One Shot

7 0 0
                                    


Dez e quarenta da noite, e o maldito sono ainda não havia chegado. Revirava na cama de um lado pro outro bagunçando os lençóis que antes estavam tão bem esticados sobre o colchão. O maldito cheiro amadeirado inebriava meus sentidos sempre que inspirava em busca de ar. Péssima ideia ter vestido a camiseta do meu namorado pra dormir. Apesar de ser bem confortável, o maldito tecido tinha o perfume impregnado em seu linho.

Mordisquei meu lábio inferior sentindo a ansiedade se apoderar de mim. Maldito Jimin. Sentia sua falta, não nos víamos há dias, 8 pra ser mais exata. A rotina conturbada do meu namorado não nos possibilitava muito tempo juntos. Também pudera, Jimin estava em seu último semestre do curso de medicina.

Segurei firme a barra da camiseta entre meus dedos a fim de tirar a peça de roupa, mas me detive com os dedos puxando o tecido ainda mais pra baixo, esfregando uma coxa na outra na tentativa falha de aliviar a tensão em minha feminilidade. A ponta de meus dedos estava esbranquiçada, talvez fosse pela força na qual apertava o pedaço de pano entre as falanges, mas também me arriscava dizer que todo o sangue de meu corpo estava nesse exato momento se concentrando todo em meu baixo ventre. Quente, úmido, formigando e pulsando.

- Droga.

Murmurei frustrada. Não queria me tocar outra vez, não hoje. Poxa, sentia tanta falta do meu namorado.

Em meio a agonia minha mente devassa e libidinosa gritou para que eu me arriscasse em uma loucura. Mais uma das tantas. Ergui meu tronco sentando-me de maneira relaxada sobre o colchão. Apanhei o aparelho celular que estava sobre o criado mudo ao lado da cama. Ansiosa disquei o número do qual já sabia de cor. Chamou uma, duas, três vezes. Conforme os segundos se estendiam, perdia minha esperança de ouvir que fosse um pouco a voz doce e suave do meu companheiro junto a sua respiração calma. Talvez ele já estivesse dormindo.

- Alo? Ana?

Estremeci

- Jim?

- Aconteceu alguma coisa amor?

Sua voz aparentou estar preocupada, também pudera, beirava as onze da noite e eu nunca o havia ligado tão tarde e muito menos tão de repente.

- Não amor, desculpe ser tão tarde da noite, mas senti tanto sua falta. Por acaso te acordei?

Senti uma pontada de pena por talvez quem sabe tê-lo acordado. Jimin respondeu num tom baixo que "não". Mentiroso, ele não sabia esconder nada de mim. Mas conhecendo bem o rapaz, sabia que ele não me diria que o havia despertado do sono, ele sabia que me sentiria mal por isso e encerraria a ligação por culpa. Mas hoje era diferente, eu precisava muito dele, com sono ou não.

- O que está fazendo meu bem? Não consegue dormir?

Suspirei pela enésima vez. Cruzei as pernas uma sobre a outra pressionando meus tornozelos um no outro, um claro sinal de nervosismo. Jimin tinha esse poder sobre mim. Eu ficava tão sensível e vulnerável quando se tratava dele.

- Não amor - Respondi num tom baixo, Jim suspirou do outro lado da linha - Eu estava com saudades sua, estive pensando em você durante a noite toda.

- Hm, e posso saber no que estava pensando?

Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha enquanto mordiscava o canto do lábio. Demorei alguns segundos pra responder, ponderando se seria direta com ele ou faria um suspense básico.

- Jimin - Optei pelo suspense - Estou vestindo sua camiseta.

Jimin soltou um ruído do outro lado da linha. Sua respiração se tornou mais densa, forte.

Dirty TalkOnde histórias criam vida. Descubra agora