15 - Não fiz isso

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Marília:

— Porraaaa não pode ser, mas que merda Maraisa, não acredito que você fez isso.

"Maraisa conta intimidade surpreende de sua amiga Marília Mendonça"

Olho a merda da notícia pelo link que o Bahia havia me mandado.

Fico olhando aquela merda de print incrédula, não dava pra acreditar que Maraisa tinha feito isso.

Eu estava chocada.

Olha em direção a ela que ainda estava parada do mesmo jeito, capaz que já sabia que eu tinha acabado de descobrir o que ela havia feito.

— Se isso foi para eu me afastar de você de uma vez por todas, ótimo, você conseguiu. — Eu estava nervosa sem saber como reagir.

Ela me olha com um olhar perdido, agora mais que ultimamente.

— O que? Do que você... — Sua voz sai embargada.

— Porra você ainda tá perguntando, Maraisa você não era assim, eu não sei o que está acontecendo com você, eu quis e tentei entender, só que você ter contado pro Léo dias sobre minha intersexualidade...  uma intimidade minha, minha Maraisa... eu nem sei o que dizer... você sabe que isso pode acabar com a minha carreira né?

Ela arregala os olhos.

— O que? — Ela pergunta como se tivesse confusa.

Eu solto uma risada alta em nervosismo.

— Marília eu não fiz isso.

Ela mente bem.

Maraisa pega o celular do bolso, eu ando em sua direção fazendo ela se assustar, tomo o celular de sua.

Abro o WhatsApp. De início não vejo nada, até puxar as conversar arquivadas.

Quando abro solto um riso forçado e jogo o celular na mão dela.

Quando abro solto um riso forçado e jogo o celular na mão dela

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— Adeus Maraisa.

— Marília...

Passo por todos os cômodos da casa como um raio...

•••

Jogo o meu celular contra a parede da sala de casa com força fazendo ele se espatifar e a parede branca ficar marcada.

— MERDAAA...

— Marília calma.

— Como? Como eu vou ter calma Gustavo? — Quase grito.

— O público já sabe que você fica com mulheres, você passou por isso com facilidade. Agora só vão saber que você usa seu instrumento certo. — Ele da de ombros despreocupado. Como pode isso?

Eu queria matar meu irmão.

— Pelo que estou vendo o povo está é mais curioso do que falando alguma coisa ruim, pessoas falando coisas ruins sempre vão ter, vamos dar um jeito de contornar a situação. — Silvia diz olhando as notícias pelo notebook.

Me jogo sentada no sofá cansada.

Silvia estava em casa desde cedo, ela era tanto minha como da Maiara e Maraísa, assessora de imprensa, cuidava da nossa imagem, principalmente quando era algo ruim. Ela era ótima no que fazia.

— Você iria lançar música daqui algumas semanas, pode adiantar, vamos tentar abafar um pouco isso com lançamentos.

•••

Depois de muito conversar com a Silvia sobre como amenizaríamos a situação, eu estava subindo para meu quarto, não tinha conseguido pregar os olhos desde o dia anterior do ocorrido.

Maraisa tinha me ligado tentado falar comigo, até mesmo Maiara. Só que no momento estava sem cabeça pra falar com qualquer pessoa. Principalmente com a Maraisa.

Eu não conseguia entender o motivo da Maraisa ter feito o que fez, se foi pra me afastar ela conseguiu. Foi longe demais.

Eu tinha noção que uma hora ou outra isso iria acontecer, só que não pela Maraisa, não dessa forma.

Vai parecer clichê, só que ela literalmente partiu meu coração, já vinha partindo na verdade.

Merda Maraisa.

O problema é que eu amo tudo que envolva a Maraisa, ultimamente muito mais. Vai ser difícil, eu ainda não entendo muito coisa.

Que confusão.

Entro pro banheiro me despindo indo pra baixo do chuveiro.

Fico ali com a cabeça baixa sentindo a água cair sobre minha cabeça e escorrer por todo meu corpo tenso. Eu sabia que eu estava esquecendo de algo, só que minha mente estava atribulada demais pra lembrar.

Alguma hora talvez eu lembraria.

•••

Eram duas da manhã quando chegamos ao hotel que ficaríamos, não tínhamos muito tempo para descansar, já que as cinco horas da manhã todos teriam que estar no aeroporto. Tomei um banho demorado para que meu corpo relaxasse, depois coloquei apenas uma camiseta que ia até o meio de minhas coxas e me joguei na cama praticamente. O ar condicionado estava em uma temperatura boa, que deixava o quarto gelado do jeito que gostava.

Haviam se passado exatas três semanas desde o ocorrido, eu tentei resolver o problema da melhor forma possível junto com toda a minha equipe, ainda não estava tudo normalizado ou totalmente calmo, só que ainda bem nenhum contratante cancelou show ou algo parecido, essa pauta sobre minha intersexualidade ficou em destaque por quase duas semanas, ate surgir novas grandes fofocas, as coisas estavam indo até bem. Meus fãs foram os primeiros a me defender e a brigarem por mim, gratidão sempre ao meu rebanho de apocalipcas.

Teve lançamentos de novas músicas que foi o ponto pra tentar amenizar a situação.

Ignorei todas as tentativas da Maraisa de falar comigo. Imaturidade? Pode ser, só que Maraisa precisava resolver a vida dela, e eu sai machucada de todas as formas possíveis. Eu precisava desse tempo afastada, ainda preciso, precisava esquecer tudo que aconteceu entre nós. Ainda falava com a Maiara por mensagem, porém evitava vê-la, queria tentar dar um tempo de tudo que me fazia lembrar da Maraisa.

Eu estava sempre fazendo alguma coisa ultimamente quando não tinha show, buscava qualquer coisa pra fazer pra não ter que ficar pensando muito, igual agora, era pra eu estar dormindo, eu precisava descansar a semana estava sendo cheia de shows, em cidades distante uma da outra.

Pego meu celular pra dar uma olhada nas fofocas do dia. Porém meu olho bate na mensagem na tela de bloqueio.

- Oi meu amor, já estou com saudades.

🔹🔸🔹🔸🔹

Tentarei voltar amanhã ❤️

Capítulo mais curtinho...

Próximo capítulo Pov Maraisa vai revelar umas coisas 🫠

Através da música - Malila | GpOnde histórias criam vida. Descubra agora