Devir (s.m.)
é um processo de mudanças pelas quais todos os seres passam. é uma lei geral do universo, que cria, destrói, reconstrói, ensina e engrandece. nada permanece igual ao que era no início. é a prova de que não somos à prova de sentimentos pesados demais, que corações fortes também choram e que segundas chances são reais (para quem merece).
é a chance de ser alguém melhor.
Pov: Narrador
Apressada se sentou na velha mesa de madeira e revirou as gavetas atrás de papel e caneta, pensando em cada palavra que escreveria para seus amados irmãos, Blair começou a dedilhar o papel com a caneta e palavras encontraram seu lugar no papel com o tempo se formou algo que Blair julgou agradável, bom o suficiente
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2015 24/07 Cidade Ashland da Pensilvânia
O começo do fim
Queridos irmãos, sinto muito por fazer isso desta forma, queria poder me despedir pessoalmente, mas não a tempo pra isso, depois de tudo que eu e as crianças passamos, precisamos respirar novos ares, precisamos de mudança, eu cometi muitos erros, não pretendo continuar assim! Lembram que nossa mãe sempre nos disse que um homem podre não é capaz de amar? Eu realmente gostaria de ter entendido isso antes de me casar com Richard, antes de ter trago pros meus filhos o pior pai que eles poderiam ter e traumas que jamais esqueceram! Meus pequenos não mereciam passar pelo o que passaram por causa de um erro meu, preciso conseguir algo novo para eles, algo como felicidade, não posso dizer que estou esperançosa sobre um mundo melhor pra mim ou um futuro feliz, mas estou determinada a conseguir isso para minhas crianças, eu não sei pra onde vamos, nem quando voltaremos, mas sei que quando lerem essa carta já estaremos muito longe! Longe de perguntas e comentários indevidos e de memórias doloridas! Uma coisa posso prometer, nós voltaremos! A família é a coisa mais importante nesse mundo, jamais os deixarei, só estou procurando uma forma de consertar o que se quebrou, o que Richard destruiu nas minhas crianças! Sem mais enrolação, eu e os pequenos temos que ir, eu amo vocês meus irmãos!
Com amor: Blair
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Após reler a carta querendo ter a certeza de que seria suficiente para que seus irmãos não entrassem em desespero com seu sumiço repentino, deixou um beijo na borda da carta, marcando com seu conhecido batom vermelho, a marca de Blair
Blair: Eles vão entender "suspira tentando se convencer disso"
Dobra rapidamente a carta e a guarda dentro de um envelope, se levanta apressada e pronta para sair do seu pesadelo, para na porta do velho quarto olhando em volta a mulher pensa
"Uma pena que não poderei sentir saudades de nenhuma memória de um lugar tão lindo"
Suspira e por fim tranca a porta dando fim aquele cômodo da casa, confere se todos os outros cômodos do segundo andar estavam fechados e desce as escadas até a sala
A imagem que vê chegando na sala vazia de móveis parte seu coração em milhares de pedaços, Juliet chorava baixinho sentada num baú velho com a cabeça apoiada no peito de Klaus, o irmão mais velho tentava passar para a irmãzinha algo que nem ele tinha, tranquilidade, porém o carinho suave que ele fazia no cabelo dela ajudava
Klaus: Pequenina, pequenina, estrelinha, brilha brilha, minha princesinha, Juju, jujubinha, pequenina, pequenina, não chore não, suas lágrimas doem meu coração, não chore não, seu sorriso ilumina minha escuridão, Juju, jujubinha, preciso de você feliz "cantarolava baixinho pra menininha"
A musicinha que ele cantava pra ela desde que garota nasceu, quando ela era bebê e chorava de noite, quando ela chorava de fome, quando chorava por não querer ir ao banho, quando chorava de raiva por não ter oque queria, quando chorava de medo do papai, sempre a acalmava
Blair respirou fundo e foi até os dois abaixando na frente deles ficando cara a cara com eles
Blair: Queridos a hora chegou, temos que ir "disse acariciando os cabelos de Klaus e limpando as lágrimas de Juliet"
Sem mais palavras Klaus se levantou, não tinha porque questionar aonde iam, sua mãe sabia muito bem oque era certo, ela sempre sabia, não seria diferente agora
Klaus pegou a mão de Juliet e a trouxe consigo, colocou sua mochila nas costas e pegou a malinha da garota
Klaus: Podemos ir mamãe
Blair pegou suas malas e abriu a porta dando passagem pras crianças, saiu sem olhar pra trás, trancando a porta, tirou uma fita que já tinha separado de dentro de sua bolsa, cortou um pedaço e colou a carta na porta da casa
Blair: Pronto, é o suficiente "sorriu, como se isso fosse fazer ela se sentir melhor"
Ela e as crianças foram até o carro antigo, guardaram as malas, apertaram os cintos e se despediram da sua cidade natal! Tchaus Ashland, até mais...