A manhã se revelou como um sussurro gélido pelos corredores sombrios do castelo, onde a luz escassa mal conseguia penetrar pelas janelas ocultas pelas longas cortinas. Despertei com o brilho pálido do sol que penetrava pelas cortinas gastas. Movimento-me na cama, ergo-me, os pés tocando o chão de mármore alvo. Envolvo-me em meu roupão, caminho até meu armário de alabastro, o abro e examino meus vestidos, optando por um tom cinza ornado em azul-marinho.Enquanto me vestia com um traje de tons frios e sóbrios, mantinha uma expressão imperturbável, os olhos refletindo a determinação de uma princesa incumbida de proteger seu reino. A noite havia sido longa; mesmo sem possuir o título de rainha, ou até mesmo de imperatriz, o tempo era um recurso escasso. Meu pai, um homem sério e rigoroso, porém justo e amável, não admitia falhas; qualquer deslize simples representaria uma catástrofe para todo o nosso reino.
Assento-me diante da penteadeira, onde cuido de meus cabelos longos e cacheados, enquanto observo a pele morena e os cabelos embranquecidos pela genética. Prossigo com a higiene dental e a limpeza do rosto utilizando água. Abro a porta de carvalho e deixo meu aposento, seguindo pelo corredor. Contemplo os retratos de meu pai, minha mãe, minha irmã e os meus. Desço as escadas até o saguão principal e me dirijo à sala de jantar. Adentro e avisto minha família sentada à mesa.
– Bom dia, Bea. – disse meu pai, com aquele sorriso radiante.
– Bom dia, pai. – respondo em um bocejo sonolento.
– Como foi sua noite, querida? – pergunta minha mãe.
– "Tudo normal, as sombras me consumiram essa noite, como uma ovelha negra em um pasto de gelo." – disse Robin rindo de mim, já que eu sempre dizia essa frase.
Todos estavam rindo, enquanto eu permanecia calada e comecei a tomar meu café em silêncio. Roronoa Zoro entrou na sala de jantar e cumprimentou a todos; ele beijou minha irmã com um sorriso antes de se sentar à mesa. Nunca imaginei que minha irmã, Nico Robin, se casaria com alguém como Roronoa Zoro. No entanto, ela está feliz, e isso é o que importa.
– Perdoe-nos, querida, não deveríamos ter rido – disse meu pai.
– Meninas, não se esqueçam de que hoje é a festa anual da Imperatriz do Reino Verde – lembrou minha mãe, enquanto bebia seu suco. – Bea, como você nunca participou da festa, a Imperatriz Béll-mére informou que você será a convidada de honra esta noite.
– Sim, mãe. – respondi, olhando para uma laranja.
– Por que você nunca comparece às festas da Béll-mére? – indagou Zoro.
– Detesto festas. – respondi secamente.
– Ela detesta tudo o que é agradável – comentou Robin, rindo.
– Não detesto livros, flores ou gatos. – retruquei.
– É um milagre você não detestar isso também. – continuou ela, provocando-me.
– Filha, basta – disse meu pai, percebendo a situação.
– Creio que, se você sorrisse ou risse mais, ninguém a acharia desagradável. – insistiu Robin.
– Robin! – exclamou meu pai, batendo a mão na mesa.
Não dou muita atenção. Pego um cacho de uvas e me retiro da mesa e da sala. Percorro os corredores do castelo, dirigindo-me à biblioteca, onde me sento em um grande sofá de couro branco. A lareira estava acesa, proporcionando um calor confortável ao ambiente.
Após um desjejum rápido na biblioteca, mergulhei nas responsabilidades do dia. Dirigi-me ao meu escritório, sentei-me à mesa de madeira e comecei a examinar os relatórios. O mensageiro chegou e logo depositou sobre minha mesa dezenas de cartas. Agradeci com um rápido aceno de cabeça e comecei a revisar a correspondência. Suspirei ao perceber que a maioria eram propostas de casamento, outras tratavam de reuniões em diversos reinos, e, por fim, havia também algumas ameaças de morte. Mais um dia normal.
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Encontrei Tudo O Que Não Queria Em Você | Portgas D. Ace
FanfictionO que acontece quando duas coisas completamente diferentes se juntam? Uma das hipóteses é que pode dar muito errado e causar uma catástrofe enorme, ou pior ainda, pode destruir tudo que há ao redor. Mas e se talvez essas coisas se juntem e, talvez...