De La Cruz narrando
Alix me perguntou se eu gostava de Mahelí, eu estava prestes a morrer mesmo, resolvi falar a verdade.
- Você acredita em amor a primeira vista? Aquele sentimento que é mais forte do que você? É isso que aconteceu quando vi Mahelí. Eu me apaixonei, assim que a vi. Mas pode deixar que não farei nada e nem falarei nada para ela. Ele é sua mulher, ainda que você tenha dito coisas horríveis para ela. É você quem ela ama, não quero que ninguém fique comigo por pena ou porque foi rejeitada.
- Seu cara de pau, está dizendo que está apaixonado pela minha mulher.
- Ah, agora é sua mulher? Há uns minutos você queria mata-la, falou um monte de coisas para destruir o psicológico dela. Agora ela é sua mulher?
- Não vou deixa-la ficar na sua casa, vou pagar um hotel. - Ele estava visivelmente enciumado.
- Ela está precisando de ajuda e eu estou disponível. Ela vai ficar na minha casa sim. Tchauzinho. - Caminhei em direção a porta. - Ah, se ela te esquecer e quiser ficar comigo, não pensarei duas vezes. Só para deixar avisado. - Ele tacou um copo, me desviei e bateu na parede, os pedaços caíram perto de mim.
- Eu vou encher sua cara de tiro, seu Idiota. - Ele gritou de onde estava.
- Tenta a sorte! - Gritei de volta.
Mahelí já tinha ido pra minha casa, um segurança a levou. O carro estava com suas coisas. Peguei minha moto que ficava na casa de Alix e peguei a estrada.
- De La Cruz. - Ela correu em minha direção e me abraçou assim que entrei em casa. Assim fica difícil controlar as emoções.
- Fica calma. - Ele tremia agarrada em mim. - Respira, eu estou bem.
- Você está machucado? - Ela me soltou para me olhar. - Ele te machucou? - Eu comecei a rir. - Fala, De La Cruz. Você ainda fica rindo? - Ela chorava tanto que parecia que ia ter um treco.
- Vem aqui. - A puxei para um abraço. - Eu estou bem, Alix é fraco. Ele não consegue bater em mim, olha que estou debilitado.
- Eu fique com medo dele fazer alguma coisa com você, eu nunca me perdoaria se algo acontecesse com você por minha causa.
- Está tudo bem, ok? Vamos sentar. - A sentei na poltrona e fui na cozinha pegar água para ela. - Beba e respire fundo.
- Obrigada. Ele conseguiu se acalmar? - Se referiu a Alix.
- Sim. Ele vai repetir os exames. Eu te peço desculpas por ele. Você com certeza nunca passou por uma situação assim, ainda mais na condição mais sensível que uma mulher pode estar passando.
- Eu não quero vê-lo nunca mais. - As lágrimas escorreram em seu rosto.
- Não tome decisão de cabeça quente. Alix é uma pessoa boa, mas é explosivo. Tenta se colocar no lugar dele para tentar entende-lo um pouco. Não estou justificando o que ela fez, mas ele já foi traído por isso esse medo todo. Você é a primeira pessoa que ela ama de verdade.
- Eu o entendo, mas é melhor ficar longe. Eu vou sofrer muito, mas eu tenho que tentar. Não pretendo ficar aqui te dando despesas por muito tempo.
- Eu nem tenho muito tempo, esqueceu? Você pretende ir para onde? - Sorri.
- Vou para a Califórnia, o emprego que eu tinha conseguido era lá. Posso fazer um novo concurso, se eu passar eu vou.
- Ótimo, sempre quis conhecer a Califórnia. - Sorri para ela.
- Você vai ficar aqui, eu vou sozinha. - Ela sorriu em meio as lágrimas.
- Quem disse que estou indo por sua causa? - Passei as costas da mão no rosto dela. - Eu vou porque quero conhecer a Califórnia.
- Seu cara de pau. - Ela sorriu de um jeito doce.
- Quando você passar na prova me avisa, ou se quiser podemos ir antes para você fazer a prova lá.
- Obrigada por tanto, De La Cruz.
- Mahelí, você me ajuda?
- Com o quê? - Ela me olhou nos olhos.
- A ser feliz nesses quarto meses que tenho.
- Não fale assim, dói ouvir isso. Você vai ver, talvez tenha alguma cura. Eu vou estudar para ver o que podemos fazer.
- Já me conformei com a ideia, eu vou morrer. Mas eu quero pelo menos ser feliz nesses últimos meses. - Meu olhar caiu. Eu queria ter a encontrado antes de Alix se apaixonar. Pelo menos vou ter sua companhia no resto dos meus dias.
- Olha só, não vamos falar de coisas tristes. Vamos fazer comida, comida sempre nos alegra.
- Você vai ficar sentadinha, eu vou cozinhar para você. Deixa só eu tomar um banho. - Fui para o quarto e peguei a roupa, tomei banho e logo estava de volta.
Mahelí já tinha lavado as verduras e descascado os legumes.
- Já adiantei as coisas para você. - Ela sorriu enquanto comia um pedaço de cenoura crua.
- É coelhinha, você não tem jeito. Tem que fazer repouso.
- Coelhinha? - Ela sorriu.
- Quem come cenoura crua e inteira, não é coelho? - Sorri de volta. - Agora deixa comigo, você gosta de quê?
- Eu gosto de tudo. - Ela sentou perto da ilha e ficou me observando. - Posso colocar uma música?
- Cozinhar ao som de música? Isso é novidade.
- Vi que tem uma Alexa ali no canto.
- Tem uma dessa em cada canto da casa, até abrir as cortinas elas abrem e ligam o ar condicionado. - Eu sorri. - Pode colocar, é bom que você distrai a mente.
- Alexa, Please don't change - Jung Kook.- A música começou a tocar, até que era animada.
- Música boa. - Comecei a dançar enquanto cozinhava. Mahelí me observava e sorria com os olhos.
- Você leva jeito para isso. - Ela bateu palmas.
- Para a cozinha ou para a dança? - Perguntei e fui até ela com uma colher, fazendo-a experimentar a comida. Ela experimentou e eu fiquei esperando o resultado.
- Isso está delicioso. - Mahelí sorriu de um jeito único, tinha tanta sinceridade. - Você leva jeito para dança e para cozinha. Está super aprovado.
- Que bom que gostou. - Estava a observando.
- Você vai me mal acostumar, vou até mentir que enjoei do cheiro da comida, só para você cozinhar para mim todos os dias.
- Eu posso fazer isso. Será um prazer.
- Pode deixar que eu cozinho para você também, faço questão. Podemos revezar.
- Fechado. - Sorri. Levantei a mão e ela tocou na minha mão e sorriu.
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Fake Love - Triologia 1°
RomanceApós um mafioso ser traído por sua noiva, ele passa a não acreditar que o amor pode existir. Ele se torna mais sombrio e solitário, achando que só existe amor falso. Para sua surpresa descobrirá o que é ser amado e o que é amor, ele verá como am...