Cap. 2: Alaminuta

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   Nossa ida ao mercado foi até bem tranquila, o que de fato me surpreendeu.

   Sul comprou poucas coisas, eram de fato, apenas comidas pra viagem, que sem que ele percebesse coloquei no GPS e de fato, era longa. Seriam 4 horas de viagem. E o pior de tudo isso, era que seriam eu e Rio grande do Sul, dentro de um carro, por 4 horas, sozinhos.

   Minutos depois de sairmos do mercado, chegamos na casa de Sul na capital, que na verdade, era um apartamento em um condomínio.

-Não esperava que você morasse em um apartamento, você não tem cara de gente de cidade - Digo enquanto o homem recepciona o guarda que abre o portão para passarmos.

-É temporária, não costumo ficar muito parado na capital, normalmente fico no meu rancho - Diz fechando o vidro e entrando no condomínio.

-Faz sentido.

   Observo pela janela enquanto ele chega em uma vaga e estaciona o carro.

-Pega a chave, o apartamento é o 27 do bloco C, abre lá pra mim, vou pegar as sacolas do mercado - Me entrega uma chave e sai do carro.

   Acompanho ele e desço com certa dificuldade da Hilux - nunca vou me acostumar com o tamanho disso.

   Adentro o bloco indicado e procuro o apartamento, logo achando o de número 27.

  Ponho a chave na fechadura e destranco a porta. Assim que abro, procuro um interruptor e acho, quando acendo, fico chocado com tudo ali.

   Era pequeno, mas mesmo assim, aconchegante, a cozinha e a sala eram dividas por uma bancada, o sofá tinha um pelego em cima e algumas almofadas. A casa era compacta, mas era agradável de estar ali.

-Fique a vontade - Diz o gaúcho entrando pela porta com as sacolas e a fechando com o pé em seguida, larga as sacolas na mesa e suspira - Preciso de um banho, vai querer o que pra jantar?

   Estranhei o jeito que ele estava sendo carinhoso comigo, ele não costuma ser assim.

-Não sei - Respondo pensativo, realmente não sabia.

-Nesse caso, vou descongelar duas marmitas da geladeira, algum problema? - Fala enquanto se direciona a uma porta, provavelmente do quarto.

-Não, nenhum - Cruzo os braços sem saber muito o que fazer.

   Ele saí do quarto com uma toalha pendurada no ombro e sem o chapéu.

-Fique a vontade guri, pode ligar essa tv aí - Diz abrindo uma porta, agora, a do banheiro - Sua mala tá ali do lado da bancada.

   Entra no banheiro e fecha a porta. Vou até minha mala e deito ela no chão, logo pegando uma roupa, vou pedir pro Sul se posso tomar um banho depois.

   Ouço o barulho do chuveiro ligando, indicando que o homem já estava no seu banho.

   Deixo minhas coisas encima de uma mesa de jantar redonda que tinha ali e me sento no sofá, pego o controle e coloco em um canal aleatório. Me surpreendi por eu e o Sul não termos discutido ainda.

   Fiquei olhando tv por alguns minutos, logo ouço o chuveiro desligar. Após poucos minutos o homem sai de dentro do banheiro.

   Sinto meu rosto corar inteiro quando vejo o loiro.

   Ele estava apenas com uma toalha na cintura, o peito exposto escorria água, e os cabelos ainda estavam molhados.

-Ô guri, tá bem? - Pergunta confuso.

   Balanço a cabeça para sair dos meus pensamentos e desvio o olhar.

-Aham, eu... posso tomar banho? - Pergunto ainda sem olhar pra ele.

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