Nosso segredo, Mabel.

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Mabel Corrigan.

— Ok, e a quanto tempo vocês vêem a mulher de cabelo preto? — Pergunto para as duas, dando uma colherada no meu sorvete.

— Desde pequena. — Anastásia da de ombros, olho para Anabel, que concorda com a cabeça.

— E por que nunca me falaram nada? — Vejo Anastásia revirar os olhos.

— Pensa bem Mabe, se nem eu e nem a Bel nunca te dizemos nada é porque tinhamos o mesmo medo que você. — Ela diz óbvia.

— De ela não existir e eu ser uma louca que vejo coisas? — Vejo Anabel assentir com a cabeça.

— Ela nunca tinha falado comigo antes. — Anabel leva uma colher do sorvete até a boca.

— Nem comigo. — Olho para Anastásia, que desvia o olhar na hora em que Anabel também a olha. — Você está escondendo algo! — Bati na mesa, fazendo a mais nova olhar para mim.

— Está mesmo, Nat. — Anabel diz, segurando no pulso da garota.

— Não estou! — Ela diz variando o olhar entre eu e Anabel.

— Está sim! — Eu e Anabel dizemos ao mesmo tempo.

— Tá tá, eu estou... — Ela puxa o braço.

— O que? — Pergunto a encarando.

— Ontem de madrugada, quando Magg me expulsou de casa... — Ela olha para o lado. — Eu falei com ela, perguntei o que ela era, o nome dela, idade...

— E ela respondeu? — Anabel perguntou um pouco alto demais, me fazendo bater em seu braço. — Ai, doeu.

— Não, eu disse que sabia que ela não era humana, ai ela me perguntou "eu sou o que entao, Anastásia?" — Dou risada quando Anastásia tenta imitar a voz da mulher. — Ela me deu carona até o apartamento da Anabel.

— O que!? — Anabel quase grita, me fazendo dar outro tapa na mulher. — Para com isso Mabe. — Ela reclama.

— Por que não contou isso para nós? — Vejo Anastásia fazer uma careta de tédio. — Ae né...

— Ok, então ela é nosso anjo da guarda? — Anabel pergunta, fazendo Anastásia rir.

— Quando perguntei para ela, ela sorriu, mas foi de um jeito irônico. — Ela da de ombros, pegando mais um pouco de seu sorvete.

— Por que estamos levando isso tão normal? — Pergunto para as duas, que dão de ombros. — Vai que essa coisa... — Vejo Anabel fazer uma careta.

— Vamos chama-la assim? — Olho para Anastásia. — Acho que devemos dar um nome a ela, algo que combine.

— Tá, vamo concordar de que essa "anja" é uma puta de uma gostosa. — Anastásia diz com tanta normalidade, me fazendo quase engasgar com o sorvete, vejo Anabel rir que nem uma louca.

— Ficaram malucas? E se ela não for um anjo? E se ela for um demônio? — Me inclino para falar mais baixo.

— Ah, então ai ela seria uma demonia muito gostosa! — Anastasia da uma risada depois que termina de falar.

— Eu to falando serio! — Me encosto na cadeira. — Se ela for um demônio e não gostar de que a chamem assim, ou que a determinem um "anjo" estamos mortas. — Vejo Anabel bater com a mão na mesa.

— É isso! — Ela sorri. — A morena dos olhos claros é a morte! — Faço uma careta com a ideia.

— Não acho que a morte seria tão bonita. — Anastásia diz, me fazendo revirar os olhos.

• A Morte lhe Cai Bem. • // B.EOnde histórias criam vida. Descubra agora