XV - Quatro Patas

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"Eu
Sempre te mantive por perto, mais perto do que sabe
Eu
Eu estou andando nas sombras
Atrás de você, em um pálido cavalo branco

Você nunca iria querer que eu aparecesse
Você nunca quer que isso acabe"

Witch Image - Ghost

Quando os olhos de Helena reconheceram Ayla, o alívio em seu corpo foi imediato e ela abraçou a garota sem nem antes verificar se não estava machucada

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Quando os olhos de Helena reconheceram Ayla, o alívio em seu corpo foi imediato e ela abraçou a garota sem nem antes verificar se não estava machucada.

Recostou a cabeça da filha em seu peito e chorou soltando gemidos e soluços sem parar. Ela olhou para cima e encarou as nuvens negras que despencavam toda aquela chuva. Queria gritar e agradecer por ela estar viva, mas não faria isso na frente de outros policiais.

Uma ambulância encostou ali perto e dois enfermeiros deram uma bronca em Helena por ela ter movido Ayla, explicaram que a garota poderia ter algum ferimento interno e o movimento do corpo podia agravar o ferimento. Eles a colocaram sobre um carro-maca e a levaram até o interior da ambulância, tapando-a com um cobertor quadriculado.

Não iriam levá-la ao hospital agora, como não estava, aparentemente, gravemente ferida e as ambulâncias eram escassas, iriam esperar até haver outro sobrevivente para encaminhar os dois ao hospital. Óbvio que se fosse constatado que ela tem ferimentos internos, seria imediatamente encaminhada a um hospital.

— É incrível... — Nicolas começou, perplexo. — É como se ela tivesse sido abraçada por um anjo que não permitiu que se ferisse.

Helena que sorria de felicidade até o momento pareceu ter sido eletrizada — e ela nem foi atingida por um raio. Ela deu um passo para trás e pôs uma das mãos na boca a ponto de passar mal ali mesmo.

— Tô te falando, ele era enorme! — o policial Felipe vibrava enquanto contava a Débora como descobriu Ayla tão longe da área de buscas. — Cada pata dele era maior que meu braço e olha que eu faço academia há seis meses!

Débora revirou os olhos sem muita paciência para o nível de idolatrismo que Felipe ficou por um cachorro.

Helena piscou algumas vezes e olhou para Ayla sendo atendida dentro da ambulância e depois para o banco e respectivamente para Felipe.

— Um cachorro...

— Sim! Cara, que incrível! Me senti tão especial por ele ter me escolhido. Só queria saber como esse banco desprendeu do chão e foi parar aqui.

A loira foi de volta para o centro de operações e ficou alguns minutos observando a filha dormir calmamente. Então ela abandonou a ambulância e seguiu em direção a uma pequena floresta do outro lado de onde aconteceu o acidente.

Tomou cuidado para ninguém vê-la e se esgueirou entre as árvores tão encharcadas quanto ela. Helena parou em uma pequena pedra onde apoiou a cabeça e chorou de novo, tudo que saía por seus olhos não era nada mais do que um arrependimento tão amargo quanto ao pedido que a levou a esse sentimento.

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