Mudanças.

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Anastásia Corrigan.

Me levanto deixando o pote de pipoca em cima da mesinha de centro, dando pause no filme quando escuto a voz de Mabel e Anabel.

— Não Anabel! Eu já tenho 22 anos. — Mabel entra, jogando a bolsa no sofa, tirando os saltos.

— Mas eu sou sua irmã mais velha, caralho, me escuta! — É meio raro Anabel falar palavrões, o negócio deve ser serio.

— Eu faço o que eu quiser com a minha vida! — Mabel grita, fazendo Ilo acordar, olhar para a mesma e sair da sala.

— O que está...

— Agora não Anastásia! — Anabel diz, levanto as mãos, vendo Mabel vir em minha direção, deixando um beijo na minha testa. — Me escuta, Mabe.

— E por que eu deveria? — Mabel para do outro lado da sala, enquanto Anabel está do outro.

— Porque você me desobedeceu! — Ai gente, o que que tá acontecendo?

— Você não manda em mim, nunca nem esteve presente na minha vida, por que agora quer estar!? — Mabel grita, fazendo Anabel bater as mãos ao lado do corpo.

— Gente...

— Anastásia, agora não! — Mabel diz, me interrompendo.

— Eu não estava presente para ajudar sua mãe a sustentar você e Anastásia! — Anabel apontou para Mabel.

— Magg não é a minha mãe! — Mabel grita, saindo da sala, Anabel bufa e segue a garota, eu faço o mesmo.

— Tantas pessoas por ai, por que justo ela!? E ela nem é uma pessoa! — Anabel diz incrédula, entrando na cozinha.

— Ela é mais humana do que você, enxerga o mundo real, não vive em um sonho que nunca vai acontecer! — Mabel da ênfase na última frase, fazendo Anabel abrir a boca.

— A gente pode conversar e...

— Cala a boca Anastásia! — As duas falam ao mesmo tempo, me fazendo dar um passo para trás.

— Eu passei anos sem sentir atração por ninguém, e quando finalmente sinto, você quer me privar disso! — Mabel diz, enchendo um copo de água.

— Não quero privar você, Mabel! — Ela diz batendo a mão na coxa. — Só acho que foi muita coincidência!

— Claro, até porque entrar no apartamento de outra pessoa e o dono chegar é algo que acontece no meu dia a dia! — Mabel diz sarcástica.

— Você é muito ingrata, eu só quero o seu bem! — Mabel olha para Anabel incrédula, com a boca entre aberta, ela umedece os lábios e diz:

— Você nunca se importou comigo. — Mabel diz com a voz embargada, está na cara que ela prende o choro. — Quando eu precisei de você, você sumiu! — Anabel da uma risada desacreditando do que ouviu.

— Matteo fez o que fez porque você não defendeu, você era adolescente, poderia ter chamado a polícia ou se defendido você mesma! — Não Anabel, não. Mabel apenas olha para Anabel sem dizer nada, com a boca entre aberta, o clima pesou, o silêncio se instalou e Mabel parece estar em conflito interno, uma lágrima desce do rosto de Mabel, mas ela parece estar em transe, só olha para Anabel com o copo na mão, ela umedece os lábios e finalmente diz:

— Vai se foder, Anabel. — Mabel joga água no rosto de Anabel, ela põe o copo em cima da bancada, olha para mim, limpa a garganta e seca uma lágrima no rosto, sai da cozinha, fecho os olhos quando escuto a porta do quarto batendo.

• A Morte lhe Cai Bem. • // B.EOnde histórias criam vida. Descubra agora