E se o próprio Lúcifer fosse seu anjo da guarda?
Ayla, uma gaúcha que nunca saiu do próprio estado, viveu as primeiras décadas de sua vida sob o olhar protetor de seu exótico anjo da guarda: o próprio Diabo.
Mas, com o surgimento de uma ameaça imine...
"Profano É a luxúria em seus olhos "Blasfemo" Não seria suficiente
Pervertidos São seus desejos e sonhos Tangidos nos raios de Lúcifer"
Per Aspera Ad Inferi - Ghost
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Gabriel havia decidido participar dessa sessão a fim de garantir a segurança do irmão. Helena apenas trouxe a filha, tinha muito trabalho e não poderia comparecer na sessão.
A primeira coisa que Gabriel percebeu foi o quanto ela estava diferente de quando as sessões tinham começado. Mais magra e com um olhar cansado, carregando uma exaustão de alguém que não está dormindo bem.
Jericó estava enroscado na sua própria bagunça no fundo da igreja, ele tinha dito que iria buscar um copo d'água, mas Gabriel já o tinha visto com um pano úmido retirando o pó e depois carregando cadeiras e reclamando da quantidade de sebo de vela sobre as peças de madeira que compõem o presépio.
Ele convidou a garota a sentar-se e lhe ofereceu um copo d'água. Ela aceitou com um sorriso e permaneceu sentada balançando a perna ritmicamente embaixo da mesa.
— Eu vou chamar meu irmão — Gabriel olhou para trás, buscando pela silhueta larga de Jeri saindo de alguma das portas sanfonadas dos quartinhos de bagunças. —, ele já deve estar vindo.
Ele disparou um sorriso sem jeito na direção de Ayla, ou pelo menos de onde ela deveria estar. A cadeira estava vazia e ele não a via em lugar nenhum.
— Procurando por mim?
O homem pulou de susto ao ouvir aquela voz arranhada atrás de si. Como ela se moveu tão rápido e tão silenciosamente?, pensou o padre.
— Ayla? — balbuciou um pouco temeroso.
— Não — disse, sensualmente, enquanto tocava os lábios de Gabriel com o indicador. Ela sorriu e o padre apenas deu um passo para trás assustado. Aquela era, provavelmente, a primeira vez que uma mulher além de sua mãe, e alguma dentista aleatória na infância, tocava em sua boca.
De repente a garota inclinou-se na direção do homem e cochichou bem no pé do ouvido do padre:
— Deveria me encontrar à noite, Gabi...
Gabriel não sabia o que era um olhar sedutor até estar diante de um, e de um tão perto. Finalmente pode entender o que era a tentação e porque os homens caíam tão facilmente na conversa de qualquer mulher atraente.
Ela puxou a blusa para baixo, revelando, por meio do decote, o corte dos vastos seios da garota. Sem que Gabriel pudesse pensar, ela se aproximou e os pressionou contra o corpo do padre.
Uma sensação estranha percorreu o corpo dele e ele sentiu uma parte estranha pulsar. Definitivamente sentia-se inclinado a algo que havia se comprometido a jamais fazer.
