Capítulo 38

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Os dias que se seguiram não foram os melhores para mim

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Os dias que se seguiram não foram os melhores para mim. A minha mente continuava uma grande bagunça, com as lembranças e sentimentos confusos me rodeando.

Eu conversei com a minha psicóloga sobre o meu trauma, abri o meu coração sobre como tudo aquilo me afetava e foi assim que descobri o meu medo com mudanças, roupas ousadas e lugares fechados.

Eram os meus gatilhos, que mesmo não tendo a lembrança, a minha mente fazia questão de ativar.

Marisa me incentivou a fazer um diário dos meus sentimentos do dia, de acordo com ela, isso me ajudaria a pôr a dor para fora sem me fechar ou entrar em uma depressão pós-traumática.

É o que eu tenho feito. Desde terça, venho ao jardim, me sento sozinha olhando a decoração e a estufa de Clara, em uma tentativa de limpar a minha mente e me desfazer de todas as sensações ruins.

O mais difícil depois da descoberta é não me sentir suja, tem sido a minha nova luta, mas eu sei que vou conseguir. Assim como as borboletas, viverei o meu momento de metamorfose para depois conquistar as minhas asas.

São as fases, nós precisamos vivê-las. É o que mamãe sempre me disse.

E por falar nela, também conversei com os meus pais que, como já previsto, confirmaram a história. Papai garantiu que o fantasma nunca mais poderia se aproximar de mim, pois tinha usado todos os meios legais de mantê-lo longe da nossa família.

Embora soubesse que não corria mais risco, eu me senti aliviada com a informação. Tinha calafrios só de me imaginar perto daquele monstro.

Mamãe me perguntou inúmeras vezes se não queria voltar para casa e fazer as últimas fotos na Shine, e foi só ao me ver prometendo que ficaria bem e ouvindo da boca do meu anjo que ele cuidaria de mim, que Mariana se tranquilizou.

E confesso que tive vontade de largar tudo e só me esconder em seu abraço maternal, porém tenho um compromisso com o meu trabalho e com o homem incrível que tem tornado a minha vida leve e também intensa.

Descobri que é fácil se apaixonar por ele, e mesmo que já tivesse a certeza dos meus sentimentos, com todo o seu cuidado e paciência, tenho me apaixonada cada dia mais.

Pedro torna tudo suportável e superável, e tem sido muito mais do que um amigo para mim. Ele realmente está fazendo tudo. E o novo sentimento que tem me despertado é assustador, imensurável, mas é bom e libertador.

Não sei como nomeá-lo, sei apenas que gosto de vivenciá-lo. Parece certo e predestinado. Assim como enxergo a nós dois. Só torço para que ele possa sentir também.

Saindo do momento reflexivo, decidi ligar para a minha melhor amiga. Luana estava me enviando milhares de mensagens todos os dias, para ter certeza de que eu ficaria bem.

Sentia-me grata por ter tantas pessoas preocupadas comigo, me dando conforto e apoio. Afinal, ninguém quer acordar um dia e descobrir que foi vítima de abuso sexual.

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