Ficar Ou Ir?

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Pov Soraya:

Estava terminando de arrumar minhas coisas para ir a viagem, coloquei tudo que eu precisaria durante esses meses que iria passar fora, e para falar a verdade, era bastante coisas.

Enquanto eu arrumava minhas malas, pensava na Simone, ela não saia da minha cabeça de jeito nenhum, tanto que passei a noite inteira pensando nela, vendo a tristeza destacada em seus olhos.

Fiquei muito triste por vê-la daquele jeito, mas já tinha tomado minha decisão e não poderia voltar a trás, precisava seguir em frente para ajudar as crianças e de lá, e talvez mudar de vida.

Por mais que fosse praticamente impossível, deveria tirar Simone da cabeça.

— Está pronta, filha? — Perguntou minha mãe, entrando no meu quarto. Olhei para ela assetindo com a cabeça.

— Estou sim, mãe. — Respondi fechando minha mala.

Eu estava vestindo uma calça jeans escura junto com minha blusa branca de tecido fino pois estava fazendo um calor danado, mas felizmente estava batendo um frio bom.

Meus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo perfeito estilo Ariana Grande.

— Que bom! O seu pai estar te esperando lá em baixo. — Comunicou olhando para mim. Não respondi nada, somente assenti. — Tem certeza que é isso mesmo que você quer, Soraya?

— Não entendo por que está sempre perguntando isso, mãe. Quando eu saí da fazenda para fazer faculdade, a senhora não ficou me fazendo essa pergunta. — Comentei em um tom não muito rude.

— Estou olhando para sua cara. E como mãe, sinto que você não está tão feliz em ir. Parece que você está indo só por ir, e não por querer. Lembre-se que você não está sendo obrigada a nada. — Contou se sentando na beira da cama, sem tirar seu olhar do meu.

— Eu sei, mãe! Mas é que, estou com um pouco de dor de cabeça, só isso. — Contei dando uma desculpa para ver se ela acreditava.

Entretanto, minha mãe semicerrou seus olhos me fitando.

— Sei que não é só isso, filha. Eu te conheço como a palma da minha mão. — Pronunciou-se mostrando sua mão.

— Eu disse que é dor de cabeça, mas se a senhora não acredita, então não posso fazer nada a respeito. — Respondi dando de ombros, pegando a minha mala em mão.

— Tudo bem! Se é assim, então vou ficar calada. — Proferiu se levantando da cama enquanto erguia as mãos em rendição. — Deixa eu te ajudar. — Falou pegando minha outra mala.

Acabei sorrindo por sua mania de sempre se importar comigo independente de qualquer coisa, por isso amava muito minha mãe, e iria sem dúvidas sentir muita falta dela.

Saímos nós duas do meu quarto, andamos pelos corredores e descemos as escadas junto com minhas coisas. Olhei para frente vendo todo mundo na sala. Estava; Joana, Creuza, seu noivo, meu irmão e meu pai.

— Tem certeza que não quer que eu te leve para a cidade? — Perguntou meu pai se aproximando de mim.

— Está tudo bem, pai. O avô do Tom deu o carro dele para ele. — Respondi naturalmente e meu pai fez uma cara feia.

— Não sei não. Não confio nesse moleque. — Pronunciou ele de cara fechada, comecei a rir do jeito.

— Pai, já disse que não precisa sentir ciúmes do Tom. Ele só é um amigo.

Meu pai sempre sentia ciúmes do Tom desde quando eu era pequena, e isso porque às vezes eu preferia brincar com Tom do que andar a cavalo com o meu pai.

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