Cap. 1: O Estado da barba loira que usa chapéu

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   Definitivamente não sei quem irá odiar mais essa viagem, eu ou o próprio Rio grande do Sul.

   Quando o Brasil decidiu que juntar nós dois em um mesmo lugar, ou melhor, mesma casa por um mês seria uma boa ideia?

Flashback on:

-Pelo amor de deus! Dá pra calarem a boca por um segundo?! - Brasília grita já com sangue nos olhos.

   Eu e Sul nos viramos para ela e ficamos encarando a mulher por alguns segundos.

   Ela respira fundo e massageia as têmporas.

-Eu não aguento mais vocês dois! Ninguém aguenta! Vocês estão quase pior que o Rio de janeiro e o São Paulo! E olha que para chegar naquele nível é difícil! - Grita alto novamente.

   Brasil logo chega na porta após ouvir os gritos furiosos da brasiliense.

-O que tá acontecendo aqui? - Diz um pouco apavorado.

-Esses dois! Não param de discutir um segundo! Eu não aguento mais! - Se aproxima do chefe - Melhor fazer algo, Brasil, antes que eu surte de vez.

   Toca no ombro do país e sai em passos firmes.

   O brasileiro olha para nós dois e suspira.

-Tá, quer saber, Paraná, você vai passar um mês com o Rio grande no Sul. Assim vocês talvez se entendam - Diz cruzando os braços.

-O que?! Nem pensar! - Dizemos juntos.

-Sem reclamações. Sul vá para seu estado mais cedo arrumar tudo, e Paraná, daqui dois dias espero te ver de malas prontas - Seu tom de voz mostrava que ele não estava aberto a discussões.

   Bufo irritado e me viro para o gaúcho.

-Piazinho de merda - Diz me encarando.

-Você! - Rebato de volta.

-Chega! Pro trabalho os dois! - Grita o brasileiro já irritado.

   Ignoro o gaúcho e volto ao meu trabalho, realmente não estava com vontade de queimar mais neurônios com aquele loiro.

   Sul faz o mesmo e volta ao trabalho. Brasil sai da sala em direção a sala dele.

Flashback off:

   E assim cheguei aqui, em um avião, as três da tarde indo para o aeroporto de Porto Alegre no Rio grande do Sul.

   Nem eu nem o outro queríamos isso, mas que opções tínhamos? Nosso chefe nos mandou.

   Após algumas horas de viagem, pousei na capital gaúcha com sucesso.

   Desembarquei do avião e peguei minha mala.

   Nas instruções diziam que a própria capital viria me buscar para me levar até a empresa em que trabalhava para que eu pudesse ir com Rio grande do Sul para a casa dele que ficava extremamente longe da capital.

   Olhei ao redor até avistar a mulher que eu procurava.

   Porto Alegre é uma mulher levemente alta com cabelos escuros na altura dos ombros, são ondulados e ela possui uma franja que cai sobre os olhos. Ela trajava uma elegante saia preta justa e um terno por cima de uma camisa branca. Tinha seus óculos e no terno possuía uma pequena plaquinha escrito seu nome e o símbolo da bandeira rio-grandense ao lado.

   Assim que me avista a mulher se aproxima rapidamente e me abraça.

-Senhor, Paraná! Que bom vê-lo! Quanto tempo faz que o senhor não põem os pés em solo gaúcho! - Diz logo me soltando do abraço.

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