XXIII - Camada de Ozônio

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"Agora quieta, bebezinho, não chore
Tudo vai ficar bem
Dê um sorriso, menininha, eu te falei
Papai está aqui para te abraçar a noite inteira
Eu sei que mamãe não está aqui agora, e não sabemos o porquê
Temos medo de como nos sentimos por dentro
E isto pode parecer meio louco, linda menina
Mas eu prometo que a mamãe vai ficar bem"

Mockingbird - Eminem

Foi uma escolha difícil: deixar Ayla em casa ou matar a sua curiosidade com Damiano? Bom, não adiantaria nada ficar em casa sendo que a garota ainda estava desacordada e aparentemente bem

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Foi uma escolha difícil: deixar Ayla em casa ou matar a sua curiosidade com Damiano? Bom, não adiantaria nada ficar em casa sendo que a garota ainda estava desacordada e aparentemente bem.

Helena mandou algumas mensagens pedindo para que ela avisasse quando acordasse, duvidava muito que a filha fizesse isso porque sempre esquecia de mandar as mensagens, mas Helena podia ver os dois risquinhos azuis e sabia que ela acordou.

Chegou na igreja por volta das 6:25 da manhã, não dormiu mais do que duas horas durante a noite e ansiedade batia níveis tão extraordinários que não permitia que seu corpo sentisse o cansaço de uma noite mal dormida.

Damiano aparentemente estava na mesma situação, mas sem ansiedade. Ele a convidou para entrar, ela entrou, convidou-a para sentar, ela sentou. Ele ficou alguns minutos no fundo da igreja escondido e então saiu vestindo um sobretudo um tanto exagerado para o friozinho de 18° que fazia, principalmente considerando que Helena só vestia uma blusinha quase transparente.

Quando ela pensou que ele finalmente desembucharia, Damiano a convidou para tomar um café da manhã em alguma padaria ali perto. Ela estava pronta para discordar, mas seu estômago vazio falou mais alto.

O carro era de Gabriel, estava tão limpo que parecia até novo e possuía um cheirinho muito bom e Damiano ficou totalmente perdido e confuso com o volante no lado esquerdo.

Helena observou a sua guerra com os espelhos, o espaço pequeno entre o banco e o volante e a dificuldade de dar a partida no automóvel.

— Quer que eu dirija? — ela sugeriu.

— Não, não obrigado — ele ficou envergonhado. — Eu te convidei, eu dirijo.

Ela revirou os olhos passando a encarar a janela. O complexo de cavalheirismo dos homens era uma incógnita que jamais seria desvendada.

— Essa rua é contramão! — ela gritou puxando o volante o mais rápido possível antes dos dois colidirem com um carro.

— Minha nossa, por que se locomover no Brasil é tão difícil?

— Principalmente quando só se tem um olho.

— Ei!

Ela riu.

— Espero que a gente chegue vivos até a padaria.

— Não se preocupe, se está comigo, está com Deus.

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