Glory days will come

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𝐑𝐨𝐛𝐢𝐧 𝐀𝐫𝐞𝐥𝐥𝐚𝐧𝐨

O sol brilhava intensamente lá fora, costumava ser a fonte de inspiração para minhas pinturas. No entanto, algo havia mudado. Talvez fosse um bloqueio criativo ou uma sensação de desencanto. E isso me deixava intrigado, com a forte sensação de impotência. Mas havia um lugar que eu sabia que poderia reacender sua criatividade, o lugar que fazia meus olhos brilharem somente em o pronunciar em minha boca, que fazia minhas mãos soarem pelo simples fato de me imaginar pisando os pés lá, a escola:The Art of Living.

Meu sonho de frequentar essa escola era forte, mas as condições financeiras eram difíceis. Trabalhar meio período em uma loja de conveniência ajudava a pagar as contas em casa, mas ainda assim, havia apertos financeiros. O que me fazia sentir um peso, ao pensar que meus pais não precisariam dar tanto de si se não me tivessem.

Aos 17 anos, eu me vejo perdido, enquanto outros jovens pareciam ter um propósito claro. A arte é meu sonho, mas eu costumo me perguntar se seguir esse caminho me levará a algum lugar. Nos dias atuais, a valorização da arte nem sempre é garantida, mas talvez houvesse uma maneira de conciliar seu sonho com a realidade.

Sou despertado de meus pensamentos pela figura que entra em meu pequeno estúdio. Com um cigarro entre os dedos, ele se senta de maneira desajeitada em minha mesa de telas.

- Vance, você voltou a fumar? - Falo suspirando fundo.

- Qual é, você sabe que eu nunca parei. - Ele responde de maneira sarcástica, e eu balanço a cabeça em negação.

- Vim te chamar para a festa que terá na casa do Thomas, você sabe que são sempre as melhores. E não venha me dizer que terá que trabalhar hoje, tire folga, eu falo com aquele idiota do seu chefe. Faz tempo que você não sai de casa, não se diverte ou socializa como costumava fazer. - Vance solta a fumaça de sua boca e me olha daquela forma que sei que não existe a opção de lhe contrariar, mas mesmo assim o faço.

- Vance, eu preciso desse emprego. Você sabe muito bem disso. Eu sei, de fato, sinto falta de quando tinha tempo para sair com nossos amigos, mas tenho responsabilidades no momento e preciso cumpri-las se eu quiser alcançar o meu objetivo. - Falo com seriedade, embora saiba que ele vai achar uma maneira de me convencer.

- Você já considerou o bloqueio criativo que anda enfrentando? Não passa pela sua cabeça que a raiz desse problema seja a forma como você vem se sobrecarregando ultimamente? Como é possível se inspirar estando enfurnado dentro de casa ou se matando naquele trabalho que lhe oferece uma mixaria? - Ele me pergunta, fazendo com que eu reflita por um momento.

- Talvez você tenha razão. - Murmuro e respiro fundo, sabendo que mais uma vez, meu melhor amigo me venceu. Espero ansiosamente pelo dia em que eu terei mais razão que ele em algum assunto.

Ele põe sua mão em meu ombro e apaga seu cigarro no meu vaso de plantas, odeio quando ele faz isso.

- Eu sempre tenho, maninho. Aliás, quem sabe você finalmente sai da seca? Há quanto tempo você não encosta em uma mulher, meu caro? - Ele pergunta, dando risada.

- Não é como se eu precisasse disso, idiota. - Digo, dando um tapinha em seu ombro.

- Mas se você prefere homens, fica tranquilo que vai ter também. - Ele fala, e reviro os olhos enquanto ouço sua risada ficar cada vez mais alta.

Quando vejo Vance se retirar, desisto de tentar terminar a tela que estava fazendo.

Talvez essa festa não sirva para me inspirar, mas eu realmente preciso desestressar. Provavelmente, Hopper tem razão. Talvez, os dias de glória desse aspirante a artista aqui irão finalmente retornar.

















Olá, meus filhotes. Esta aqui é a minha nova obra, eu espero que vocês gostem pois estou fazendo com todo carinho.
O capítulo foi mega curtinho, somente para vocês conhecerem o Robin, mas podem aguardar porque o capítulo da festa promete! Eu amo muito você que está lendo, beba água e se alimente corretamente, um beijo no coração 💛.

The art of living Onde histórias criam vida. Descubra agora