a favor do movimento. O cara com a espingarda correu para perto dela, correu em volta do balcão. Ela apontou a arma e disparou, enquanto deitava de lado. Ele se escondeu atrás do outro lado do balcão e se chocou contra os armários fazendo um estalo alto da madeira fina com o impacto de seu corpo.
— Largue a arma, sua vadia — Exigiu. — E não vou torturá-la antes de explodir sua cabeça.
O olhar aterrorizado de Ellie fixou no gabinete que ele bateu com sua explosão de balas, prova de sua força destrutiva. A madeira tinha um buraco do tamanho de punhos e pedaços que explodiram com o impacto se espalhando por todo o piso. Respirou fundo, percebendo que sair dali e encontrar um lugar novo para se esconder. O que realmente precisava, decidiu, era parar o filho de uma cadela com a espingarda.
— Ellie? Ouvimos tiros. Você está bem?
Merda. Tinha esquecido de desligar o sistema de som. A voz de Breeze soou preocupada, mas Ellie não podia responder. Confortou-se ao saber que Breeze e as outras mulheres estavam trancadas em segurança dois andares acima. Só o chefe da segurança e o diretor sabiam os códigos para abrir as portas de aço, uma vez que fossem ativadas. Ellie nem sequer tinha esse tipo de acesso. Os homens poderiam torturá-la, mas não tinha as informações que precisavam para alcançar as mulheres.
— Ellie? — Ele riu por trás do balcão, mas acabou mostrando sua localização. — Que tipo de nome estúpido para um animal?
Ellie facilmente abriu a porta do armário. Ele tinha que estar logo atrás dela do outro lado. Olhou para dentro e mirou.
— Vou matar você, porra, pelo o que fez com Eddie.
Ellie apertou o gatilho e disparou em sua direção, até a arma fazer um clik, vazia, após algumas balas disparadas através da madeira. Ellie girou se afastando em caso dele revidar e se arrastou para o lado esquerdo. A arma seria inútil exceto como algo para jogar nele.
Só ouvia silêncio enquanto se esforçava para ouvir nada. Hesitou no canto a espreitar em volta do balcão, seu coração batendo forte. Um gemido soou do outro lado do balcão.
Ela o acertou? Não podia ser tão sortuda. Arrastou-se para frente com as mãos e joelhos. O sangue pegajoso do homem morto cobria suas mãos, tornando esta uma ação escorregadia. Avançou para frente, apavorada, mas sabia que havia outros dois homens que poderiam aparecer a qualquer momento, atraídos pelos tiros. Se ficasse parada ali definitivamente a matariam.
O cara com a espingarda só podia está tirando onda com ela, talvez se fingindo de ferido para levá-la a enfiar a cabeça para fora do balcão para que pudesse matá-la. Estava com um sentimento ruim, até que viu sangue escorrendo pelo chão ao longo da linha de argamassa do piso.
Ellie prendeu a respiração e depois aproveitou para enfiar a cabeça para fora e olhar para o lado do balcão. Seu corpo permanecia encostado nele. A espingarda estava no chão ao lado de suas pernas enquanto olhava para frente em direção à sala de jantar. Piscou. Coberto de sangue no peito e escorrendo pelo seu braço esquerdo, revelando que conseguiu acertá-lo pelo menos uma vez. Continuou a observá-lo.
— Buck? — A voz de um homem vinha da sala de estar. —Eddie?
Pôs-se de pé e correu para a sala de jantar. Se Buck era o cara com a espingarda, orou para que não tivesse o tempo ou a habilidade, com seus ferimentos, para pegar sua arma para atirar nela enquanto corria para longe. Conseguiu sair da cozinha sem levar um tiro nas costas.
O lugar mais seguro seria a biblioteca. Se conseguisse chegar lá sem ser pega teria a chance de se esconder lá dentro. Móveis pesados enchiam a sala grande. Poderia arrastá-los do lugar e bloquear as portas duplas. Com esse novo plano em mente, correu como uma louca. Um homem fazia juramentos enquanto passava correndo por uma porta aberta para um dos quartos. Sabia que a viram e correu mais rápido. Todos os quartos no térreo eram muito abertos ou tinham formas limitadas para vedar seções.
Ellie chegou à biblioteca e fechou a porta. Encostou-se à madeira, ouviu o cara seguir seus passos. Não teve tempo para pegar móveis depois de tudo. Ofegou, totalmente sem fôlego, olhou para baixo e fez uma careta ao ver suas mãos, braços e camisa cobertos de sangue.
— Por aqui — um homem gritou. — Ela está aqui.
— Buck e Eddie estão mortos — outro homem gritou. — Ela os matou. A cadela matou os dois.
Um dos homens tentou abrir a porta. Ellie gritou e empurrou para trás com toda a força que tinha. Ouviu um xingamento e, em seguida, alguém bateu com força suficiente para que o impacto a empurrasse poucos centímetros da superfície dura pressionada com tanta força contra suas costas. Agitada, procurou por algo que pudesse alcançar com o pé para ajudar a bloquear a porta, mas não teve tanta sorte.
Preciso de uma arma. A grande sala continha alguns sofás, alguns quadros e cadeiras confortáveis. A lareira ficava do outro lado da sala. Livros alinhados por todas as prateleiras ao redor da sala. Sua atenção desesperada voltou de volta para a lareira e o conjunto de ferramentas ao lado dele. Seu foco ampliou sobre o bastão de fogo.
Os homens bateram com seu peso combinado contra a porta. O impacto foi forte o suficiente para jogar Ellie para longe. Ela atingiu um dos sofás, deslizou para o lado e caiu no chão atrás dele. Ela se arrastou freneticamente no tapete para tentar voltar a seus pés.
— Pegue essa vadia — Um dos homens gritou.
Ellie agarrou o bastão de fogo e girou para enfrentar seus atacantes. Atingiu o homem mais próximo a ela usando a haste de metal como se fosse um taco de beisebol. Dor correu pelas suas mãos de tão forte que o impacto foi quando fez contato com o corpo do homem. Ele gritou de dor e saltou para trás, mas olhou para a camisa rasgada onde sangue aparecia no material danificado.
O homem olhou para Ellie.
— Você vai pagar por isso — ele sussurrou.
O outro homem retirou uma faca de caça de sua cintura quando os dois homens se separaram. Ellie manteve-se de costas para a lareira e acenava com o bastão de fogo entre os homens, tentando mantê-los distantes. Eles se afastaram para tornar mais difícil para Ellie manter os olhos nos dois. Ambos correram para ela. Ela atacou. Conseguiu acertar um deles bem antes do segundo atingi-la. Bateu no chão duro, com um peso a esmagando. Engasgou, tentou gritar, mas não conseguia nem respirar.
— Sua vadia — gritou. — Acho que ela quebrou minha mão, porra. Você pega ela, Roy?
O homem em cima dela agarrou seu cabelo na base do pescoço e esmagou sua face contra o tapete. Tentou lutar, mas não conseguia ficar longe dele. A empurrou com mais força contra o tapete e com o joelho cavou dolorosamente contra as costas de sua perna.
— Peguei a cadela raivosa, Chuck.
Ele a ajustou o suficiente para virar sua cabeça. Ellie inalou o ar e imediatamente se arrependeu. O homem tinha um hálito podre. Manteve sua cabeça presa no lugar com seu punho agarrando seu cabelo. Não podia sair debaixo do homem pesado. Devia pesar uns cento e quarenta quilos.
— Deixe-me cortar a cadela — Chuck choramingou. — Acho que ela realmente quebrou minha mão. Dói pra caramba.
Roy resmungou. A contorceu e Ellie gritou de dor quando pressionou seu corpo contra o dela, empurrando mais forte contra ela até que ameaçou quebrar suas costelas. Algo espetou em sua bunda. O outro cara arrancou o bastão de fogo de sua mão.
— Ajude-me a levantá-la — Roy cuspiu. — Sei como mostrar a essa puta qual é o seu lugar na sociedade e então vou deixar você fatiar sua maldita garganta como se fosse um coelho. Vamos vê-la se contorcer, até todo o sangue sair.
Ellie só conseguia dar pinotes e se contorcer quando tentava lutar. O objeto pressionado contra sua bunda não era mais um mistério. Roy estava excitado. Tinha uma ideia horrível do que planejava fazer com ela para mostrar-lhe o seu lugar na sua ideia confusa de sociedade. Ovelhas, coelhos, adivinhou que qualquer coisa respirando os excitava.
Mãos agarraram seus tornozelos e um segundo depois Roy tirou seu peso de cima dela e soltou seu cabelo para pegar seus pulsos. Seguraram-na pelos braços e pernas, levando-a entre eles, alguns centímetros acima do chão. Ellie gritava e lutava, tentando chutar o homem que segurava suas pernas, mas não a deixaram. Chuck, com certeza, parecia não ter problemas segurando os tornozelos em uma pressão esmagadora, para um cara com uma suspeita mão quebrada.
— Jogue-a sobre o sofá. Em seguida, passe para o outro lado dela para agarrar seu cabelo. — Roy falava, sem fôlego por contê-la, enquanto lutava.
Eles balançaram o corpo de Ellie, jogando-a, e atingiu uma mesa de café. Dor aguda explodiu em seu lado. Perguntava-se se quebraram sua costela, pois doía respirar. Os homens balançaram-na novamente, desta vez caiu no sofá, e torceram-lhe o corpo com mãos brutais. Roy segurava os braços e Chuck largou as pernas.
Tentou chutar Roy quando inclinou suas costas sobre o sofá. Roy jogou seu corpo sobre o dela, esmagando-a sob ele novamente e a prendeu com força no sofá. Ela gritou contra uma almofada quando as mãos agarraram seu cabelo e esfregou o rosto mais forte no material. Puro pânico correu por ela quando percebeu que não conseguia respirar. Eles a estavam sufocando.
— Dê-me a faca. — Roy parecia animado e sem fôlego.
Uma das mãos soltou os cabelos de Ellie. Virou o rosto, ofegando por ar para seus pulmões famintos, e gritou quando exalou. Roy pegou as costas de sua camisa e deslizou a faca ao longo de sua espinha. Paralisada pelo terror, não sabia se ele a cortou também. Tentou chutá-lo, mas não conseguia fazer qualquer força por causa dele.
Estendeu a mão cegamente, tentando ferir Chuck. Uma mão brutal agarrou seu cabelo novamente, mas arranhou seu braço. Cravou suas unhas na pele quando ele empurrou seu rosto de volta para a almofada, tentando sufocá-la novamente. Ouviu seu xingamento selvagem e Ellie sugou um grande suspiro de ar, quando arranhou sua mão parando de infligir-lhe dor.
Suas calças foram empurradas para baixo de suas pernas, não deixando dúvidas de que planejavam estuprá-la. Ellie lutou mais, gritou, e então de repente o peso foi arrancado de cima dela. Afastou seu corpo para longe do sofá no segundo em que o corpo de Roy foi removido. Tropeçou e caiu de bunda no chão. Respirou o precioso ar, enquanto encarava os homens ao seu redor. Ela instintivamente puxou as calças de volta.
Roy estava deitado de bruços no chão com uma arma apontada para a parte traseira de sua cabeça. Chuck estava com as mãos para cima e parecia absolutamente aterrorizado. Quatro homens vestidos com roupas estilo SWAT pretas com NE impressa com letras brancas em seus coletes olhavam para ela. Seus rostos não eram totalmente humanos e os identificou imediatamente como os Novas Espécies. Eles mantiveram as armas apontadas e tinham grandes facas amarradas contra suas coxas. Ouviu um movimento por trás dela e empurrou sua cabeça em direção ao barulho. Fury estava ali, um olhar cheio de raiva muito mais escuro que a roupa preta que ele e os outros homens usavam.
Algo feio dentro de Fury torcia. Empurrou seus homens para alcançaram o dormitório das mulheres no segundo em que Justice havia chamado a equipe e afirmado que Ellie estava em perigo. Estava aterrorizado em chegar tarde demais e quase estava. Quando correu para o quarto e viu a cena diante dele; os homens prontos para fazerem coisas horríveis a sua Ellie, um impulso assassino o possuiu. Levou tudo o que ele não tinha para rugir com ira e matá-los. Seu animal interior queria vê-los sangrar e morrer.
Estava difícil de respirar, seu olhar fixo no seu rosto enquanto ela engasgava por ar durante a tentativa para endireitar sua calça. Seu cabelo caía em torno de seu rosto machucado, sua camisa estava cortada na parte de trás, e podia ver os hematomas se formando em sua pele pálida e delicada. O cheiro de seu terror se agarrou no ar, tornando mais difícil para ele ganhar o controle de seus impulsos de rasgar seus atacantes com as próprias mãos.
Lançou um olhar para as câmeras e sua presença ajudou a manter a compostura. Sabia que, se elas não estivessem lá, teria assassinado os homens sem pensar duas vezes por se atreverem tocar Ellie. Mesmo agora, estava tentado, as consequências que se danem. Foram atrás da sua mulher e a machucaram.
Deu um passo ameaçador na direção a um dos homens, mas depois Ellie suavemente gemeu. Seu olhar voltou instantaneamente para ela e forçou-o a repensar sua decisão. Cuidar dela se tornou sua primeira prioridade. Poderia matar aqueles bastardos depois que cuidasse de suas lesões.
Respirou pela boca para ajudar a diminuir o cheiro aterrorizado dela e lutou para controlar seu animal interior. Ele olhou para cada um dos seus homens, reconhecendo sua raiva também, e sabia que estavam olhando para ele para obter orientação sobre como lidar com a situação. Que o ajudou, bem como para se acalmar quando forçou seus punhos se abrirem. Deu sinais de mão para seus homens segurarem aos idiotas responsáveis pelo ataque. Não confiava em sua voz.
Fury tentou com grande dificuldade parecer composto, algo que definitivamente não estava, quando se aproximou de Ellie. Queria cair no chão e cobri-la em seus braços e dar-lhe conforto. Assegurou-se que havia chegado lá a tempo, mas depois sentiu os cheiros dos homens humanos misturados ao dela.
Isso o enfureceu, cheirá-los nela. Ela era sua, caramba, e ele lutou muito para manter-se bem longe dela depois de aviso de Justice. Obedeceu, com exceção de algumas viagens noturnas para vislumbra-la de longe, e agora ela quase morreu. As ordens que se danem, ia tocá-la agora. Moveu-se com cuidado para não assustá-la. Precisava ter certeza de que estava realmente bem, mesmo que tivesse que tocá-la para inspecionar cada centímetro. Não iria se contentar com menos.
Fury sabia que tinha de manter a cabeça fria. Ellie havia de estar desconfiada dele depois do incidente na casa dele e não queria mostrar-lhe o quanto ela significava para ele. A última coisa que precisava seria Ellie compreender o quão mal ela poderia machucá-lo.
Mantenha-se calmo, ordenou a si mesmo. Agir como se conseguisse se controlar em sua presença. Esperava que pudesse de qualquer forma. Ela estaria a salvo e ele permaneceria com ela, pois estava traumatizada. Para tê-la preocupada de que a jogasse por cima do ombro, levá-la de volta para sua casa, e amarrá-la em sua cama de novo não era algo que precisava naquele momento. Não importa o quanto isso era exatamente o que queria fazer. Ele a manteria segura, mesmo que isso significasse que ele a protegeria o dia todo. Sabia que realmente não poderia fazer isso, mas acalmou o seu animal interior, pelo menos pensar em fazer exatamente isso.
Precisava estar com ela agora, falar com ela, ficar perto dela até que não tivesse dúvidas de que estaria bem. Caso contrário, passaria do limite da insanidade por saber o quão perto ela passou da morte e como poderia tê-la perdido para sempre.
Ellie olhou para o olhar de Fury, escuro e intenso, quando se agachou na frente dela. Hesitou um segundo antes de por seu dedo indicador sob o queixo. Ele usava luvas pretas de couro e a sensação delas suavizou seu toque, quando a examinou. Virou sua cabeça para examinar seu pescoço e face. Soltou seu queixo. Sem qualquer aviso ou palavra, agarrou os braços de Ellie pelos cotovelos, e gentilmente a puxou para cima, para ficar de pé.
Percebeu que as costas de sua camisa se separaram e exibiam sua pele. Fury a segurou apertado quando quase desabou quando as pernas cambalearam. Um grunhido suave veio do fundo de sua garganta e raiva, mais uma vez segurou suas feições. Isso a assustava, se perguntando por que ele fez aquele barulho assustador dirigido a ela. Suas mãos facilitaram seu domínio em seus braços, mas num piscar de olhos se inclinou, agarrou por trás de suas pernas e a ergueu. A segurou nos braços com força contra seu peito para protegê-la. Não olhava para ela.
— Vou limpá-la e verificar se há mais lesões. Fique com eles lá fora. — Fury rosnou as palavras. — Ninguém entra no dormitório.
Um homem de aspecto feroz, com longos cabelos negros acenou com a cabeça. — Entendido.
Fury avançou. Ellie hesitou um segundo antes de envolver seus braços em volta de seu pescoço. Estava cansada, machucada, e muito traumatizada para observar para onde a levava. Descansou a bochecha em seu ombro e fechou os olhos. Por alguma razão, ele e seus homens vieram para salvá-la de uma morte horrível nas mãos dos dois atacantes. Mais alguns minutos... estremeceu com o pensamento do que teria acontecido a ela. Abraçou-se com mais força contra Fury e percebeu quando seu corpo ficou tenso. Embora continuasse andando.
Ellie abriu os olhos quando ele parou e chutou algo. Abriu a porta para levá-la para dentro do banheiro feminino. Franziu a testa, olhou ao redor, e então andou para o longo balcão de pias. Gentilmente a colocou para que se sentasse na borda, de frente para ele. Teve que deixá-lo ir quando ele se afastou lentamente.
Fury virou e olhou ao redor da sala. Ela seguiu onde ele procurava e percebeu que olhava para os cantos. Soube imediatamente o que procurava.
— Não há câmeras aqui — Ellie informou-o suavemente. — Os seguranças queriam instalá-las, mas argumentei sobre a privacidade das mulheres.
Fury assentiu e voltou sua atenção para a pia ao lado dela. Tirou as luvas e jogou-as no balcão. Dirigiu as mãos para a torneira, ligando-as. Quando a água começou a fluir, lavou as mãos, em seguida, se moveu para um dispensador de papel. Ellie observou-o com as sobrancelhas levantadas quando arrancou punhados de toalhas de papel marrom e as empilhou ao seu lado no balcão. Esvaziou completamente o distribuidor e se moveu para o próximo.
— Acho que isso é suficiente.
Fury franziu o cenho para ela. Colocou o resto dos papéis na pia em direção a ela de uma maneira graciosa que a lembrou de um gato prestes a atacar.
— Tire a roupa agora.
Um suspiro arrancou de seus lábios e teve de fechar a boca escancarada do choque de seu comando.
— Não vou.
Rosnou baixinho para ela.
— Você está coberta do fedor e sangue deles. Não consigo dizer qual é o seu e qual é o deles. Vou lavá-la e encontrar mais ferimentos. Se você não puder se despir vou fazer isso por você.
Ellie relaxou, entendendo porque ele fazias essas exigências insanas agora.
— Você quer me limpar para tratar dos meus ferimentos? Isso é tudo?
Seus olhos se estreitaram.
— Você prefere que eu envie um dos meus homens aqui dentro para despi-la? Sua segurança ainda está tentando manter a ordem. — Ele bufou.
— Poderíamos ficar aqui por um tempo. Um de nós vai remover suas roupas e limpá-la para ver se está mais ferida e quão feio está. Decida agora se vai ser eu ou um dos meus homens. Não quero perder tempo e é isso que você está fazendo.
Ellie apertou os dentes. Poderia ser um idiota rude às vezes. Acabou de passar o pior trauma de sua vida e não precisava ser tão bruto.
— Acho que posso cuidar disso.
— Peguei você antes que você caísse. Não pode nem andar.
— Acabei de matar dois homens, poderia ter sido brutalmente estuprada, e iam me matar. Desculpe-me por estar um pouco fraca.
Aproximou-se dela.
— Você matou dois? Não vasculhei a casa desde que ouvi você lutando e sabia onde encontrá-la. Apenas corri para seu lado.
— Eles não se enganaram e mataram uns aos outros. — Ela tremia ainda. A realidade do que ela tinha feito para sobreviver drenou o sangue de seu rosto e uma onda de tontura a fez balançar onde se sentava — Eu os matei... Eu realmente os matei.
Fury rosnou um xingamento leve.
— Foi em legítima defesa. Não pense assim, doçura. Você não teve outra escolha e eles vieram te matar. Você fez um favor ao mundo, os apagando. Teriam matado você sem pensar duas vezes. — Fechou a distância entre eles restando apenas alguns centímetros os separando. Ele agarrou a frente de sua camisa e puxou-a até que se soltou de seu corpo. Foi mais fácil para ele fazer isso com as costas já cortadas. — Entende? Eles não valem a pena esse olhar assombrado em seus olhos. Discuta comigo, fale comigo, mas pense em outra coisa. Não desmorone porque não aguento ver suas lágrimas. Chame-me por nomes feios em vez de ficar com raiva de si mesma.
Piscou para conter as lágrimas. Ele estava sendo gentil, o que só serviu para levar suas emoções para mais perto da superfície. Ele tinha os olhos mais bonitos do mundo. O desejo de se jogar em seus braços e se agarrar a ele tornou-se quase irresistível. Ele afastou o seu olhar do dela antes que ela pudesse agir.
— Preciso te limpar agora. Realmente não suporto cheirar esse mau cheiro em você. É uma coisa dos Novas Espécies, mas isso me faz ter que lutar contra a minha raiva. — Fez uma pausa, olhando para ela. — Tenho instintos que são um efeito colateral do que fizeram comigo e às vezes tenho de lutar contra esses impulsos. É pior quando eu estou irritado, agitado, ou com medo. Se esse fedor não sair de você em breve vou ser obrigado a ir lá fora, para arrancar suas cabeças.
— Tudo bem. — Balançou a cabeça. — Por mais que eu não iria protestar contra alguém fazer isso com aqueles idiotas, não quero que seja você. Você iria entrar em apuros.
Ellie percebeu que seu sutiã estava cortado juntamente com as costas de sua camisa e tentou cobrir com ambas as mãos para cobrir os seios nus. Fury agarrou os pulsos antes que pudesse esconder-se dele e deixou os braços abertos. Não olhava para seu seio, mas sim inspecionava as mãos cobertas de sangue.
— Não se toque com esse sangue. Desça e fique de frente à pia. Vou limpar você.
O tom macio e rouco de Fury a fez relaxar e não brigar com ele quando seus olhares se encontraram novamente. Saltou da borda da pia, não querendo discutir com ele. Tentou distraí-la da dor da realidade e percebeu que era quase doce. Também não deixou de perceber o fato de que foi carinhoso por chamá-la de "doçura". Aquecendo-a um pouco do choque que sofreu.
Seus pés tocaram o chão e as pernas cambalearam. Fury a virou até que pairou em suas costas e soltou seus braços. Chegou em torno de sua cintura e dirigiu as mãos para a torneira, abrindo-a novamente. Agarrou seus pulsos delicadamente e colocou-os sob a água fria. Ellie olhou para baixo para ver como a água mudava para cor de sangue vinda de seus pulsos e mãos. Fechou os olhos com força para lutar contra o enjoo que tomou conta dela ao ver a água ficar vermelha.
— Por que diabos não têm chuveiro aqui embaixo? — Fury rosnou.
— Nós temos nossos próprios banheiros privados com chuveiros dentro de nossos apartamentos. Ninguém nunca pensou que o dormitório pudesse ser invadido.
Ele suspirou.
— Bem, agora você precisa de um e tudo o que tenho são essas pias.
Ellie manteve os olhos fechados, grata por ele ter mantido sua mente ocupada fazendo perguntas. Fury tocou suas costas nuas, suas roupas um pouco ásperas, esfregou os braços ao lado de suas costelas, enquanto limpava o sangue de sua pele. Ele ordenou que se inclinasse para frente e ela não hesitou. Continuou a limpeza, jogando água para cima dos braços e todo o caminho até os ombros. Água escorria de seu corpo e molhou suas calças. Não havia nada a ser feito sobre isso, nem importava, já que suas roupas já estavam encharcadas de sangue.
— Tire os sapatos. — Sua voz sussurrou perto de seu ouvido.
Ellie concordou, tirando os sapatos que eram brancos, mas agora estavam manchados de sangue. Escorregou no sangue na cozinha, rastejou nele, e sabia que os sapatos estavam destruídos. Forçou os pensamentos irem embora. As mãos de Fury abaixaram sua calça de algodão alguns centímetros para baixo, mas depois hesitou.
— Estou apenas limpando você. Seja forte por apenas um tempo. Você está a salvo e ninguém vai te machucar, Ellie. Não vou permitir isso. Eles teriam de passar por mim para chegar até você e isso não iria acontecer.
Ela acreditou nele.
— Ok.
Manteve os olhos fechados para evitar ver se Fury olhava para seu corpo. Suas mãos eram suaves, quando puxou sua calça o resto do caminho e segurou sua calcinha com os polegares para removê-la também. Levantou uma perna e depois a outra para ajudá-lo quando percebeu que ele a queria totalmente fora de seu corpo até que estivesse nua. Fury ligou a água novamente e jogou sobre seu corpo com as mãos em concha. Quando cada centímetro de seu pescoço para baixo pingava com a água, ele usou as toalhas de papel para esfregar suavemente em sua pele, enquanto Ellie respirava anormalmente ainda.
— É o melhor que posso fazer — Fury disse em uma voz profunda e tensa. — Você vai precisar de um banho, mas não vejo mais sangue. Você conseguiu não sujar seu cabelo de sangue até onde posso ver e cheirar.
Ellie finalmente abriu os olhos quando ele não a tocou novamente. Seu olhar encontrou imediatamente a sua imagem refletida no espelho e sua boca abriu em choque. Fury estava de costas para ela, enquanto tirava o colete e desabotoava a camisa para tirá-la e revelar seus ombros largos.
— O que você está fazendo? — Surpresa soou em sua voz, e ela odiou.
— Você precisa de algo seco e limpo para vestir. Pensei em lhe dar minha camisa e cueca. — Olhou por cima do ombro e encontrou o seu olhar no espelho. — Você quer sair deste banheiro pelada? — Olhos escuros se estreitaram. — Eu não vou permitir isso e nem sequer pense nisso. Se você tivesse me dito para enviar outro homem para te ajudar a tirar sua roupa isso também não teria ocorrido.
Ela balançou a cabeça e cruzou os braços sobre os seios para escondê-los de sua vista.
— Por favor, empreste-me a camisa e sua cueca. Eu agradeço.
Ele virou a cabeça para longe.
— Você não tem que prestar atenção enquanto tiro a roupa.
Ellie percebeu que olhava enquanto ele desabotoava a camisa e a removia para expor umas costas, bronzeada e musculosa. Apertou os olhos fechados, sua única opção uma vez que encarou um espelho e se vira apenas encarando-o. Ouviu quando ele se despiu e pareceu uma eternidade antes dele terminar e falar.
— Estou decente. Aqui.
Ellie abriu os olhos para encontrar Fury mais perto, quase tocando-a nas costas. Afastou-se e deu sua camisa e uma cueca boxer azul por cima do ombro em direção a ela. Ellie virou-se e estendeu a mão para pegá-los. Percebeu novamente o quanto ele era mais alto do que ela.
— Obrigada.
— Estava lhe devendo essa. — Rosnou as palavras.
Raiva queimou de seu sarcasmo rude sobre seu tenso relacionamento. Cerrou os dentes para evitar dar uma resposta rude. Não precisava ser lembrada disso agora. Vestiu-se rapidamente em seu lugar. A cueca boxer era de algodão macio, ainda quente de seu corpo, e ficou folgada, abaixo nos quadris. Eu pareço uma mosca agora. Ela sorriu para o pensamento enquanto colocava sua camisa. Cheirava a ele, lembrando a sua cordialidade, e ela estava feliz por estar vestida.
— Pode virar-se agora. — Ela terminou de abotoar a camisa emprestada.
Ele lentamente se virou para ela. Parecia sexy com apenas o colete e calça. Seus braços estavam totalmente expostos, grandes músculos grossos aparecendo pelo colete apertado que parecia pequeno demais para seu corpo impressionante. Desviou seu olhar para longe dos bíceps e arregaçou as mangas da camisa até que não passavam de suas mãos. Fury se adiantou para ajudá-la, afastando os dedos para fazer a tarefa. Olhou para seu colete, onde NE havia sido impresso em letras grandes por ela toda.
— Não sabia que vocês tinham a sua própria equipe de segurança.
Ele inalou profundamente.
— Sim, bem, não podemos confiar totalmente nos humanos para nos protegerem. Temos treinado em segredo e ninguém do seu povo sabia até agora. Veja que trabalho incompetente fizeram hoje. Mercile nos deu força, reflexos e a capacidade de levar uma surra, mas continuamos lutando para além da resistência normal. Alguns de nós com todas as habilidades estão ensinando os outros. Aprendemos rápido.
— Por que fazer isso em segredo? Homeland é de vocês. Vocês podem fazer o que quiserem.
— Diga isso ao seu povo. — Hesitou. — Eles negaram os nossos pedidos quando pedimos um espaço para treinar apenas para tal finalidade ou ter seus instrutores treinados com nossos homens em habilidades de combate. Agora fazemos nós mesmos no dormitório dos homens fora de sua vista. Nós removemos todas as câmeras internas. Nós rejeitamos quando a segurança se recusou a cumprir.
Franziu a testa.
— Mike não conta sobre vocês para o diretor?
— O supervisor do dormitório? — Fury balançou a cabeça. — Ele bebe álcool malcheiroso todas as noites. Depois das nove, uma bomba pode explodir dentro de seu apartamento e ele não se moveria. Não faz ideia do que fazemos à noite.
— Sinto muito que tenham que fazer isso. — Não sabia mais o que dizer. — Se uma mulher quiser treinar aqui, não vou contar nada. Elas não terão que esconder isso de mim.
Ele encolheu os ombros.
— Nós contornarmos os obstáculos que jogaram no nosso caminho, mas obrigado pela oferta para as mulheres. Vou passá-la adiante. De uma forma ou de outra, vamos nos tornar autossuficientes.
— Sei que vocês vão.
Ele estendeu a mão, mas depois congelou no ar, seus dedos a centímetros de seu rosto.
Ellie não pode resistir e se aproximou até que as pontas de seus dedos roçaram seu rosto. Os dedos se enroscaram em torno da curva do rosto, deslizando para os cabelos, e apertou o rosto contra a sua palma. Seu toque a acalmava. Não diria isso em voz alta, mas estava feliz em vê-lo, mesmo em circunstâncias horríveis.
Ellie levantou seu olhar ao dele.
— Obrigada por me salvar.
Seus olhos escuros eram bonitos e alguma emoção desconhecida cintilou dentro deles por um segundo.
— Disse que não quero mais você morta. — Acariciou seu rosto. — Estava preocupado com você.
Ela hesitou.
— Ouvi de algumas das mulheres que viram você lá fora observando o dormitório. Por que você estava lá fora?
Suas bochechas coraram como se envergonhasse, mas depois suas feições ficaram pálidas. Sua mão se afastou, caindo para seu lado.
— Gosto de saber onde estão os meus inimigos. — rosnou. — O sangue não era seu. Você tem alguns hematomas e arranhões, mas vai viver. Tenho um trabalho a fazer. Preciso ver o que está acontecendo.
Foi como se ele lhe desse um tapa na cara com suas palavras duras vindo do nada, deixando-a saber que não eram nem mesmo amigos. Desviou o seu olhar do dele.
— Vou colocar os sapatos.
— Não. Eles estão manchados de sangue e acabei de te limpar. Não posso fazer isso de novo. Não sou tão forte. — ele murmurou.
O que significa isso? Ellie não tinha certeza enquanto caminhava em direção a porta do banheiro. Fury ficou ao seu lado, mas não a tocou quando deslizava suas luvas novamente quando atravessaram a sala. Abriu a porta do banheiro para ela e depois se afastou, deixando-a segui-lo. Olhou para a parte de trás de sua cabeça, imaginando o que estava pensando. Foi gentil com ela até o comentário sobre o inimigo.
Os quatro oficiais NE guardavam a entrada danificada. Darren Artino e uma dúzia de seus seguranças esperaram. Olhou para Fury.
— Seus homens não me permitiram entrar.
Fury deu um sorriso que não atingiu seus olhos. Mostrou presas caninas afiadas.
— Você pode entrar agora.
Artino proferiu um xingamento e acenou para seus homens entrarem no dormitório. Seu olhar zangado viajou pelo corpo de Ellie e visivelmente ficou tenso. Seu foco ampliou na cueca de homem que usava, depois para a camisa que usava, e sua boca se abriu. Virou para olhar Fury.
Fury deu de ombros.
— Ela precisava de roupas. Você devia colocar chuveiros e toalhas dentro do banheiro no piso inferior, se você tem uma segurança de merda. Quando as pessoas que não consegue proteger necessitam limpar o sangue que foi derramado, podem fazê-lo com conforto depois de salvarem suas próprias bundas. Toalhas de papel não cobrirão sua modéstia, mas minha roupa de baixo era muito mais preferível do que andar nua.
Ellie colocou a mão sobre a boca para esconder um sorriso. O rosto de Artino ficou vermelho com as palavras profundas. Para o chefe de segurança ele era um hipócrita, às vezes, gostou de o ver levando um bom pontapé verbal. Deixou cair a mão enquanto olhava Fury acenar com a cabeça para seus homens. Saíram do dormitório das mulheres sem olhar para trás.
Artino a encarou.
— Você pode acreditar que ele disse isso para mim? — Ele olhou para Ellie em indignação.
Ela hesitou, escolhendo as palavras com cuidado. Não estava em posição de dizer-lhe que sua segurança falhou nesse momento.
— Você realmente devia colocar pelo menos um chuveiro e toalhas no banheiro do primeiro andar. Teria vindo a calhar.
Ellie desviou seu olhar de sua expressão atordoada para um dos sofás. Caiu no material macio. Exausta e a necessidade de um bom choro cairia bem. Ou uma bebida forte. Talvez ambos.
* * * * *
Fury fez uma pausa do lado de fora da calçada para encarar seus homens e olhar por cima dos ombros para ver Ellie. Ela se sentou no sofá cansada e pálida de sua traumática experiência. Tinha tomado toda a sua força de vontade para deixá-la quando o que realmente queria era envolver seus braços em volta dela para dar-lhe conforto. Se explodisse em lágrimas, sabia que iria voltar para dentro, independentemente do quão estúpido seria para cuidar dela até seu medo diminuir.
Seu telefone tocou e ele atendeu.
— Sim, Justice?
— O que você fez com a fêmea humana enquanto estava dentro do banheiro? As câmeras o seguiram quando você levou-a para lá, mas não há filmagens de dentro. Está tudo bem?
— Sim. — Fury respondeu tenso.
— Você deveria ter enviado um dos nossos homens com ela se ela precisasse de ajuda. Tivemos longas conversas sobre ela, meu amigo. Você está bem?
Ele baixou a voz.
— Eles a tocaram e a feriram, mas mantive a calma.
— Ótimo. — Justice fez uma pausa. — Você fez um trabalho muito bom Fury. Estou orgulhoso de você. Os humanos estão um pouco chateados por nossa equipe ter salvado a mulher. Não ficaram felizes quando perceberam que temos a nossa própria segurança agora.
— Homeland é nossa. Fomos informados pelo presidente dos Estados Unidos que esta é a nossa casa e, quando formos capazes, poderemos dirigi-la nós mesmos.
— Eu sei. Sentem-se culpados por financiar as Indústrias Mercile sem saberem exatamente ao que pagavam. Queriam fazer o certo com a gente e seria uma publicidade muito ruim se todo o mundo apontasse o dedo para eles. Precisamos ir lentamente até que estejamos em posição de governar por nós mesmos. A conversa com Darren Artino parecia hostil. O que foi dito?
— Ele não estava feliz que conseguimos e sua segurança falhou. Desagradou-lhe que eu pedi a minha equipe que não permitisse que ninguém entrasse no dormitório até que tivesse certeza da segurança de Ellie e seu bem-estar.
Justice hesitou.
— Você está no controle? Preciso que esteja. Nosso povo precisa de liderança e orientação ainda mais agora, enquanto nós aprendemos a prosperar no mundo fora do cativeiro. Escolhi você para ser meu segundo no comando porque é respeitado, costuma manter suas emoções sob rígido controle, e você quer o que é melhor para o nosso povo tanto quanto eu.
— Você não tem nada com o que se preocupar — Fury jurou, seu olhar ainda em Ellie. — Sei que não posso tê-la.
— Desejaria que pudesse. — Justice suspirou baixinho. — Você merece a felicidade. Volte para o dormitório masculino. Estarei lá em breve para tratar com nossos homens.

Fury - novas espécies 1 - Laurann DohnerOnde histórias criam vida. Descubra agora