💍 Capítulo 58 💍

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JEONG YUNHO

Yunho soltou o ar do peito quando sentiu Song puxar com firmeza o regulador do colete a prova de balas que estava vestindo por cima de uma regata preta. A tensão no escritório era quase palpável, tanto que Yunho se inclinou em direção a mesa rústica e se sentou no tampo, não querendo de forma alguma desistir daquela ideia na altura do campeonato. É claro que estava com medo, mas precisava acabar com aquilo de uma vez por todas, ou Hongjoong ficaria para sempre assombrando sua vida.

— Você sabe que ainda dá tempo de desistir dessa ideia maluca, não é? — a voz de Mingi trouxe Yunho de volta para a realidade, e então este último soprou um riso baixo, levantando o rosto para enxergar o mais velho.

— Eu não quero desistir. — disse firme, colocando os braços dentro das mangas da camisa social larga e de mangas longas assim que Mingi lhe envolveu com a peça. — Quero que isso acabe de uma vez por todas, Mingi. Quero voltar a viver a minha vida, quero voltar pro meu trabalho. Você sabe que isso nunca vai parar se deixar a policia trabalhando sozinha. — Yunho enfiou os braços na camiseta e deixou que Mingi ajeitasse a mesma em seu tronco. — Só a gente sabe o que o Hongjoong fez com as nossas vidas, então só nós dois daríamos o valor real para que ele finalmente fosse pego. — e abaixou o rosto, assistindo Mingi fechar os botões de sua camisa. Sentia falta de ser cuidado por Song daquela forma.

— Eles estão fazendo o melhor que podem, Yun. Eles são regidos por lei, não podem simplesmente sair agindo ou matando, apesar do Kim ser um criminoso. — Mingi disse e Yunho inclinou o tronco para trás, apoiando o peso do corpo nas mãos para voltar a olhar o rosto de Mingi com mais clareza.

— Mas eu posso. — Yunho disse, vendo a expressão de Mingi se desenhar em meio ao susto, com um arregalar de olhos e levantar das sobrancelhas. — Porquê que você acha que o Seungwoo concordou com isso? Eu posso muito bem matar o Kim e alegar legítima defesa. Com todo o histórico que ele tem comigo, e até mesmo com você, com toda certeza eu poderia.

Yunho não saberia descrever em palavras o misto de emoções que estava sentindo naquele momento. Era como um misto de adrenalina com um pavor que nunca havia sentido antes.

Uma hora e meia mais cedo, assim que concordou para que Seungwoo lhe colocasse como isca para Kim aparecer, Yunho estava inquieto. Por uma hora inteira ouviu Seungwoo lhe explicar detalhadamente tudo que seria feito e como seria cada detalhe para que a operação desse certo conforme o planejado. E qual era o planejado? Yunho precisaria dirigir até a cidade, obviamente sendo supervisionado por policiais à paisana, com escutas e protegido por um colete de combate. Precisava ir até Sinsa-dong, o bairro onde Kim morava, pois ali era a região onde a polícia desconfiava que ele estava, já que sabiam que o mesmo não poderia ir tão longe sem ser pego, então dificilmente ele sairia daquelas proximidades.

Após chegar na cidade, seu objetivo era justamente atrair a atenção de Kim, e caso conseguisse, sua missão era atraí-lo para uma conversa como se quisesse fazer as pazes, mas na verdade ele já estaria cercado e sendo observado, para em qualquer momento finalmente receber a voz de prisão. Bem, pelo menos era o que a polícia havia planejado.

— Acabei. Assim que você for sair, é só colocar aquele casaco mais grosso para não deixar o colete à mostra. — Mingi apontou para o casaco preto e pesado que estava no sofá. — Pelo menos o dia de hoje amanheceu mais frio, assim, caso Hongjoong aparecer, ele não vai desconfiar. — Yunho viu Song suspirar profundamente enquanto enfiava as mãos nos bolsos e encolhia os ombros.

— Ei, eu vou ficar bem. — tentou convencer Mingi ao mesmo tempo que a si mesmo, aproveitando a proximidade para colocar as mãos no quadril do mais velho e balançar o corpo alto dele.

LOYALTY II - O passado fica para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora