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Nolan Blake

Eu não acreditei quando minha futura "
sogra" me ligou dizendo que Alessia havia saído de casa e pegado um dos carros de Romano. 

"Ela vai fugir, já faz três horas que essa desmiolada saiu de casa" 

Gabriella gritou no telefone. Peço licença aos fornecedores de arma a qual estou revendendo e corro para a minha sala, ligo o aparelho a qual Jax me entregou, prometendo que iria captar todo e qualquer sinal de Alessia. Entro em meu carro e suspiro irritado por ela querer continuar fugindo, sendo que ela já assinou a porra do contrato, me deixando marcá-la.

O sinal de GPS diz que ela se encontra numa antiga lanchonete e assim que ela sai do carro e vejo o seu rosto triste e inchado, algo dentro de mim se parte. Uma parte a qual não deveria existir.

Entro no pequeno estabelecimento e sorrio ao perceber que ela está com as costas viradas, então não conseguiria me ver e nem sentir minha presença. Infelizmente, muitas pessoas sentem, as crianças me olham assustadas e os idosos guardam suas bolsas. Sim, eu posso usar um terno de 40 mil dólares, mas as pessoas só reparam no que querem.

Eu penso em ir embora e esperar do lado de fora, mas quando me levanto e vejo um rapaz sorrateiramente a observando e logo depois sentando em sua frente e sorrindo igual um filho da puta, meu sangue esquenta. Especialmente quando ela aceita o convite daquele bostinha.

— Nolan!

Seus olhos se arregalam e seu corpo treme, mas a minha atenção não está nela, mas sim no covarde.

— É impressão minha ou você estava convidando a minha mulher para um encontro?

Friso a palavra minha e Alessia apenas abaixa a cabeça, visivelmente envergonhada.

— Desculpa cara, eu não sabia que ela era casada!

— Eu ainda não sou casada, Hector! Sou livre...

Alessia diz sorrindo para o rapaz e me ignorando completamente. 

Essa mulher vai me matar!

Sem pensar em mais nada a puxo e a coloco sobre os ombros pouco me importando com os olhares e acusações. E especialmente, seus gritos e tapas em minhas costas.

— O caralho que você é livre! E você, seu merdinha, cai fora antes que eu quebre as suas pernas.

— Nolan, me coloca no chão...AGORA!

— Não, até você aprender a me respeitar!

Caminho com ela ainda sobre os meus ombros e a jogo no banco de trás, sem me preocupar dela ter se machucado. A minha raiva me deixa cego, olhar para ela me deixa cego.

Entro no banco da frente e travo as portas traseiras. E me viro para encará-la. Os olhos brilhando de raiva, as bochechas vermelhas e os cabelos desgrenhados.

—Alessia...o que eu faço com você, monstrinha? Me desrespeitando na frente dos outros, especialmente homens que querem te comer? 

— Como você sabia que eu estaria aqui? Ela pergunta me ignorando totalmente.

— Você me pertence e eu sempre sei onde meus pertences estão!

— Eu não sou a droga de um objeto, Nolan! 

Sim, você é o meu novo objeto favorito!

Objeto esse que irei quebrar de todas as formas, até não sobrar nada além de uma casca vazia e morta.

— Nunca mais aja como um homem das cavernas, tá me entendendo? Eu já não aceitei o seu pedido estupido de casamento? Mas isso não lhe da o direito de achar que é o meu dono, ou que eu sou sua, pois eu nunca serei!

— Você é minha desde o nascimento, Alessia, você nasceu para ser minha, agora cala a sua boca e seja uma boa menina. Temos um jantar de noivado para ir!

Durante todo o jantar e festa, minha querida futura esposa permanecia em silêncio. Ela estava triste e cansada.

Cansada de lutar contra mim.

Chiara me encarava de uma forma sombria. Ela me odiava.

Vaca, depois de tudo que fiz por ela...

Já passava da meia noite quando decidi ir embora. Alessia já estava em seus aposentos e eu estava sendo obrigado a conversar e aturar os Romanos.

— Você vai machucá-la? Nicolo pergunta visivelmente constrangido, pois no mundo em que ele vive, ele sabe exatamente o que os homens fazem com suas mulheres.

Porém, eu não era mafioso. Eu era algo melhor!

— Eu nunca machucaria Alessia.

Suspiro aliviado pela primeira vez na vida, pois nunca fui tão sincero assim. 

— Eu mataria por ela. Sempre a protegerei!

Ele engole o resto do líquido âmbar e balança a cabeça.

— A mãe dela é uma puta lunática, que sempre a odiou... Tantas vezes eu quis tirá-la daquela casa, mas eu não podia. Eu sou o chefe de uma mafia, eu sou o cara que mata as pessoas, sem nunca sentir remorso, mas quando eu a visitava e a via toda marcada, suja, sangrando e com fome, meu coração se quebrava... Eu nunca quis essa vida pra minha filha pois ela já sofreu muito. Eu só peço que não a machuque e quando você se cansar dela a traga de volta viva.

Porra. Eu não esperava isso.

Ela parecia a droga de uma princesa, que vivia no mundo cor de rosa.

Se eu visse a mãe dela. Eu a mataria em um piscar de olhos.

— Não se preocupe Romano, eu realmente me importo com Alessia. E não tem nenhuma chance de eu me cansar ou desistir dela. Ela é minha!

Ele não está feliz. Ele nunca sofreu por entregar as suas filhas para homens ruins, mas quando é a única filha que ele não criou, ele sente dor.

A merda do remorso.

Assim que saio da casa do meu sogro, mando uma mensagem para a minha monstrinha, que como esperado não me responde, mas sei que ela viu.

" Durma bem meu anjo! Não vejo a hora de estarmos dormindo abraçados na minha cama. Nossa cama."

Eu precisava tirar Alessia do meu sistema logo! Eu já estava começando a me importar pra caralho com essa garota! O problema é que eu me importava e doía saber que a pessoa que eu era antigamente valeria a pena.

Alessia provavelmente amaria o Nolan de 15 anos atrás.

JUST PRETEND - Nolan ( Filhas Da Máfia )Onde histórias criam vida. Descubra agora