JEONG YUNHO
As mãos de Yunho batucavam o volante assim entrou no carro e colocou o cinto de segurança. O vidro da porta do motorista estava aberto, e dali de dentro do carro, podia ouvir as instruções finais de Seungwoo sobre o plano.
— ... temos quase certeza que Kim Hongjoong esteja aos arredores de Sinsa-dong, o bairro onde ele morava antes de tudo acontecer. Vamos fazer o Yunho ir até lá. — explicou Seungwoo. — O pai do Mingi está colaborando com o plano... — e assim que o nome do mais velho foi citado, Yunho olhou em volta, não encontrando a cabeleira loura e comprida do outro entre os seguranças. Ao mesmo tempo que se sentiu aliviado por ele não ter presenciado a confirmação que seu pai agora estava envolvido no plano, também estava um pouco preocupado, lamentando por não poder vê-lo pela última vez antes de sair.
— Alguns membros da gangue que foram presos agora a pouco, admitiram sob pena reduzida que Kim tentou sim suborná-los para que admitissem o paradeiro de Mingi ou de Yunho. Estaremos monitorando cada passo da investigação para que qualquer sinal do Hongjoong ou do Kim Jongdae, nós possamos agir e finalmente prendê-los! — disse Seungsik e Yunho assistiu Seungwoo se aproximar de sua janela e se apoiar na porta assim que se abaixou para ver melhor seu rosto.
— Yunho, colocou a arma no coltro? — perguntou o oficial.
— Sim, senhor. — respondeu. — A escuta está ok, o relógio também... — mexeu o pulso onde o relógio e localizador estava preso e discretamente conferiu o bolso da calça social, averiguando se o celular estava seguro em seu bolso. — Está tudo aqui e sob controle. Podemos ir agora? — perguntou ansioso, voltando as duas mãos para o volante.
— Podemos sim. Boa sorte e em qualquer emergência...
— ... dê dois cliques na tela do relógio. Eu sei, Seungwoo. — riu fraco, girando a chave na ignição, fazendo o Bugatti preto ranger seus motores quando Yunho apertou o pé no acelerador. — Agora vamos logo. Não quero mais perder tempo. — disse, fechando as janelas do carro assim que Seungwoo se colocou de pé, dando sinal para que o primeiro carro com os oficiais saísse primeiro, e só então Yunho deu partida no carro, seguindo o Honda prata que saiu a frente na estrada de terra. Olhando pelo retrovisor, viu o outro carro seguindo o seu. Era assim que Seungwoo havia planejado sua segurança, oito oficiais armados estavam à espreita para lhe proteger caso Kim aparecesse e esse era o problema. Yunho não queria os oficiais ali, então assim que chegaram na rodovia principal, colocaria o seu plano em ação.
Enquanto mantinha uma mão no volante, controlando a direção, com a outra colocou dentro do bolso de sua calça social, revelando o iphone de última geração tal qual pertencia a Mingi, torcendo para que a senha continuasse a mesma desde o período que estavam juntos. Clicou nos número dois, três, zero e depois mais um três, e em um segundo a tela inicial havia sido revelada quando o aparelho desbloqueou.
O pin do celular de Mingi era a data do seu aniversário, e lembrar daquilo arrancou um riso fraco do mais novo quando se lembrou que Mingi havia feito aquilo em meio a uma brincadeira boba, quando o mais velho disse que deveria gravar em todo lugar o dia que o homem mais lindo do mundo havia nascido. No caso, o homem mais lindo do mundo era Yunho, e sabia que Mingi só havia feito aquilo para nunca esquecer da data de seu aniversário assim que sentiram que a coisa entre eles estava ficando séria. Era óbvio que levou na esportiva a brincadeira boba do outro, e o sentimento gostoso que havia sentido naquele dia tomou posse de seu coração enquanto vasculhava a agenda de contatos do aparelho celular, este que só havia conseguido pegar no bolso de trás da calça de moletom do mais velho pois havia conseguido distraí-lo ainda quando estavam no escritório e com os narizes colados durante o beijo de esquimó que haviam dado. Se sentia péssimo por se aproveitar daquela situação vulnerável, não somente sua, mas também de Mingi, mas sabia que para seu plano funcionar, precisava jogar ao menos um pouco sujo.
Enquanto mantinha os olhos na estrada e no celular que segurava em uma das mãos, Yunho abriu o registro de chamadas, torcendo para que aquele número ainda existisse. Sabia que Kim estava desesperado para fugir da polícia, já que o mesmo não havia dado as caras até o momento, ainda mais quando o telefone dele estivesse grampeado, impossibilitando que ele ligasse para o Mingi. Mas Yunho, tristemente, de alguma forma sabia que se fosse Mingi ligando, o Kim não hesitaria em atender, afinal, o meliante estava fazendo todo aquele caos justamente por causa da sua relação platônica com Song.
Yunho se sentia muito lisonjeado por saber que Mingi havia desistido de tudo e de todas as outras pessoas para lhe escolher e estar ao seu lado, ao mesmo tempo que prezava pela paz e bom senso quando deixava as pessoas que um dia pensou amar irem embora quando elas não lhe cabiam mais na vida e precisavam voar. Yunho entenderia caso tivesse visto Mingi seguir com outra pessoa caso seu amor por ele tivesse acabado. Mas era aquilo que lhe dava agonia, ver que Kim estava disposto a destruir um amor que ainda existia, que estava vivo e ainda respirando — mesmo que por aparelhos —, mas respirando.
📱Hongjoong: Mingi? — a voz ôfega e surpresa de Hongjoong ecoou do outro lado da linha. Yunho colocou a chamada no auto falante e largou o telefone nas pernas, para segurar o volante com as duas mãos quando sentiu elas começarem a tremer.
— Não é o Mingi. Preste atenção em mim, pois vou falar só uma vez pra não dar tempo de rastrearem seu celular ou o do Mingi. — Yunho disse entre dentes, tentando prestar o máximo possível de atenção na estrada assim que viu que estava se aproximando da via marginal que daria acesso a cidade.
📱Hongjoong: Yunho? Ora ora! O que me deve esta ligação tão repentina? — disse Kim, com um tom de deboche que fez Yunho revirar os olhos.
— Me encontre no Dosan Park daqui há... — Yunho olhou no relógio do carro — uma hora. Perto da entrada na Apgujeong-ro 46. Estarei te esperando. — disse Yunho e rapidamente desligou a chamada, vendo que a mesma tinha durado um minuto e meio.
Assim que a chamada foi desligada, Yunho apertou o botão e clicou em em power off, desligando o aparelho para que o mesmo ficasse offline. E quando pelo retrovisor viu lá longe os carros dos outros oficiais que lhe seguiam, respirou profundamente, ajeitando o ponto quase invisível dentro do ouvido.
— Mingi! Eu quero falar com o Mingi! — disse firmemente, desamarrando o relógio que estava preso em seu pulso e deixou o mesmo no colo para que pudesse falar com Mingi.
Bruscamente, Yunho dirigiu o carro na marginal assim que viu que a entrada de volta para Apgujeong se aproximava.
📱: Yunho! O que está havendo? Você está bem? — a voz de Mingi ecoou preocupada em seu ouvido, e Yunho mordeu fortemente os lábios pra que os mesmos parassem de tremer.
— Eu estou bem! Eu só queria dizer que te amo. — disse em alto e bom tom, e pelo silêncio repentino, sabia que Song e a equipe de policiais que lhe monitorava escutava o que estava falando, deixando-os assustados ou chocados demais pela declaração repentina.
📱: Ei, eu também te amo, Yun. — ele respondeu com uma voz tão inocente e terna, que Yunho sentiu seus olhos arderem assim que lágrimas quentes inundaram suas orbes, agora apagadas assim que friamente segurou o relógio com uma das mãos, deixando o dedo sobre o botão. — Mas o que está acontecendo? Você está bem? Os oficiais estão com você? — ele perguntou e Yunho secou o rosto molhado grosseiramente com os antebraços.
— Eu sinto muito, Mingi. — disse, respirando fundo.
📱: Yunho? — a voz de Song ecoou confusa e Yunho respirou fundo mais uma vez.
— Eu te amo. — disse, e com um clique, antes que Mingi pudesse responder, o relógio havia sido desligado. Yunho estava sozinho e por conta própria agora, ou melhor, quase por conta própria, percebendo isso só quando se lembrou dos outros dois carros atrás de si.
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LOYALTY II - O passado fica para trás
FanficLivro 2 da saga Loyalty Meses após o escândalo de assumirem o relacionamento para a imprensa, todos os olhares estavam em Mingi e Yunho mais uma vez. Em uma nova fase de suas vidas, decidiram juntos esquecer o passado e superar cada momento doloro...