"Se o Nikolai fosse um homem, ele seria o amor da minha vida"

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Em pensamentos afogados no desespero que lhe dizia para desistir, ele apenas sorria de forma tóxica

*“Eu serei o único capaz de derreter o coração gelado de Dos-kun”*

Contudo, ele não queria confiar seus sentimentos que permaneciam dentro de si enquanto o pequeno poço de sensações enchiam seu peito, pois seu pobre coração não aceitava a suposta rejeição que seu "querido amigo" lhe deu, isso o fazia ficar perdido em sua própria escuridão e desespero, temendo muito aos Deuses que o coração do russo seja seu.

*"Se ao menos eu pudesse ter uma brecha, uma forma de me aproximar sem parecer fraco..."*

Mas seu querido amigo era como uma fortaleza impenetrável, seu coração mais frio que os icebergs congelados do polo norte, suas paredes de gelo protegendo um núcleo que poucos poderiam sonhar buscar.

*"Talvez eu goste dessa montanha-russa
Talvez isso me mantenha alto
Talvez a velocidade me aproxime
Eu poderia brilhar em seus olhos"*

*"Me machuque e me diga que você é meu
Não sei por que, mas gosto
Assustador, meu Deus, você é divino
Me dê eles
Dê-lhes drogas e diamantes"*

"O quão divino eu sou?" A pergunta de Fyodor ecoava com uma mistura de egocentrismo e desafio.

Nikolai o encarava como se estivesse diante de uma divindade. A frieza implacável de Dos-kun não o afastava, pelo contrário, parecia exercer uma atração irresistível sobre ele. Cada palavra gelada que saía dos lábios de Dos-kun, cada gesto distante, só aumentava o fascínio de Nikolai. Ele estava determinado a ser o calor que derreteria aquele coração de gelo.

"Você é mais do que divino, Dos-kun. Você é um enigma que eu estou determinado a desvendar."

Suas palavras tinham um sentimento eufórico de melancolia, Fyodor fazia parecer que suas barreiras eram invisíveis, cavando seu terror em alma física, e, como se supusesse suas próximas palavras, ouve uma resposta para as possíveis quantias de questões em sua mente. Por mais que não imaginasse um quiz que fizesse o sentir um desdém como esse, isso porque seu coração ainda palpitava com o desejo de aceitação.

"Sua alma carrega um peso do pecado, você não é diferente dos outros" A pausa em suas palavras foi suficiente para que as pupilas de Nikolai, expostas e de cores distintas, se dilatassem, enquanto ele cravava as unhas nas próprias luvas, ansioso, enquanto o vento cortante que circulava o local pairava apenas em seu rosto.

"Você não procura por redenção, Nikolai" As palavras ásperas de Fyodor cravaram-se em Nikolai como chamas ardentes, que rapidamente o inundaram com a sinceridade, afiando sua indignação e fazendo-o sentir o olhar penetrante que fazia qualquer um querer ter os olhos limpos com cloro. O mesmo olhar que ele teria o prazer de retribuir até o amanhecer do dia seguinte.

"Você apenas quer se livrar da condenação"

"Mas essa não é a busca que todos querem no final? Por que não sou diferente?" Rebateu com uma intensidade fervorosa. Seus olhos, embora dilatados pelo desespero, brilhavam com uma determinação incansável. Ele sabia que Fyodor estava certo, mas se recusava a ceder à dureza da verdade.

"Meu querido Nikolai, você é apenas um pecador imundo, totalmente igual a todos os outros que frequentam a esse mundo" Responde friamente o homem com aquele seu sorriso maldito, aquele por qual Gogol facilmente se apaixonaria só de olhar por mais de um segundo.

"O que me faria ser diferente? Tem algo?!"

"Você corre atrás de mim, isso é o que te faz diferente. Um cachorro. Um miserável vira lata..."

Nikolai sentiu um misto de dor e euforia ao ouvir aquelas palavras. A certeza cruel na voz de Fyodor era como um bisturi afiado, cortando fundo, mas ao mesmo tempo, alimentando sua esperança insana.

𝑩𝑨𝑫 𝑹𝑶𝑴𝑨𝑵𝑪𝑬Onde histórias criam vida. Descubra agora