Epílogo I

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"Desista do teu coração partido
E deixa aquele erro passar
Porque o amor que você perdeu
Não valeu o que custou
E com tempo você vai ficar feliz por ter passado"

Roads Untraveled - Linkin Park

— Ela o quê?! — Jeri tocou os próprios lábios, apavorado, Gabriel assentiu e contou mais detalhes de todo o processo com empolgação

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— Ela o quê?! — Jeri tocou os próprios lábios, apavorado, Gabriel assentiu e contou mais detalhes de todo o processo com empolgação. — Meu Deus, Mariá vai me matar quando souber que beijei outra mulher.

— Tecnicamente tu estava morto, então...

Gabriel arrumou uma das muitas faixas que circulavam a sua cabeça ainda machucada. Os médicos disseram que seu crânio estava rachado e era um verdadeiro milagre que nenhum fragmento de osso perfurou o cérebro. E era outro milagre o fato de Gabriel ter acordado consciente.

Tudo era um processo lento de cicatrização e seus olhos provavelmente nunca mais seriam os mesmos e sempre carregariam alguma mancha de sangue vazado.

Ayla, distante dos dois, remoía os sentimentos que a queimavam por dentro tal como um ácido.

As primeiras horas são as mais difíceis, tudo está uma bagunça na mente de todos e o corpo sente frio a todo momento. A garganta dói e o estômago parece virado do avesso.

Na realidade, Ayla não sabia se estava sentindo algo e o fato de Gabriel e Jericó estarem vivos era, com certeza, um fator que a deixava extremamente aliviada.

O telefone tocou e Jericó caminhou depressa até ele, suas sobrancelhas se juntaram e ele jogou um olhar rápido para Ayla.

Pronto! Sim, é ele. — a voz baixinha e rápida falou algo que fez Jericó encarar Ayla como se quisesse abraçá-la imediatamente. — Ok, eu irei notificar.

Ele largou o celular e permaneceu parado, encarando o aparelho como se buscasse as palavras certas para contar algo.

— Quem era? — Ayla perguntou, quase sem forças.

— O hospital. — ele encarou Ayla com pesar. — Eu sinto muito, mas Helena não sobreviveu aos ferimentos.

A bola na garganta se apertou e os olhos queimaram. Ela queria tanto que depois de tudo isso a mãe mudasse pelo arrependimento de tudo o que causou. Mas pelo visto, a conta havia chegado antes.

Ayla não sentiu-se mais triste por saber da morte da mãe, já estava destruída o suficiente por dentro para que a notícia nem sequer a afetasse.

Mas uma única coisa martelava em sua mente e a deixava com raiva: Lúcifer conseguiu dar sua última cartada e cumprir o que sempre prometeu: "um dia vou livrá-la de Helena".

Os primeiros dias são sempre os mais difíceis, principalmente quando tem o funeral de sua mãe em um deles e se é incapaz de derramar uma lágrima. E todos olham para Ayla cobrando o luto, mas ela não chora.

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