XXXIX

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Dias atuais

Eu não conseguia acreditar no que eu tinha visto. Naquele instante era como se eu não conseguisse raciocinar direito pq tudo q eu conseguia ver na minha frente era o meu maior pesadelo se concretizando.
Olhei nos olhos do Sam e pude ver um tsunami de dor e raiva tomando conta dele.

Virei na direção do Zac e vi seu rosto contorcido em uma expressão de arrependimento. Seu corpo todo foi tomado por aquele sentimento e se eu não tivesse ouvido o que eu ouvi segundos atrás eu poderia até tentar acreditar naquilo.

Mas era impossível apagar o q eu havia escutado. Zac havia me reduzido à um mero objeto q ele fazia questão de ostentar na cara do Sam. E aquilo me fez sentir aversão à ele.
O seu tom de voz era de arrogância e era evidente que a sua intenção ali era de causar o maior dano no Sam dentro do menor tempo possível.

E ele tinha conseguido.

Meu corpo inteiro estava quente. Fervendo de raiva!
Zac não podia ter feito o que fez. Ele mais do que ninguém sabia o quanto eu estava preocupada em não causar nenhum mal estar com o Sam. Ele sabia que eu não queria esse clima tenso quando Sam chegasse, e mesmo assim ele resolveu encará-lo.

Ao mesmo tempo eu estava angustiada. Meu peito doía só de pensar o que se passava na mente da pessoa que havia dedicado os últimos 21 anos da sua vida pra me fazer feliz.

Sam não havia dito uma palavra desde que saímos da 3CG, nem ao menos olhou pra mim e aquilo tava me matando.

Ele sempre foi um homem calmo e de espirito leve. Pouquíssimas coisas conseguiam tirar a paz e o bom humor dele, ao contrário de mim q sempre fui muito mais ansiosa e reativa.
Mas naquela hora eu não reconhecia ele.

No caminho até em casa eu analisei as suas feições e ele tinha agora a testa enrugada, o olhar duro direcionado para o trânsito e sua respiração estava descompassada, o que mostrava que ele estava furioso.

- Sam...
tentei chamar, mas ele só bufou em resposta
- Sam eu quero te dizer que...
- Juliet, por favor, eu preciso me acalmar um pouco pra falar com você. Me deixa quieto!
Ele falou me cortando e com um tom de voz que eu acho que ele nunca havia usado comigo na vida.
Eu não podia julgá-lo, pq naquele momento eu não estava me sentindo merecedora de qualquer compreensão vindo dele.

Meu telefone estava me enlouquecendo. Ele não parava de vibrar e eu sabia que era o Zac tentando falar comigo.
Ele tinha total consciência de q eu estava com o Sam, e mesmo assim ele insistia em desrespeitar o nosso combinado e a passar por cima das minhas instruções.

Eu senti ainda mais raiva dele naquele momento. Já não bastava todo o estrago que ele havia causado?
Tirei o aparelho do bolso e vi que haviam inúmeras chamadas perdidas e notificações de mensagens.

Levantei o olhar para o Sam no volante, e mesmo com ele mantendo o olhar fixo na estrada eu podia sentir ele me julgando.

Sam sabia o que se passava naquele momento. Sabia que o Zac estava ali, gritando no meu telefone e de alguma forma marcando território, e eu me senti extremamente envergonhada.
Desliguei o aparelho sem nem pensar e o coloquei de volta no bolso da calça.

Chegamos em casa e estacionamos na garagem. O silêncio ensurdecedor ainda reinava dentro daquele carro e Sam debruçou os braços no volante escondendo o rosto neles.

Me odiei por fazê-lo sofrer daquela maneira. O plano nunca foi esse.
Eu iria reencontrá-lo e iríamos conversar calmamente, comigo tentando de todas as formas possiveis amenizar o impacto e reduzir a sua dor.

i wish that i was thereOnde histórias criam vida. Descubra agora