E se o próprio Lúcifer fosse seu anjo da guarda?
Ayla, uma gaúcha que nunca saiu do próprio estado, viveu as primeiras décadas de sua vida sob o olhar protetor de seu exótico anjo da guarda: o próprio Diabo.
Mas, com o surgimento de uma ameaça imine...
"Vem do mal Vem da dor Ele é um traidor Vai fugir Pro seu lar Mas a nossa raça não vai perdoar
Ele não é um de nós E jamais será um de nós Nunca foi um de nós Nem será"
Um de Nós - O Rei Leão
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Ayla estava encolhida na cama, em posição fetal enquanto mexia no celular. Assistia a um vídeo aleatório no reels do Instagram, mas não prestava atenção no conteúdo dele.
Seus pensamentos estavam longe dali e não tinham uma localização exata. Ela pensava no funeral que aconteceria depois de amanhã, pensou em como estava a família de Andressa com tanta tristeza e todos aqueles espíritos obsessores.
Andressa...
Tinha perdido sua nova amiga, morreu como os outros. Ela sentiu revolta porque Lúcifer poderia ter salvado ela, mas ele estava certo em não ter se revelado à garota
Ela pegou outra bala do pacote em meio às suas pernas e levou até a boca passando o vídeo que já havia se repetido algumas vezes.
Era notável o quanto Ayla estava desabilitada, pálida, com um olhar morto e um cansaço notável no corpo.
A garota se assustou quando Lúcifer passou por cima dela e deitou contra a parede na pequena cama de solteiro. Ele encarou-a com um cotovelo no colchão.
— Você está bem?
Ela suspirou desligando o celular.
— Sinto que a minha vida tá virada de ponta cabeça e eu não sei como arrumar.
Ele depositou um beijo na cabeça dela, que fechou os olhos e abraçou a própria mão.
— Tudo vai ficar bem, não se preocupe.
Ela sorriu o observando de lado, deslizou um dedo pela bochecha do demônio que estava fria como de costume.
— Fico feliz que esteja ao meu lado durante esse momento, é muito importante pra mim.
— Eu sempre vou estar ao seu lado.
— Queria saber qual é a entidade que minha mãe conversava — comentou, puxando uma mecha de cabelo de Lúcifer e desfiando-a até ficar com apenas um único fio na mão.
— Não sei no que isso seria útil...
Ayla saltou da cama quando ouviu um baque na porta do quarto.
— Tudo certo? — Helena perguntou no outro lado da porta.
Lúcifer abandonou a companhia de Ayla na cama e voltou a sua poltrona, era muito arriscado estar ali suscetível a mexer um lençol sem querer ou algo do tipo.
— Pode entrar.
A loira pôs a cabeça primeiro e então abriu o restante da porta se projetando completamente para dentro do cômodo.
