Eu beijei a ... seja lá o que ela for.

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Mabel Corrigan.

I tried living black and white... — Cantarolo baixinho enquanto escrevo em meu diario, não faço ideia de que música seja essa, mas ficou na minha cabeça, talvez tenha tocado em algum lugar que eu escutei.

— Mabel. — Levanto a cabeça, olhando para Anastásia sentada em sua cama. — O que esta escondendo da gente? — Engulo a seco com a pergunta da minha irmã, coloco a ponta da cabeça na boca, dando de ombros.

— Nada Nat, era só uma das minhas conversas com a minha cabeça. — Eu odeio mentir para elas, mas imagina o que essa maluca pode fazer comigo se eu contar.

— Jura a mel de abelha? — Dou risada com a fala da mulher, costumávamos jurar a mel de abelha quando eramos menores, nosso pai biológico costumava me chamar de abelhinha, então criamos o "jurar a mel de abelha."

— Juro Anastásia, juro a mel de abelha. — Digo levantando uma das mãos, fazendo a mesma sorrir.

— Não durma tarde, eu amo você. — Ela se deita na cama, ficando de costas para mim.

— Eu também amo você. — Apago o abajur, desligando por total o quarto, decido assistir um seriado no celular, me deito na cama e coloco os fones.

Levanto a cabeça, olho para o horário checando a hora, são exatamente três horas da manhã, me levanto para ir tomar água e usar o banheiro. Entro na cozinha, desviando dos brinquedos dos gatos espalhados pelo chão, Ilo e Milo dormem na cama deles. Pego um como do armário, ligando a torneira, enxendo o mesmo.

Derrubo o copo quando me viro, se eu pudesse sumir, ou pelo menos me teletransportar, eu amaria. O cabelo dela está solto, ela usa uma roupa mais casual, parecia estar me observando desde a hora que me deitei.

— Está fazendo o que acordada uma hora dessa? — Ela sorri, empurro a mesma, me abaixando em seguida, pegando os cacos na mão.

— Por que você não some para sempre, hum!? — Digo me levantando, jogando um pouco dos cacos no lixo, me abaixando de novo.

— Deixa isso ai, Mabel. — Faço uma careta, imitando a mulher, me levanto colocando os últimos cacos no lixo. Eu queria poder pelo menos trocar de roupa, uma camiseta longa e um short curto não é um bom traje para uma conversa com, seja la o que ela for.

— O que você quer aqui? — Digo me encostando na pia, vendo a mesma dar um passo para frente.

— Conversar com você. — Ela sorri, balançando a cabeça como se fosse algo óbvio.

— Por que me persegue desde a infância? — Ela bufa, jogando a cabeça para trás. Se controle Mabel, se controle.

— Quantas perguntas. — Ela parece entediada com o assunto.

— Desculpas, é que são tantas perguntas... — Ela sorri de lado, negando com a cabeça.

— Não precisa se desculpar, amor. — Ela nega com a cabeça, colocando a mão no meu pescoço. Abaixo a cabeça, tentando me desviar de seu toque.

— Você não é real. — Ela tira a mão do meu pescoço, levantando meu rosto com mais delicadeza dessa vez.

— É claro que sou. — Ela puxa meu braço, excito um pouco antes de deixa-la fazer o que quiser com ele, ela põe minha mão no seu rosto. — Viu?

— Por favor, me diz o que você é... — Essa coisa ficou na minha cabeça, se ela não é um anjo, nem um demônio, só se for o próprio lucifer. Ela põe a mão na minha cintura, me puxando para mais perto, ela põe meu cabelo atrás da orelha, leva uma das mãos a lateral do meu pescoço, vai até meu ouvido e sussurra:

— Você não pode negar que me quer, Mabel. — Meu corpo inteiro se arrepia quando ela beija onde a mão dela estava, consigo sentir sua respiração no meu pescoço. Desço minha mão até a dela na cintura, tento tira-la dali, mas ela aperta mais, me puxando para bem mais perto, ela levanta a cabeça, leva a outra mão para minha cintura.

Vacilo meu olhar até sua boca quando ela umedece a mesma, suspiro baixo vendo ela se aproximar cada vez mais. Se controla Mabel, se controla...

— Você quer, não quer? — Ela me puxa para cima, me vira e me coloca no balcão, ela abre minhas pernas devagar, ficando entre as mesmas, tento me afastar mas ela me puxa mais. — É só dizer que sim, amor. — Ela deita a cabeça no meu pescoço, eu adoraria dizer um não em alto e bom som, mas o que eu digo é:

— Sim... — suspiro baixo quando ela aperta mais minha cintura. — Por favor. — Ela levanta a cabeça e sem excitação, ataca minha boca como se fosse um animal faminto. Sua boca é uma mistura gostosa de menta com whisky, ela leva uma de suas mãos até a parte de trás da minha cabeça, afundando mais o beijo. Ela desce sua mão até a lateral da minha coxa, apertando ali, me fazendo soltar um suspiro baixo durante o beijo. Céus, o que eu estou fazendo.

Coloco minhas duas mãos no seu ombro, a empurrando para longe, por mais que eu não queira.

— Eu não sei porque fiz isso... — Digo abaixando a cabeça. — Mas não pode se repetir. — Levanto a cabeça, vendo a mesma me olhar com um sorriso brincalhão no rosto, ela tem as duas mãos atrás do corpo, seu rosto está avermelhado e seu cabelo meio bagunçado. Desço do balcão, dizendo um "meu Deus, que blasfêmia" baixinho.

— Mabel. — Me viro para a de olhos azuis, que sorri e diz. — Meu nome é Billie... — Ok, ai meu Deus. — Billie Eilish. — Ela pisca para mim, me viro, sem dizer nada, volto o mais rápido que posso para o meu quarto.

Entro devagarinho para não acordar Anastásia, já é tarde e não quero ter que me explicar agora. Me deito, olhando para o teto, Billie Eilish, uau.

— Bom dia! — Cubro minha cabeça quando Anabel abre a cortina.

— Anabel, sabe que horas são!? — Pergunto choramingando.

— Sei! Você que ficou acordada até tarde. — Ela puxa munha coberta. — Anda, levanta! — Jogo o travesseiro na minha cabeça.

— Me da um bom motivo para isso. — Esfrego os olhos, olhando para Anabel.

— Só levanta logo, Mabel! — Ela puxa meu braço, resmungo me levantando, Anabel sai do quarto indo até a cozinha.

— Bom dia cinderela. — Anastásia diz assim que entro na cozinha.

— Vai a merda, Anastásia. — Me sento do lado dela, ouvindo a mesma rir.

— Vocês tem visto a dama da noite? — Anabel pergunta, deixou um sorriso baixo ao lembrar do que aconteceu ontem a noite, mas trato de desfazer quando percebo que Anabel me olhava.

— Não falo com ela tem umas horas... — Anastásia da de ombros.

— O que você sabe, Mabel? — Bel se inclina para frente, apoiando o peso nos braços. Nego rápido com a cabeça, vendo Anabel só assentir.

As duas se perdem em um papo aleatório, estou encarando um lugar fixo pensando se devo ou não contar para as duas que sei o nome da de olhos azuis, se eu escondesse, seria mais um segredo meu e da... Eilish. Respiro fundo, engulo a seco e decido falar tudo de uma vez, fecho os olhos e digo um pouco alto demais.

— Eu sei o nome dela!

Dois capítulos em um dia!? Eu não sou uma autora, eu sou uma prefeita!

• A Morte lhe Cai Bem. • // B.EOnde histórias criam vida. Descubra agora