Ella
Eu não sabia ao certo quanto tempo havia se passado desde que saí do carro de Chase, mas o impacto emocional da conversa me atingiu com força. Minhas mãos tremiam, meu coração estava disparado, e o ar parecia não querer entrar nos meus pulmões. De repente, meu corpo cedeu à tensão. Tudo ficou embaçado, e eu me vi perdendo a força nas pernas.
Quando abri os olhos, estava em um quarto de hospital. O ambiente branco, os sons suaves dos monitores e o cheiro de desinfetante me cercavam. Senti uma pontada de desespero ao perceber onde estava, mas, ao mesmo tempo, uma sensação de vazio e fraqueza dominava meus sentidos.
— Ela acordou! — ouvi a voz de Rosie ao meu lado. Quando me virei, vi seu rosto carregado de preocupação, os olhos ansiosos, como se tivesse esperado horas por aquele momento.
— Como você está se sentindo? — perguntou Sydney, que estava do outro lado da cama. Ela tentou sorrir, mas eu sabia que ela estava tensa.
Eu respirei fundo, o peito ainda dolorido. — Estou... um pouco melhor, eu acho — sussurrei, tentando juntar forças para parecer menos fraca do que me sentia.
Rosie segurou minha mão, apertando-a gentilmente. — O médico disse que foi o estresse... que você precisa descansar mais. Mas o bebê está bem, está tudo bem — ela disse rapidamente, quase como se tentasse me tranquilizar antes que eu pudesse sequer perguntar.
Fechei os olhos, aliviada por saber que o bebê estava seguro, mas o peso emocional da conversa com Chase ainda pairava sobre mim. Ele deveria estar aqui, mas eu sabia o porquê de sua ausência. Algo dentro de mim já previa que ele não lidaria bem com a notícia.
— Chase... ele... sabe que estou aqui? — perguntei, com a voz trêmula.
Rosie e Sydney trocaram olhares tensos. — Estamos tentando encontrá-lo — disse Sydney, hesitante. — Ninguém o viu desde ontem. Ele... não está atendendo as ligações.
Eu suspirei profundamente, sentindo a raiva crescer dentro de mim. Claro que ele estava fugindo, afundado em sua própria dor e confusão. Mesmo assim, ele tinha responsabilidades, e era comigo que ele deveria estar agora. Não tinha o direito de fugir.
— Eu não acredito que ele... — minha voz falhou, e lágrimas de frustração começaram a se formar nos meus olhos. — Ele deveria estar aqui, com a gente, não se escondendo.
Rosie acariciou meu braço suavemente. — Nós vamos encontrá-lo, Ella. Ele só precisa... de um tempo para processar isso tudo.
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Chase
Acordei com uma dor de cabeça latejante, e meu corpo parecia pesar toneladas. A luz fraca invadia meu quarto, fazendo meus olhos arderem. Levei alguns segundos para me situar, e logo senti o gosto amargo de ressaca na boca. A garrafa de uísque ainda estava ao meu lado no sofá, quase vazia.
Eu sabia que não deveria ter bebido tanto, mas o peso do que Ella havia me dito me empurrou direto para o álcool. Grávida. Ela estava grávida, e eu... eu não sabia o que fazer. A ideia de ser pai me aterrorizava. Como eu, que mal conseguia lidar com minhas próprias merdas, poderia cuidar de uma criança? E mais, como eu poderia ser diferente do meu próprio pai, um homem distante e frio, que sempre me deixou sentir que eu nunca seria o suficiente?
— Chase! — uma voz grave ecoou pelo quarto, seguida pelo som da porta se abrindo com força. Era Pogue.
Abri os olhos com dificuldade, vendo-o me encarar com uma expressão séria e cansada.
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Depois Do Fim. | LIVRO 2 - SEQUÊNCIA ANTES QUE ACABE.
RomanceApós o término tumultuado do relacionamento, Ella e Chase se veem diante de um novo desafio: a expectativa de um bebê, um segredo que Ella ainda não compartilhou com ele. Com o coração partido e uma nova vida crescendo em seu ventre, Ella começa a p...