Poesias de Uma Vez Poeta Morto

𝘼 𝙫𝙞𝙖 𝙉𝙤𝙫𝙖 𝙈𝙚𝙣𝙩𝙚...

Amo esse saudosismo ao passado,
Linda homenagem ao ultrapassado.
Ardente anseio por reviver,
O que muitos lutaram para esquecer.

"Ah, mas no meu tempo..."
Ah, tem razão.
Pra quem se encaixava era bom.
Eles, sim, são os detentores da decisão.
E, claro,  só apoiam a repartição da tradição.
Aclamadores da injustiça que fazem com as próprias mãos.
Mãos invisíveis que sempre pendem a balança para a direita,
Segurando a receita que empreita
a morte sujeita ao cálice do silêncio.

Estes se deitam sobre a opressão,
Confortavelmente cobertos pelo sistema.
Afinal, deve ser mesmo maravilhoso dormir com a consciência limpa
De que, aqueles passos pesados,
Foram soterrados pela negligência,
Acompanhada do desdém,
Marcada pela violência,
Resultado de um preconceito,
Fundamento do medo.
Medo do além do dogma.
Que sempre reergue a mesma via Nova Mente.
Cis and straight.
White and right.
Tudo em seu devido lugar.

Acontece que, sempre haverá resistência,
Quem remarca as mesmas pegadas com insistência.
Firmados no presente, por ora escavam o passado,
Permitindo o ressoar das vozes,
Que antes foram abafadas,
Algumas dispersas,
Outras, cansadas
Milhares, presas,
Mas, nunca esquecidas,
Guias de um coral ancião e futurístico que treme até os céus.
Estes são os novos, que fazem jus aos aplausos das lápides.
Os terrores da ignorância daqueles que anseiam manter as ruindades apagadas,
Reconstruindo as mesmas ruas variantes,
Vangloriantes do escárnio que perturbou os que foram apagados.

"A via Nova Mente foi vandalizada"
Realmente, será impossível ter esta obra acabada,
Até que a dor não seja desbotada, Mas, sim, relembrada,
Respeitada,
Como memória passada a não ser repetida ou celebrada.