Capítulo 1

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Setembro

— Vá em frente, Sr. Malfoy — Carrow disse, seu hálito quente e fétido contra a bochecha de Draco.

Draco virou a cabeça enojado. Seu aperto em sua varinha aumentou enquanto ele olhava para a garotinha tremendo na sua frente. Ela era da Lufa-Lufa, não tinha mais de doze ou treze anos, e estava morrendo de medo. Draco também estaria, se tivesse sido arrastado para uma aula de Defesa Contra as Artes das Trevas do sétimo ano para ser usado como uma 'demonstração' dos efeitos da Maldição Cruciatus.

Carrow estava praticamente ofegante de tão excitado – tanto pelo medo da garota, quanto pela relutância de Draco em lançar a maldição. Deuses, isso era doentio. Qual era o objetivo? Essa garota era muito jovem e inocente para ter feito mal a alguém. E ela era uma porra de sangue puro, pelo amor de Merlin! Não havia razão para torturá-la além do puro sadismo.

Draco baixou sua varinha.

— Eu não posso — ele disse rigidamente.

— Detenção, Sr. Malfoy. — A voz de Carrow estava cheia de alegria. — Sexta-feira à noite, meu escritório. Veremos o que podemos fazer para ensiná-lo a respeitar seus professores.

Então, para total choque de Draco, Carrow agarrou um punhado de sua bunda e apertou. Draco congelou de horror por um único segundo antes de se afastar, tropeçando na mesa do professor. Uma rápida olhada pela sala de aula garantiu-lhe que ninguém mais tinha visto; O corpo atarracado de Carrow havia bloqueado a visão de sua mão tateante.

— Sente-se, Sr. Malfoy — disse Carrow, imperturbável pela reação de Draco. — Sr. Goyle, você é o próximo. Vamos ver se você consegue fazer um trabalho melhor.

.

Draco passou o resto da aula entorpecido e alheio ao que estava ao seu redor, a mente correndo em círculos. Carrow não poderia querer dizer... Ele não ousaria...

Mas ele tinha . Ele deu uma apalpada em Draco corajosamente, sem se importar com quem viu ou o que Draco poderia fazer. A ameaça era clara: a detenção de Draco não seria gasta escrevendo falas.

Draco quase engasgou ao pensar em ser tocado por aquele animal repulsivo. Ele simplesmente não permitiria isso. Ele...

O que ele faria?

Apelar à ajuda dos pais estava fora de questão. Eles estavam impotentes agora, o Lorde das Trevas tomou sua casa e a varinha de seu pai. Embora antes a ameaça de vingança de Lucius Malfoy tivesse feito um homem como Amycus Carrow tremer, agora era mais provável que o fizesse rir.

Não havia ninguém a quem Draco pudesse recorrer. Todos os outros professores não gostavam dele e, mesmo que não gostassem, o que poderiam fazer para impedir Carrow, que sem dúvida tinha a bênção do Lorde das Trevas para fazer o que quisesse? Apenas o Diretor –

A cabeça de Draco se ergueu quando o pensamento lhe ocorreu. Snape . Ele jurou um voto inquebrável para proteger Draco. Ainda estava em vigor?

Uma agitação repentina ao seu redor trouxe Draco de volta a si – a aula havia sido encerrada. Ele juntou suas coisas, ignorando a preocupação de Pansy.

— Vejo você no jantar — disse ele. — Há algo que preciso fazer.

.

A gárgula que guardava a entrada do escritório do diretor rosnou quando Draco se aproximou. Draco ergueu os lábios em um sorriso de escárnio, impressionado.

— Diga ao diretor que Draco Malfoy está aqui para vê-lo — disse ele.

A gárgula olhou feio. Draco olhou de volta.

Thursday Night | SnacoOnde histórias criam vida. Descubra agora