Quando acordou, Damien estava sozinho no que parecia ser um terreno baldio. Sua blusa estava molhada pelo sangue, e ele sentiu uma leve fisgada ao se levantar.
— Vadia! – Rosnou ao levar a mãos até sua barriga. O corte que Sars fez não havia sido tão fundo, mas foi o suficiente para desacordá-lo por um tempo e deixar uma dor incômoda. Com muito esforço, Darhk andou pelo terreno, buscando encontrar alguém. – Apareça covarde! – Ele gritou, não obtendo resposta. – Onde você está?! – Ele esperou por um tempo, olhou em volta esperando por um ataque surpresa... Mas nada. – Lance, sua vadia! – Gritou novamente. – Está se escondendo?!
Ele parou de gritar quando ouviu o barulho dos saltos atrás de si, ele se virou e encontrou Sara.
O homem franziu o cenho ao notar que ela usava uma fantasia, um tanto erótica, mas uma fantasia.
A calça jeans e a blusa laranja de antes foram substituídas por um vestidinho rodado rosa e um chapéu da mesma cor. Ela estava fantasiada de... Fada?
— Para quê tanto escândalo? – Perguntou com a voz tranquila. – Não precisa gritar.
Mesmo não sendo a intenção, Sara estava muito provocante com aquela roupa e ela sabia disso.
O vestido era justo e modelava seu corpo cheios de curvas, parando na metade de suas coxas. O cabelo estava solto sob o chapéu que tinha uma estrela na ponta e o tradicional batom vermelho foi trocado por um brilho labial... Sim, ela estava encantadoramente linda e perigosamente irresistível.
— Não sei o que está tentando fazer. – Falou, vacilando com os olhos. – Mas não vai me seduzir...
Ela sorriu de lado e revirou os olhos.
— Vamos deixar algo bem claro, ok? – Falou calmamente. – Eu tenho nojo de você, sempre tive. Então, esquece a sedução. – Por mais que tentasse, Damien não conseguia entender o jogo de Sara. A princípio achou que ela o quisesse, mas como não se separou, ela se revoltou e tirou tudo dele. Depois ele pensou que pudesse ser vingança por causa de Quentin, mas o cassino veio muito antes. Ele pensava, tentava encontrar uma resposta e voltava a estaca zero... Damien não via razão para Sara odiá-lo tanto. – Posso sentir o cheiro dos seus neurônios queimando. – Zombou. – Quer saber o porquê, não é?
— Eu não consigo entender. – Falou, jogando as mãos para o ar. – Estávamos nos dando bem até você roubar o...
— Não, não, não... – Ela o cortou. – Não pode me culpar por tudo, eu não fiz nada.
Lance estava se divertindo com a confusão de Damien, brincar com ele satisfazia seu ego.
— O jogo, as promissórias... Tudo foi armado?
Ela se encostou em um muro e sorriu, enquanto checava as unhas.
— Olha, Damien, homens como você são manipuláveis, fáceis de encurralar. – Falou fazendo bico. – Um jogo, uma bebida, mulheres... Eu só apontei a direção, você seguiu...
— Como conseguiu as promissórias? – Ele estava ávido por respostas.
— O restaurante é meu. – Disse dando de ombros. – Devia checar os proprietários antes de fazer dívidas.
O ódio tomou conta de Damien e ele avançou contra ela, sendo parado ao ver o revólver prateado que a loira ergueu em sua direção.
— Se controla, ou acabo com você. – Ela sorriu satisfeita ao vê-lo se afastar. – Não estraga o meu momento.
Estava claro que Sara estava fora de si, completamente descontrolada. Ela não sabia se isso era ruim ou bom, era a primeira vez que se sentia tão poderosa e não queria abrir mão disso.
— Por que? – Perguntou, jogando as mãos para o alto. – Não tem motivos...
— Tem certeza? – Perguntou se aproximando. – Olhe bem para mim, o que eu mais tenho são motivos para acabar com sua vida.
Damien focou no rosto de Sara e então algo se acendeu em sua mente.
A fantasia.
O ódio gratuito.
As palavras que havia dito no velório de Quentin e ao telefone, o jeito que ela o olhava. Sua vida começou a desandar, quando Sara surgiu... Ela era a responsável por tanta desgraça.
"Deve implorar a ela, Darhk. Devia tê-la matado quando teve a chance." – A voz de Henrique soou clara.
"Vai se arrepender de não ter me matado antes." – Sara tinha dito.
"Ah, e anota mais uma morte na sua conta."
Ele arregalou os olhos quando viu a ficha cair. Por um momento preferiu não acreditar no que tinha concluído. Não podia ser... Não, zero de chances...
As cenas daquela noite tomaram sua mente sem ao menos pedir permissão, e o que ele mais temia estava se tornando realidade.
"Vou esperá-la. Tomando champanhe, na minha cobertura. Vai ser divertido. Por enquanto, está com você."
— Não... Não pode ser. – Ele gaguejou, arrancando um sorriso dela. – Você não...
— Eu avisei que ia pegá-lo, mas você não ouviu. – O desagrado estava em sua voz. – Sabe, você fez tudo certo. Escondeu o inquérito, evitou deixar digitais, plantou informações... Quase perfeito! O seu único erro foi ter me deixado viva, parece que o jogo virou.
O olhar assustado, as mãos trêmulas e o suor escorrendo pelo rosto eram sinais de que Damien estava morrendo de medo. Ele nunca poderia imaginar que aquela pirralha remelenta se tornaria uma mulher perigosa.
— O urso... – Refletiu, se lembrando da pelúcia na casa dela. – Como não desconfiei?
— Você não quis enxergar, não quis admitir que falhou. – Ela jogou o cabelo. – Mas fica tranquilo, eu não vou errar.
Damien permanecia parado, em choque, observando o olhar maldoso dela. Sara exalava perigo, o brilho alucinado em seus olhos... Ela não iria parar.
— Então é isso? – Perguntou, soltando uma risada nervosa. – Me trouxe aqui para me matar e cumprir sua vingança infantil? Mas e depois, o que vai fazer com essa sua vidinha vazia?
Lance desfez o sorriso, pois ele havia atingido seu ponto fraco, a incerteza sobre o futuro. Ela não tinha pensado no dia seguinte, em como esconderia tudo da polícia ou para onde iria, só pensava em matar Damien. Ava era sua melhor saída para ter um futuro, se...
— Está mesmo achando que ela vai sobreviver? – Falou ao sentir a insegurança dela. – Tola! Me mate e depois curta sua vidinha...
Ela atirou no braço dele, o obrigando a se calar.
Damien gritou de dor, mas se manteve de pé e com um sorriso no rosto.
— Esse foi pela Ava! – Rosnou, mantendo a arma na direção dele.
— Andou ensaiando? – Debochou.
— Corre, Damien! – Falou com a voz carregada de ironia e um sorrisinho maldoso nos lábios. – Porque agora está com você!
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Revenge | Avalance Version
Hayran Kurgu- Por que a deixou viva? - Um dos capangas perguntou. - Ela é só uma criança idiota - O patrão respondeu com desdém - Não vai fazer mal a ninguém. - Errou! - Ela sussurrou sorrindo. 🚨FANFIC ADAPTADA🚨 Obra original: Alren - @Ally_Ligth Adaptação: A...