O fim de uma vida para alguns pode ser um destino cruel, mas para um certo alguém, o fim de uma vida é a libertação de um ciclo sem fim de sofrimento.
Hoje, narrarei a história de um jovem genial, porém com uma vida sombria. Seu nome é "Francis".
No dia 11 de outubro, Francis se encontra sentado encarando sua carteira em sua sala de aula, na qual estava completamente vazia. Todos os alunos haviam saido para a aula de educação física, apenas Francis havia ficado. Sozinho, em um ambiente solitário e silencioso. Porém, de repente, este silêncio que parecia ser inquebrável acaba por si romper após a chegada de um garoto na sala. Seus passos eram naturalmente silenciosos, porém perceptíveis, afinal era o único som que se destacava no ambiente.
O garoto, de aparência delicada, sem falar nada se dirigiu até sua carteira que ficava ao lado do único indivíduo presente no ambiente. O mesmo se sentou e optou por permanecer em silêncio durante muito tempo, de vez em quando olhava para Francis, esperando que ele vá fazer algo para quebrar o silêncio. Surpreendentemente, o garoto permaneceu olhando intensamente sua carteira, em nenhum momento olhou para o rapaz que estava ao seu lado
Após longos minutos de silêncio, o garoto de aparência delicada decide quebrar o silêncio ensurdecedor que assolava o ambiente.
-Meu nome é Yuki...-Exclamou timidamente antes de olhar novamente para Francis. O mesmo olha de volta para o garoto pela primeira vez. Seu olhar é penetrante e vazio. Francis então fala com uma voz fraca e baixa, mais parecia um sussurro, sua única palavra fora seu nome: "Francis".
Yuki, se sentindo mais confiante decide continuar a falar na esperança de prolongar a conversa:-Francis... é um belo nome.- Yuki então sorriu gentilmente, mantendo um clima amigável no local.
-Por que não está na aula de educação física?-Indagou Francis com sua voz baixa.
-Bem... eu ando me sentindo um pouco mal, então não pude participar, aí e o professor me mandou para cá.
-Entendi...
-Mas e você? Por que não foi para a aula de educação física com os outros?
-Eu não quis ir.
-Não quis? Como assim?-Yuki se inclina na direção de Francis, curioso para entender melhor o motivo por trás de não ter participado da aula.
-Eu só não quis ir.-Falou calmamente Francis enquanto se virava para observar novamente sua carteira, ali dando um fim naquela conversa.
Yuki se virou para a sua própria carteira, frustrado por não poder continuar a conversa com aquele garoto que em sua perspectiva parecia extremamente misterioso. Dúvidas como "O que se passa na cabeça dele?" Permeiam a mente do rapaz.
Após finalmente a aula acabar, Noah calmamente pega suas coisas e sai do prédio da escola, indo em direção ao cemitério da cidade. Dentro daquele ambiente mórbido, Francis vê diversas pessoas entregando flores nas lápides de seus falecidos ente queridos. O cheiro do ambiente era incrivelmente agradável, devido ao perfume natural das flores que estavam espelhadas pelas lápides ao redor do cemitério.
Com passos firmes, Francis caminha em direção a uma lápide mais distante das outras. Em seu epitáfio estava escrito "Uma mãe que lutou até o fim pelo seus filhos, um exemplo a ser seguido.". Francis observava tal epitáfio com uma expressão neutra e fala:-A quanto tempo, mãe.- Exclamou calmamente o mesmo enquanto permanecia seu olhar fixo especificamente no epitáfio da lápide.
-Você tem tanta sorte, mãe. Espero que agora você finalmente esteja descansando. Eu prometo, eu vou te encontrar em breve.-O mesmo afirma com um tom calmo e frio.
Francis então deu meia volta e ando em direção a saída do cemitério, mal sabia o rapaz tudo o que isso poderia causar...
Enquanto andava pelas ruas, Francis notou uma figura estranha que passou ao seu lado. Era estranhamente familiar para o mesmo, porém ainda sim ele decidiu ignorar e continuar seu trajeto rumo a sua casa. Em pouco tempo o mesmo chega a seu destino, o espaço de sua casa é extremamente limitado e até sujo, tudo que havia lá era uma cama, alguns livros jogados para lá e para cá, uma porta para o banheiro e uma cozinha minúscula. O ambiente era deplorável, solitário e triste, mas acima de tudo, silencioso. Mas para Francis, aquele silêncio era como um grandioso paraíso.
-Tão quieto...-O mesmo sussurra calmamente antes de cair encima de sua cama, na qual era extremamente dura e desconfortável.
Deitado, ali o rapaz cai em um sono profundo, seus sonhos preenchidos por imagens de uma época de felicidade que jamais iria voltar. Imagens que mostram o quão efêmera a felicidade humana era. Seu irmão, sua mãe, tudo ali já se foi. Seus sonhos são as únicas coisas felizes em seu dia a dia miserável.
Ao amanhecer, os sonhos se encerram como sempre. O garoto acorda sonolento, não se preocupando em se arrumar adequadamente, ele vai para a escola. Já no lugar, o mesmo nota algo estranho em sua entrada, o portão, estranhamente estava trancado, o estranho era que Francis não havia se atrasado.-O que será que aconteceu?-Indagava Francis, ainda curioso quanto a situação. Francis permanece parado na frente do portão por alguns segundos, tentando encontrar quaisquer explicações lógicas, e decide pensar que hoje era um feriado que o mesmo ate então desconhecia, mas antes que ele pudesse se virar, ele sente uma mão pequena tocar em seu ombro.
Rapidamente Francis se vira para ver quem havia lhe tocado. Vendo Yuki parado atrás dele com uma expressão neutra, porém seu olhar... rapidamente Francis entendeu que não era apenas um feriado, algo maior havia acontecido, mas antes que ele pudesse falar qualquer coisa, Yuki o questionou:-O que você tá fazendo aqui?-Ainda ligeiramente confuso, Francis reorganiza seus pensamentos e finalmente fala:-Bem, estava indo para a escola, porém ela tá trancada e... o que você tá fazendo aqui também?
-Eu apenas estou dando uma volta...-Yuki afirma timidamente.
-Você sabe o porquê da escola está fechada?-Francis indaga com um tom de voz baixo, quase um sussurro.
Naquele momento, Yuki simplesmente congelou. Ele não sabia como responder e começou a tremer sem parar, o que obviamente deixou Francis confuso e se perguntando sobre o que poderia ter acontecido ali, mas logo percebeu, quando lágrimas escorreram pelas bochechas de Yuki, Francis uniu os pontos. Aquela escola, havia sido palco de um crime, um crime terrível... um assassinato.
Francis, porém, se recusava acreditar em tais palavras, porém não importa no que ele pensava, essa era a única que conseguia se encaixar na situação. Então, o mesmo olha nos olhos de Yuki.
-O que... aconteceu aqui?-Indagava Francis com uma voz alta e firme, até mesmo parecia uma pessoa diferente, coisa que a princípio assusta Yuki que se encontra entre lágrimas e soluços fala:-Foram três... três estudantes...-Ele para um momento e tenta respirar fundo antes de continuar.
-Os três... foram mortos...-Após está fala o garoto cai de joelhos na frente de de Francis que ali se mantia parado, pensando na situação que subitamente o mesmo estava inserido.
Francis olha para Yuki com um olhar frio e vazio, olhar esse que faz Yuki sentir um arrepio em sua espinha. Sem pensar duas vezes, Francis corre em direção ao portão e escala o mesmo.
-O que você tá fazendo?!- Gritou Yuki, ainda com lágrimas em seus olhos e uma expressão de confusão e medo.
-Eu não vou ficar parado, eu vou descobrir quem fez isso, eu prometo...-Apos está fala, Francis se vira e olha nos olhos de Yuki antes de continuar.-Afinal, a única pessoa que tem o direito de encerrar sua vida é você mesmo
FIM DO CAPÍTULO
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FACÍNORA
Mystery / ThrillerEm um mundo similar ao nosso, acompanhe dois indivíduos com filosofias igualmente opostas, nos quais buscam incessantemente provar seus ideias através de atos "facínoras".