Ciúmes

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— Pra mim, parece caso de lobisomem. — digo.

Rolo a tela do notebook para baixo, lendo sobre casos antigos daquela cidadezinha. Não tinha nada de especial no caso, a não ser que a cada 3 meses, duas pessoas morriam na floresta à noite, fazendo sabe se lá o que, com seus corações arrancados e alguns arranhões no corpo.

A polícia local suspeita entre um serial killer e um urso, sendo a primeira hipótese estava quase sendo descartada porque, de acordo com eles, não há nenhuma conexão entre os cadáveres.

— É, tudo indica que sim. — Sam fala alongando os braços.

— Esse povo claramente tem uma tara pra ficar saindo no meio da noite. Tanto lugares pra foderem e escolhem justamente o local que está havendo mortes. — fecho o notebook, encostando as costas na cadeira.

— É a adrenalina de estarem em um lugar perigoso. — Dean fala.

Arqueio a sobrancelha e viro meu rosto ao mesmo tempo que Sam, encarando o Winchester mais velho comer seu hambúrguer tranquilamente. Ele franze a sobrancelha, parando de comer e nos olhando confuso.

— Como você...

— Apenas dedução. — Dean interrompe Sam. — A patinha nunca aceitou fazer algo do tipo, mesmo com as minhas melhores táticas de persuasão.

— Ugh! Você é estranho. — Sam torce o rosto.

— E olha que isso é só a ponta do iceberg. — falo sorrindo fechado.

— Ah, maneiro. Agora meu irmão e minha namorada vão se juntar pra falar mal da minha pessoa na minha frente. — Dean fala indignado, intercalando o olhar entre seu irmão e eu. Sam ri baixinho e pega seu copo de água, dando um gole no mesmo, olhando para a janela atrás de mim.

— Melhor pela frente do que pelas costas. — sorrio piscando os olhos inocentemente. Dean me encara enojado e bufa, mordendo um pedaço grande de seu lanche, resmungando algo em seguida.

Pego a caixa de guardanapos e retiro dois papeis, me viro um pouco pro lado e estendo a mão em direção ao rosto do Winchester mais velho, limpando sua bochecha suja de ketchup e farelos do pão. Seguro seu maxilar, o trazendo para perto e dou um beijinho rápido em sua bochecha, o soltando para que terminasse de comer.

— Vai ter que fazer mais que isso pra conseguir meu perdão.

— E o que você quer que eu faça, meu amor? — pergunto o encarando, esperando a peça que ele iria soltar.

— Banheiro. — Dean me encara, sorrindo malicioso. Arqueio a sobrancelha diante de sua fala.

— Só se estiver limpo.

— Qual é, tá falando sério? — balanço a cabeça confirmando. — É quase impossível ter um banheiro limpo nessas espeluncas.

— Que pena, parece que iremos ficar brigados então. — franzo o cenho fazendo um biquinho chateada, me controlando ao máximo para não rir da cara de cu que Dean fazia.

— Desculpa a demora. Aqui está seu bolo.

Retiro o notebook da mesa para que o garoto pudesse colocar o prato e o guardo na bolsa, deixando-o em cima da cadeira vazia.

— Não tem problema, obrigada. — falo sorrindo gentilmente. Escuto o loiro resmungar algo, o observo de soslaio, vendo-o me imitar. Chuto sua perna, o fazendo se engasgar com o lanche. — Ops, foi sem querer.

— Claro, claro... — Dean geme baixo, segurando sua perna. Sam nos encara, segurando o riso.

— Ah... ok... — o garçom fala claramente confuso com toda a situação. O vejo se afastar lentamente e parar no meio do caminho, se virando e voltando a se aproximar de nossa mesa. — Desculpa, é que... Você é muito linda...

— Oh... — o encaro surpresa, sem saber o que responder. — Obrigada...

Dean se remexe na cadeira, incomodado. Seguro sua coxa por debaixo da mesa, esfregando o dedão em movimento circular por cima de seu jeans, tentando evitar que o ser ciumento que habita em seu interior desse as caras ali, no meio da cafeteria cheia de pessoas.

— Poderia passar seu número?

— Não. — falo direta. O garoto me encara confuso e logo sorri.

— Eu não mordo, sabia? — arqueio a sobrancelha em choque, sem saber o que falar com tamanha ousadia dessa peste com a cara de Lord Farquaad do Shrek. Dean soca a mesa atraindo a atenção não só do garoto à nossa frente, como também de algumas pessoas que estavam sentadas ao nosso redor.

— Você pode não morder, mas eu sim. Aprenda a limpar direito essa sua bunda cabeluda antes de dar em cima de alguém e que, de preferência, não seja a minha mulher. — Dean fala entre os dentes com o maxilar trincado, apontando o dedo na cara do garoto enquanto passava os braços por cima do meu ombro. Sam gargalha jogando a cabeça para trás, batendo as mãos. — Se não sair daqui agora, eu quebro tua cara, garoto!!

O garoto sai correndo para dentro do que suponho ser o vestiário. Dean se levanta irritado da cadeira e pega na minha mão. Seguro rapidamente a alça da bolsa antes de ser puxada para fora da cafeteria sem ao menos ter conseguido levar o bolo comigo. Sam vinha logo atrás de nós, rindo sem parar, feito uma gazela.

— Melhor dia. — Sam fala ofegante, indo em direção a baby.

— Po, nem consegui comer meu bolo. — falo chateada.

— Esqueça o bolo. — Dean para de andar, soltando meu braço e o passando ao redor da minha cintura, puxando meu corpo contra o seu. Seguro seus braços e olho para cima, me deparando com sua face séria. Seus olhos esverdeados pareciam querer devorar cada parte do meu corpo. — Você será o bolo agora e eu irei te saborear lentamente quando chegarmos em casa. Se prepare.

Dean me solta e deixa um tapa estalado em minha bunda antes de voltar a andar em direção ao carro. O encaro atônita, sentindo meu rosto empalidecer e minhas forças sumirem. Nem comi e vou ser comida, é mole é.

Entre mundos Irreais - Imagine Dean Winchester/Jensen AcklesOnde histórias criam vida. Descubra agora