A Second Chance

cαpítulo 1: segundα chαnce.

   "𝓐 morte nα̃o tem
         αviso prévio
             inesperαdα e eficαz."

     Era o meu fim, naquele momento onde o céu parecia mais escuro do que a própria noite sem lua, o vasto oceano parecia mais longínquo do que qualquer coisa entre céu e terra. ── tudo parecia estar tão mais tenebroso, a morte era sem dúvidas vazia e cruel. Não havia luz no fim do túnel, nem muito menos um arco-íris além da chuva, não havia um final feliz para Régulo Black, não havia nada mais para mim.

    Meu corpo estava perdendo forças, enquanto tentava me debater sobre o morto meio vivo que acabará me puxando para baixo d'água, eu nunca aprendi a nadar então é claro que não iria aguentar nem mais um minuto com aquela coisa. os chutes não eram mais fortes o suficiente, os socos não surtiam nenhum efeito, já estava me acostumando com o fato de morrer ali. ── foi quando ela apareceu, uma linda mulher, metade humana e metade peixe. Ela lutou bravamente com aquele corpo moribundo o jogando para longe. Eu pude finalmente respirar quando a mulher me colocou de volta em terra firme, ela parecia curiosa e também assustada.

   ──── O que estava fazendo há tanto tempo em uma caverna, se não sabia nem nadar até lá? Que bruxo mais burro. ── pude finalmente desfrutar da luz do luar, não estava mais no fim do túnel. O anjo que salvou a minha vida estava a minha frente, apesar de ter uma boquinha suja ela era simplesmente belíssima. Seus cabelos eram como o vasto oceano, seus olhos pareciam ter sido pintados por golfinhos. E seus lábios, de aparência eram tão macios e rosados como uma bela roseira prestes a brotar flores. Seu cabelo azul, combinava com todo o contraste de seus belos olhos, ela era simplesmente divina.

   ──── Você tem uma boquinha abençoada se me permite dizer, achei que sereias matavam homens. Qual foi o grande motivo de ter me salvado afinal? Não confio que seja pela minha amizade e eterna gratidão. ── a mulher tinha um belo sorriso em seu rosto, estava com os braços apoiados em uma grande pedra enquanto a sua calda se agitava sobre a água.

  ──── Eu ia te levar para o fundo, todos os homens quando me vêem tem uma certa paixão e obsessão por mim. Eles me seguem sem exitar, assim posso acabar com a sua miserável vida. ── derrepente a sua expressão mudou, estava séria e carrancuda, me lembrava até uma garotinha mimada que havia recebido um "não" pela primeira vez em sua vida.

  ──── Geralmente as pessoas trazidas aqui por zumbis como aquele, lutam só alguns segundos e já almejam a morte. Mas você não, você tinha o desejo de voltar por alguém. Mesmo se eu quisesse de todo jeito conquistar seu coração e o fazê-lo perecer, não seria fácil certo? Seu coração tem um dono. ── o que ela disse estava certo, meu coração pertencia somente a uma pessoa. James Potter, ele era o dono de tudo que ainda poderia existir em meu ser.

   ──── Eu tenho uma proposta pra fazer, as minhas lágrimas podem fazer você durar vários dias fora dessa gruta. Eu posso te levar a superfície, você não vai morrer de fome ou sede e ainda terá oxigênio suficiente já que não sabia respirar em baixo d'água e com isso seus pulmões estão afetados. ── escutei atentamente tudo que a sereia me dizia, até o grande porém. ──── O amor que você sente por esse garoto, te levou as suas próprias ruínas. Você tentou ser bom, e salvar a todos com as suas próprias mãos. Eles não acreditaram em você, te deixaram para morrer e apodrecer sozinho.

  ──── Você realmente não seria um bom apoio mental, diga logo o que quer antes que eu morra de depressão. ── A mulher arqueou uma de suas sombrancelhas, assim deixando um breve suspiro escapar. ──── Se afaste dessas pessoas, fique longe desse grande amor até ter certeza que o superou. Fique longe dessa marca que está em seu braço, e quando tiver o superado verdadeiramente. ── Uma longa pausa foi inserida, olhei por longos minutos. ──── Me deixe te levar ao fundo, você não será o único que irá morrer. Também farei de tudo para deixar essa alma agonizante para trás, quero partir com aquele que mais me interessou. ── também me perguntei, de todo aquele mar negro e todos que já passaram por ali, o que tinha de interessante em mim para aquela sereia ter se interessado?

  ──── Tudo bem, eu não tenho nada a perder. Estamos de acordo, então me leve de volta a superfície. ── O choro de uma sereia, aquelas lágrimas tão lindas, que se tornavam como um forte poder espiritual. Tudo que antes me atormentava foi deixado para trás, o sono havia me tomado por completo enquanto jurei que aquela bela moça havia me pegado em seus braços e nadado comigo por todo o mar negro só para me levar de volta a superfície.

   Não sabia quantos dias haviam se passado, ou quem havia me encontrado mas estava em um local muito conhecido por mim. ── a enfermaria de Madame Promfey, a mulher mantinha um rosto sereno enquanto limpava o meu corpo novamente. Talvez tenha sido assim que tenho tomado banho enquanto estava apagado, ainda me lembrava da bela sereia, e do nosso acordo que deveria tratar de cumprir rapidamente.

  ──── Reggie, você acordou! Eu sempre vim trazer esses cookies com chocolate quente esperando você acordar, para comermos juntos como fazíamos sempre. ── uma loura incrivelmente alta, de pele quase pálida e lábios rosados com bochechas igualmente rosadas havia adentrado o local. Estava com os fios desgrenhados, o que não era normal de sua melhor amiga. Parecia estar muito cansada, não deveria estar dormindo ou comendo e só esperava pacientemente seu melhor amigo acordar.

  ──── Pandora, você parece tão cansada. Não deveria estar aqui, e sim deveria estar em sua sala. Eu cuido muito bem dos meus pacientes, não poderia confiar seu melhor amigo a mim? ── Madame Promfey olhava para a loura com uma certa careta, encarava as duas com uma certa confusão coçando a nuca. ──── Essa garota não saiu de perto de você, desde que Dumbledore te achou perto do mar negro. Ela tem te vigiado todos os dias, sempre trazendo pratos de cookies e copos de leite com chocolate. E aquele garoto também, James Potter.

    Quando James descobriu sobre a minha marca, disse que não me queria mais em sua vida. Que eu era uma escória, assim como o Lord das Trevas. Também disse que eu não deveria ter nascido, e que ele não deveria ter se apaixonado por um ser tão imaturo e maligno. Era uma grande surpresa, o que ele estaria fazendo ali me visitando? Seria o peso em sua consciência lhe atormentando?

   ──── Eu não quero vê-lo, podem inventar alguma coisa quando ele vir me ver. Eu não me importo o que seja, só não quero nunca mais vê-lo em minha frente. Pra mim, James Potter não significa nada. ── derrepente um barulho de bandeija caindo de fez, assim como também as cortinas da cama onde meu corpo estava deitado. Era ele, ele não parecia bravo ou triste pelo que escutou. Só estava feliz por me ver vivo, estava com olheiras marcadas e tinha os olhos inchados, sua boca estava pálida. Seus cabelos desgrenhados, e seu rosto tão branco como um papel.   ──── Você voltou, você está aqui! Eu senti sua falta, fiquei maluco quando me disseram que você sumiu.

  Madame Promfey e Pandora balançaram a cabeça concordando, me contaram que James fez Lucius desmaiar quando o mesmo zombou dizendo que eu havia me bandiado para o lado das trevas e sucumbido a morte por meio dela. ── James só parou quando Sirius, Remus e Peter o seguraram. Sirius também havia enlouquecido, e batido em Barty para saber se eu havia dito alguma coisa a ele em relação ao que eu estava fazendo ou me metendo.

  ──── Você.. parece tão cansado, vai me dizer que não dormiu bem por minha causa? Não tem comido direito, e ainda arrumou briga com Lucius Malfoy por minha causa? ── O garoto se sentou ao meu lado, abraçando o meu corpo com todo o cuidado. Como se faz com uma boneca de porcelana, temendo que ela se quebre por sua fragilidade.

  De repente eu percebi, seria impossível manter a promessa que fiz aquela sereia. James e eu pertenciamos um ao outro, mesmo com todas as nossas discussões e indiferenças.. por Merlin! Eu definitivamente o amo.