Romance Sobre O Palco 🥀

Vou Me Tornar Um Dançarino!!!

POV: Kenji

Naquela manhã fria em Seul, eu sentia minhas mãos congelando enquanto tentava esconder o nervosismo. Estávamos no estúdio de dança, todos aguardando ansiosamente o anúncio dos selecionados para a próxima fase das preparações da grande apresentação. O professor Kim, sempre com suas piadas que misturavam bom-humor e falta de noção, estava prestes a revelar os nomes.
"Bom, pessoal, vamos começar logo isso antes que meu café esfrie mais do que a alma de um ex-namorado!" ele disse, arrancando risadas nervosas de todos nós. Eu ri também, mas meu coração estava batendo tão rápido que parecia querer sair do peito. Então, ele começou a chamar os nomes.
"Yoo-na, Jaehyun..."
Meu coração parecia estar treinando para uma maratona, e cada nome que não era o meu fazia meu estômago dar voltas. "Por favor, me chamem," pensei, "minha tia investiu tanto dinheiro em mim que preciso dar algum orgulho pra ela, senão ela vai pedir reembolso!" As pausas do professor eram torturantes, como se ele estivesse esperando o momento perfeito para me fazer suar mais do que na própria dança.
"Junghoon... E... Kenji" ao ouvir meu nome saindo de sua boca sinto como se toda carga pesada sobre meus ombros sumissem em um piscar de olhos, eu não acreditava que realmente tinha sido selecionado para minha primeira apresentação profissional de dança! Eu mal podia esperar para contar a minha tia.
Depois da breve reunião no estúdio, saí correndo para a loja da minha tia, uma pequena joia de esquina que vendia artesanatos de biscuit, produtos feitos à mão e até alguns discos antigos. Assim que entrei, o cheiro familiar de tinta e verniz me envolveu, trazendo um sorriso ao meu rosto. Minha tia Kyomi estava atrás do balcão, com o cabelo preso em um coque bagunçado e um sorriso que iluminava todo o ambiente."Olha só quem decidiu aparecer! Como foi a reunião, campeão?" perguntou ela, com aquele olhar esperançoso que só uma tia orgulhosa consegue ter."Passei, tia! Fui selecionado para a apresentação!" eu disse, ainda não acreditando totalmente nas minhas palavras. Ela soltou um grito de alegria e me abraçou tão forte que quase perdi o fôlego."Isso merece uma celebração! Mas, antes, preciso de uma mãozinha aqui. O senhor Ryu está esperando seu disco e eu não consigo achar aquele do Elvis." Enquanto procurava o disco, um cliente entrou na loja, um senhor de idade que sempre visitava. "Bom dia, Kenji! Essa loja nunca perde a essência, hein? Tua tia mantém esse lugar com uma energia incrível." "Bom dia, senhor Lee! Se essa loja fosse um personagem de filme, seria o Yoda: pequena, cheia de sabedoria e poderosa!" respondi, arrancando risadas do mais velho. Nesse momento, encontrei o disco do Elvis e o entreguei ao senhor Ryu. "Você é rápido, garoto! Essa loja é uma maravilha, sempre encontro o que preciso e um pouco mais," disse ele, sorrindo."Se precisar de mais alguma coisa, estou por aqui. E cuidado com esses discos, senhor Ryu, eles são tão preciosos quanto um casaco da Gucci" brinquei, recebendo um sorriso divertido em troca.
Enquanto ajudava Kyomi a organizar os itens na loja, eu ainda pensava na seleção. Não conseguia acreditar que tinha passado. Cada vez que alguém entrava na loja e comentava sobre algo, meu pensamento voltava para a lista de nomes anunciada mais cedo.
"Tia, você acredita que eu realmente fui selecionado?" perguntei, ainda incrédulo.
"Claro que acredito! Sempre soube que você tem talento," ela respondeu, me dando um tapinha no ombro.

Naquele mesmo dia...

"Choi Hye-jin, você está louco? Você não vai sair dessa empresa?" meu pai explodiu, a raiva evidente em seu rosto, enquanto eu soltava fumaça do cigarro, preenchendo o cômodo com uma nuvem densa.
"Pai, calma! Eu só estava pensando na possibilidade, não disse que iria sair," tentei explicar, levantando as mãos em um gesto de apaziguamento.
"Pensando na possibilidade? Não acredito que você está sequer considerando isso! Eu dediquei minha vida a essa empresa, e você também deveria," ele gritou, apontando o dedo acusadoramente.
"Eu entendo, pai, mas não estou dizendo que vou sair. Só estou considerando outras oportunidades, sabe?" respondi, tentando acalmar os ânimos dele. Apaguei o cigarro, tentando focar apenas em acalmar meu pai.