CAPÍTULO 71 - Tragédia Grega

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CATERINE NATALIE CHERNYY.

MEUS INTESTINOS PARECIAM ESTAR DANDO UM NÓ. "UM DE VOCÊS ESTÁ DESTINADO A MORRER LUTANDO CONTRA GAIA". Foram essas exatas palavras que Perseu disse quando ele, Hazel, Frank e Leo voltaram com a deusa da vitória, Nice, que parecia uma galinha assustada com uma meia fedorenta na boca e uma fita adesiva prendendo a meia que a impedida de cuspir ou nos amaldiçoar (cara, isso era nojento), amarrada com filamentos de bronze celestial dos pés até os ombros que cobriam seu vestido cintilante sem mangas. O cabelo preto de Nice era trançado e preso por um coroa de louros enquanto ela estava se debatendo para tentar se libertar. Naquele momento, tive que me conter para não jogar a deusa biruta para fora do navio — sério, os olhos de Nice piscavam como os de uma galinha prestes a ser degolada para virar ensopado. Era irritante e um tanto preocupante que a deusa estivesse tão dividida entre seus aspectos.

Mais preocupante do que isso era o desespero e a determinação de Hazel em não deixar nenhum dos Setes morrer.

Acontece que um dos Setes iria morrer: Perseu, Hazel, Frank ou Leo. Isso não podia mudar. Grandes vitórias exigem grandes sacrifícios. Era uma merda, mas era a verdade. Hazz iria fazer de tudo para que ninguém morresse..., mas, minha escolha na encruzilhada de Hécate. O Norte me aguardava e o que quer que aconteça, alguém iria morrer de uma maneira ou de outra. Minha decisão de ter escolhido seguir pelo Portal Norte — um portal do qual estou lutando em um lugar completamente em chamas contra uma mulher. Minha decisão que levaria um desses quatros para a morte.

Havia algo que poderia ser feito para evitar isso. A cura do médico. O veneno em Pilos. Os batimentos de um deus acorrentado em Esparta. A maldição de Delos. E o mais difícil de todos: a vida eterna enjaulada. Tudo isso são ingredientes para uma cura que poderia ou não funcionar, que em teoria poderia enganar a morte e que salvaria um dos quatro semideuses destinados à morte para vencer Gaia. Isso me deixava ainda mais apavorada, Perseu e Hazel poderiam morrer. Frank e Leo poderiam morrer.

Porra, por que tinha que ser tão complicado? Por que sempre alguém tinha que morrer para que os fodidos dos deuses vivessem mais mil anos e sem nunca aprender com os erros?

Passei a mão por meu rosto, abrindo a garrafa de Absinto — enquanto meu namorado, minha irmãzinha e meus dois amigos patetas — Frank, com sua gentileza, e Leo, com suas piadas ruins — fui até uma loja local de Olímpia para comprar uma bebida alcoólica. Precisava da ardência familiar na minha garganta, uma ardência que não fosse causada por estar reprimido meu choro desolado toda vez que me pegava procurando por Sirius no Argo II. Observei as paredes holográficas no refeitório que estava mais sombria e escura do que deveria. O Pinheiro de Thalia resplandecia no alto da colina, estrelas decorando o céu noturno de uma patrulha tensa dos campistas. As imagens em tempo real do Acampamento Meio-Sangue de nada me ajudava a melhorar meu humor. Ainda mais quando cravei meus olhos em Will Solace patrulhando discretamente e murmurando que tinham que resistir contra os romanos. Eles estavam prestes a ficar cercados, Octavian estava deixando-os encurralados. Ainda assim, era bom ver Will, mesmo quando ele não me via. Gostava desse menino, ele era gentil e ao mesmo tempo muito teimoso. Não me deixou em paz até eu chamá-lo de amigo. Will Solace estava com outros dois campistas, que reconheci ser Lou Elenn (a garota de Hécate que enfeitiçou meu colar das estrelas por uma troca de favores que fez com Perseu) e Cecil, uma garota de Hermes. O mais ridículo era que Will e as meninas estavam com binóculos pendurados no pescoço e facas na cintura. Usavam calças jeans e camisetas pretas, os rostos pintados de graxa como tropas de elite.

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