Capítulo 40

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Eu tenho certeza que ele entendeu o meu trocadilho

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Eu tenho certeza que ele entendeu o meu trocadilho.

Estou aflita por isso? Por incrível que pareça, não. Na verdade, me sinto muito bem em admitir os meus sentimentos.

A minha maior prova de que as coisas podem ter mudado para ele também, é o sorriso prepotente em sua boca. Pedro não surtou ou pareceu aflito, apenas feliz, aliviado.

O que também me alivia. Significa que o meu plano de tornar tudo real está fluindo perfeitamente.

E pensar que começamos assim, com um plano, que diferente deste, tinha como intuito fazer o Guilherme se apaixonar por mim. Não posso dizer que foi um fracasso, no entanto, a insinuação do meu antigo melhor amigo não era algo que estivesse realmente esperando.

Foi naquele dia que descobri o quanto estava envolvida pelo meu anjo e não me arrependo nenhum pouco de ter me arriscado com ele nesta relação.

— Acho que devemos brindar ao tudo — Pedro disse, sua voz cheia de diversão.

Eu ri, jogando a cabeça para trás e mordiscando o lábio logo em seguida.

Hum... eu também acho — consegui dizer, entrando em sua onda.

O anjo repousou o meu pé em sua perna e pegou sua taça de vinho, esticando-a próxima a mim, para que pudéssemos brindar. Repeti seu gesto, olhando-o profundamente enquanto proferia:

— Um brinde ao nosso tudo, hoje, amanhã e sempre — tintilando as taças.

Pedro devolveu o meu olhar e, no segundo seguinte, estávamos presos em uma bolha só nossa, com o turbilhão de sentimentos nos rodeando e eletrizando os nossos corpos.

Tudo pareceu correr em câmera lenta durante a troca, o oxigênio foi retirado dos meus pulmões, eu me sentia sendo atraída cada vez mais para ele, com os batimentos descompassados e a certeza de que não era a única a sentir aquela corrente elétrica percorrendo cada poro.

Meu anjo arfou, desviando os seus olhos até a minha boca. Sem controle e necessitada, deslizei a língua pela carne seca, cheia de anseio por um toque dele.

Era como se nada mais importasse. Como se a sua presença fosse tudo, e ela era, porque tê-lo ao meu lado importava bem mais do que qualquer outra coisa.

Ia dizer algo, pedir por seu beijo, mas não tive tempo, Pedro notou a minha intenção e quebrou o contato, levando a taça a boca. Eu desviei o olhar também, me sentindo queimar em desespero por ele.

E confesso que senti um leve incômodo por não ter podido beijá-lo, porque eu queria. Queria muito. No entanto, o homem a minha frente pensava bem diferente de mim e fugia de qualquer coisa nesse sentido.

E tudo bem, eu sei o motivo, mas ver a sua recusa só me faz sentir pior. Queria que pudéssemos agir normalmente perto um do outro.

Suspirando em lamento, terminei de tomar o vinho e disse a ele que queria dormir. Omitindo, na verdade, a vontade de fugir do meu constrangimento.

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