CAPÍTULO XVI: A arte da Ilusão

31 10 39
                                    

❝ O homem é mestre na arte de vestir máscaras, escondendo por trás de cada expressão uma infinidade de verdades e mentiras

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O homem é mestre na arte de vestir máscaras, escondendo por trás de cada expressão uma infinidade de verdades e mentiras.

O silêncio do quarto foi cortado pelo som estridente do despertador, abro os olhos de imediato e desligo o despertador, suspiro fundo e encaro o teto por alguns segundos antes de ver que horas são, o relógio marcava para 04:35, esse não é um dia normal. Após ter matado a Amanda, naturalmente que eu deveria agir como se fosse o marido que está preocupado com o sumiço repentino da sua esposa, logo, não poderia de modo algum ir ao trabalho.
Faço uma linha de como será o meu dia e volto a dormir profundamente.

Os pássaros cantavam.

O sol adentrava pelas persianas iluminando o quarto, sendo possível sentir o calor do sol na minha pele, desperto do meu sono, hoje não é um dia normal, hoje é o dia que marca o início de algo.

Levanto-me da cama e caminho até ao quarto do banho, onde sigo a minha rotina normal de higiene pessoal, ao terminar, visto roupas casuais e saio do quarto calmamente até que encontro uma das empregadas domésticas, elas tinham a principal função de somente realizar a faxina e depois disso poderiam ir embora, visto que Amanda sempre fez questão de cuidar das refeições e nunca me opus sobre isso.

Diante dos olhares inquisitivos dos empregados, interpretei o papel do marido aflito, perguntando ansiosamente se alguém havia visto minha amada esposa.

— Alguém viu a Amanda?

Minha voz soava distante, como se eu estivesse assistindo uma cena fora do meu próprio corpo. Mas por trás da máscara de preocupação, minha mente estava ocupada com pensamentos e planos que deveriam ser cumpridos com uma certa urgência, ainda mais agora em que não existem impedimentos para tal feito.

Após encenar minha preocupação na frente dos serviçais que ocupavam-se com suas tarefas, fui até ao meu escritório, onde dedicou uma parte inicial do meu dia fazendo as coisas que gosto desde que a Inês surgiu na minha vida. Visitar a sua conta e ver se não tem nada de interessante, tal como era de costume, a Inês não tem o hábito de entrar nas redes sociais excepto nos casos que o precisa fazer devido à faculdade.

Depois disso, fiz algumas ligações para amigos e familiares próximos questionando se nenhum deles tinha visto Amanda. A palavra que eu pronunciava era uma mentira habilmente elaborada, cada expressão um disfarce para que a imagem imaculada de um marido que está preocupado ficasse impregnada na mente de todos em todas as minhas ações.

Não iria procurar falar com a Inês tão já pois diante da situação da Amanda, é necessário que eu faça as coisas de um jeito que ninguém possa criar uma imagem destorcida sobre mim. Estou sentado no meu escritório encarando o por-do-sol através da janela quando ouço batidas na porta, digo em bom tom para que a pessoa entre.

— Senhor Oliveira. — Dona Isaura, uma das empregadas mais antigas que tenho adentrou no escritório, ela já estava prestes a ir embora. — Já terminei o meu serviço, o senhor faz precisar de mais alguma coisa?

— Não, Dona Isaura. Podes ir embora, no momento não irei precisar de nada.

Ela acenou brevemente e preparar-se para sair do cómodo mas no entanto para e diz:

— Eu não sei se essa informação poderá ser útil mas a senhora Amanda nos últimos dias, ela tinha ido ao hospital fazer uma consulta e me segredou que estava doente mas não sabia como contar ao senhor.

— Doente?

— Sim, mas ela não explicou o que tinha só disse que era algo que a deixava triste. Ela não estava bem e até chorou quando contou-me.

Dona Isaura explicou calmamente, antes de sair do escritório. A verdade que parte das ações da Amanda não eram controladas por mim porque desde o casamento estabeleci uma linha de regras, seu único dever era cumprir aquilo que foi determinado por mim, o restante que ela fazia não me dizia respeito.

Curioso sobre a natureza da doença da Amanda, levantei-me da cadeira e dirigi-me até ao quero. Acredito que lá seria capaz de encontrar as respostas para as perguntas que acho pertinentes.

Enquanto vasculhava nos pertencesse de Amanda, encontrei um documento do hospital mostrando o resultado de uma recente consulta que ela tinha feito esses dias. Sentei-me e comecei a ler com muita atenção, durante o nosso casamento de três anos, questionamentos sobre quando teríamos o nosso primeiro filho sempre foram feitas por familiares e amigos, pelo olhar da Amanda era notável que ela desejava ter um mas eu não.

Sempre me opus a essa ideia. Nunca quis ser pai. No entanto, agora, depois de conhecer a Inês, eu quero isso.

Fazer um filho é simples, basta que façam sexo e o processo de fecundação seja concluído, no entanto é provado que os nossos filhos são capazes de levar as nossas características físicas e psicológicas e eu não queria de modo algo que meu filho tivesse o genes da Amanda, ela não era perfeita, era comum, diferente da Inês.

A combinação dos nossos genes poderia criar algo único, perfeito, uma criança que poderia herdar o melhor de nós dois. Era uma ideia tentadora, mas primeiro precisava lidar com o desaparecimento da Amanda e garantir que nada me conectasse a isso.

Insidioso Encanto - Triologia Encanto Sombrio, Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora