"Agora quieta, bebezinho, não chore
Tudo vai ficar bem
Dê um sorriso, menininha, eu te falei
Papai está aqui para te abraçar a noite inteira
Eu sei que mamãe não está aqui agora, e não sabemos o porquê
Temos medo de como nos sentimos por dentro
E isto pode parecer meio louco, linda menina
Mas eu prometo que a mamãe vai ficar bem"Mockingbird - Eminem
Foi uma escolha difícil: deixar Ayla em casa ou matar a sua curiosidade com Damiano? Bom, não adiantaria nada ficar em casa sendo que a garota ainda estava desacordada e aparentemente bem.
Helena mandou algumas mensagens pedindo para que ela avisasse quando acordasse, duvidava muito que a filha fizesse isso porque sempre esquecia de mandar as mensagens, mas Helena podia ver os dois risquinhos azuis e sabia que ela acordou.
Chegou na igreja por volta das 6:25 da manhã, não dormiu mais do que duas horas durante a noite e ansiedade batia níveis tão extraordinários que não permitia que seu corpo sentisse o cansaço de uma noite mal dormida.
Damiano aparentemente estava na mesma situação, mas sem ansiedade. Ele a convidou para entrar, ela entrou, convidou-a para sentar, ela sentou. Ele ficou alguns minutos no fundo da igreja escondido e então saiu vestindo um sobretudo um tanto exagerado para o friozinho de 18° que fazia, principalmente considerando que Helena só vestia uma blusinha quase transparente.
Quando ela pensou que ele finalmente desembucharia, Damiano a convidou para tomar um café da manhã em alguma padaria ali perto. Ela estava pronta para discordar, mas seu estômago vazio falou mais alto.
O carro era de Gabriel, estava tão limpo que parecia até novo e possuía um cheirinho muito bom e Damiano ficou totalmente perdido e confuso com o volante no lado esquerdo.
Helena observou a sua guerra com os espelhos, o espaço pequeno entre o banco e o volante e a dificuldade de dar a partida no automóvel.
— Quer que eu dirija? — ela sugeriu.
— Não, não obrigado — ele ficou envergonhado. — Eu te convidei, eu dirijo.
Ela revirou os olhos passando a encarar a janela. O complexo de cavalheirismo dos homens era uma incógnita que jamais seria desvendada.
— Essa rua é contramão! — ela gritou puxando o volante o mais rápido possível antes dos dois colidirem com um carro.
— Minha nossa, por que se locomover no Brasil é tão difícil?
— Principalmente quando só se tem um olho.
— Ei!
Ela riu.
— Espero que a gente chegue vivos até a padaria.
— Não se preocupe, se está comigo, está com Deus.
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Meu Diabo Particular
Misterio / SuspensoE se o próprio Lúcifer fosse seu anjo da guarda? Ayla, uma gaúcha que nunca saiu do próprio estado, viveu as primeiras décadas de sua vida sob o olhar protetor de seu exótico anjo da guarda: o próprio Diabo. Mas, com o surgimento de uma ameaça imine...