A Fuga dos Chinelos

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Após sua escapada triunfante com uma sacola cheia de meias descombinadas, Lúcio se encontrou em um novo dilema. As meias, embora coloridas e alegres, não eram suficientes para satisfazer seu desejo por aventuras. Foi quando ele ouviu falar de um par de chinelos mágicos que concediam ao usuário a habilidade de correr mais rápido do que o vento.

Lúcio sabia que esses chinelos estavam em posse do velho sapateiro da cidade, um homem sábio e astuto que não seria facilmente enganado. Mas Lúcio tinha um plano. Ele se disfarçou de vendedor ambulante e foi até a loja do sapateiro com uma caixa de sapatos supostamente encantados.

Lúcio: (com um bigode falso e um chapéu extravagante) “Bom dia, senhor! Tenho aqui sapatos que dançam sozinhos! Perfeitos para quem tem dois pés esquerdos!”

O sapateiro, curioso, convidou Lúcio para dentro. Enquanto o sapateiro estava distraído experimentando os sapatos dançantes, Lúcio avistou os chinelos mágicos.

Sapateiro: (rindo enquanto os sapatos o faziam girar) “Esses sapatos são incríveis! Mas como funcionam?”

Lúcio: (apontando para os chinelos) “Ah, eles são movidos pela alegria do usuário! E por falar nisso, aqueles chinelos ali parecem tristes. Posso animá-los?”

O sapateiro, ainda entretido, concordou sem pensar. Lúcio pegou os chinelos e, num piscar de olhos, colocou-os e saiu correndo da loja, deixando para trás um sapateiro girando em sapatos que não paravam de dançar.

Com os chinelos nos pés, Lúcio sentiu uma energia incrível. Ele correu pelas ruas, rindo e saltando, tão rápido que ninguém conseguia vê-lo, apenas uma brisa e o som de risadas. Mas, em sua pressa, Lúcio não percebeu que os chinelos tinham vontade própria.

Chinelos: (com vozes animadas) “Mais rápido, Lúcio! Vamos mostrar a eles como é uma verdadeira corrida!”

Lúcio, agora não mais no controle, foi levado em uma corrida maluca pela cidade, passando por mercados, sobre telhados, e até mesmo através de um casamento, onde os noivos ficaram surpresos ao ver um par de chinelos – e um ladrão descalço – interrompendo a cerimônia.

No final, exausto e ainda rindo, Lúcio conseguiu parar os chinelos ao prometer que nunca mais os usaria para roubar. Ele os devolveu ao sapateiro, que, apesar de um pouco tonto, não pôde deixar de rir da situação.

Lúcio aprendeu que nem sempre é preciso estar no controle para viver uma aventura emocionante. E assim, com os pés firmemente no chão, ele se preparou para sua próxima travessura, prometendo que seria ainda mais engraçada e atrapalhada do que a última.

Lúcio: Ladrão Descalço.Onde histórias criam vida. Descubra agora