A Corrida Contra o Relógio

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Lúcio acordou com o som de batidas urgentes em sua porta. Era uma manhã nublada em Soleira, e o ar carregava uma tensão incomum. Ao abrir a porta, ele encontrou uma criança ofegante, com os olhos arregalados pelo pânico.

Criança: (com voz trêmula) “Lúcio, você precisa nos ajudar! O Relógio Central parou, e com ele, o tempo na cidade parece estar desacelerando!”

Lúcio, sem hesitar, seguiu a criança até o coração de Soleira, onde o grande Relógio Central se erguia. Era verdade, os ponteiros do relógio haviam parado, e as pessoas ao redor moviam-se como se estivessem em câmera lenta.

Lúcio: (determinado) “Vou consertar isso. Não há tempo a perder… literalmente.”

Ele escalou a torre do relógio, seus pés descalços encontrando apoio nas pequenas saliências da pedra. Ao chegar ao topo, Lúcio se deparou com o mecanismo complexo do relógio. Engrenagens, molas e ponteiros entrelaçados em uma dança metálica congelada.

Lúcio: (examinando o mecanismo) “Preciso encontrar a peça que falhou.”

Com cuidado e precisão, Lúcio começou a desmontar parte do mecanismo. Ele sabia que qualquer erro poderia piorar a situação. Após alguns momentos tensos, ele encontrou o problema: uma pequena engrenagem havia quebrado.

Lúcio: (com um suspiro de alívio) “Aqui está você, pequena travessa.”

Ele desceu rapidamente e foi até a oficina do sapateiro, onde sabia que encontraria as ferramentas necessárias para criar uma nova engrenagem. Lúcio trabalhou com afinco, moldando o metal com a mesma habilidade que antes usava para furtar sapatos.

Com a nova engrenagem em mãos, Lúcio subiu novamente a torre. Ele inseriu a peça no lugar, ajustou os mecanismos e, com um sopro de esperança, deu corda no relógio.

Lúcio: (ansioso) “Por favor, funcione.”

Para seu alívio e alegria da multidão abaixo, o Relógio Central voltou à vida. Os ponteiros retomaram seu ritmo constante, e as pessoas de Soleira começaram a se mover normalmente novamente.

Multidão: (em uníssono) “Viva Lúcio! O herói de Soleira!”

Lúcio desceu da torre para ser recebido com abraços e agradecimentos. Ele havia salvado o tempo em Soleira, mas mais do que isso, ele havia unido a cidade em um momento de necessidade.

Lúcio: (com um sorriso humilde) “Não precisam me agradecer. Soleira é minha casa, e vocês são minha família.”

A partir daquele dia, Lúcio não era apenas o homem que andava descalço; ele era o guardião do tempo, o coração pulsante de Soleira. E enquanto o Relógio Central continuasse a marcar as horas, Lúcio estaria lá, pronto para qualquer aventura que o tempo lhe trouxesse.

Lúcio: Ladrão Descalço.Onde histórias criam vida. Descubra agora