A criança

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Crianças ao longe brincavam de roda. Uma delas era Amélia, uma criança que vivia nas proximidades da ladeira, em uma casa simples sem pinturas, com acabamento em tijolos. Na casa vivia sua mãe, mulher trabalhadora que se casou muito cedo com um homem de belos olhos verdes, mas que foi abandonada em pouco tempo pelo marido. O homem assim que obteve uma proposta melhor de emprego decidiu ir embora do pequeno vilarejo e mudar de vida, abandonando a família. O acontecimento resultou no empobrecimento ainda mais acentuado da família e, por conta disso, a mãe mal tinha tempo para os filhos, que não frequentavam a escola.
    A menina também vivia com seu irmão mais novo que adorava brincar com ela. Para passar o tempo e acabar com a monotonia da pequena vila todas as crianças se juntavam e brincavam em roda perto da ladeira que dava para o cemitério. Adoravam cantar cantigas e na maioria das vezes a voz das crianças era o único ruído presente no calmo vilarejo.
      Amélia era responsável por seu irmão, por esse motivo, aprendeu muito cedo a ficar atenta a todos os mínimos detalhes. Naquela tarde em específico, a menina percebeu a vinda de  Ricardo e Raquel que subiram a ladeira na direção do cemitério. Raquel chamou a atenção de Amélia devido aos seus olhos verdes, eram iguais aos do seu pai e aos de sua bisavó, Maria Emí­lia, que já era falecida e tinha a sua imagem pregada na gaveta presente na capelinha onde Raquel tinha sido presa por Ricardo.

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