13. Medo do Escuro

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Esse é NOVO (finalmente)

Ai gente, eu amo meter taboo no meio.

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Depois de um de um dia cheio de afazeres que teve início antes mesmo de amanhecer, pensei que o sono não demoraria a chegar.

Eu estava enganada.

São duas da manhã e ainda estou virando de um lado para o outro na cama. Além da certeza de que terei problemas para esconder as olheiras pela manhã, outra coisa me incomoda.

As lembranças da minha infância.

Até dez anos atrás, eu vivia nessa casa, dormia nesse quarto. Mas depois do assassinato brutal que levou a vida da minha mãe, eu nunca voltei.

Agora, com a execução do meu pai, eu posso, finalmente, me livrar dela.

Pela décima vez na noite, me arrependo de escolher ficar, seria muito melhor dirigir uma hora e meia até o hotel mais próximo e voltar na manhã seguinte.

Flashes daquela noite me atormentam, os gritos de socorro, o som de carne rompendo e a voz sinistra em meu ouvido.

"Olhe em meus olhos e tudo ficará bem."

Eu também me lembro dos olhos, amarelos e confusos, em lugares que não deveriam estar, saindo debaixo da cama.

Nunca entendi o que houve naquela noite ou porque meu pai cometeu um crime tão bárbaro contra a própria esposa ou porque ele me poupou.

Me viro bruscamente na cama, não adianta pensar sobre isso, forço os pensamentos para longe e espero o sono vir. Eu estou quase dormindo, mas ainda acordada, um meio termo angustiante antes do estado letárgico.

Um ar gélido passa pela pequena abertura na cortina e atinge meu braço descoberto, me viro mais uma vez, deitando de costas, levo o cobertor até o pescoço. Paro meus olhos no teto, as sombras noturnas brincam com a minha mente, se transformando em formas distintas de membros longos e estreitos que se prendem a um tronco.

Não é real.

Me sento para tentar ver mais de perto, descobrir se essa sombra vem da janela ou de algum móvel do quarto. Mas quanto mais eu olho, mais se parece com braços e pernas, com joelhos e cotovelos dobrados e o tronco preso ao teto.

É quando os olhos se abrem, vários deles, amarelos e de tamanhos diferentes, por todo o tronco da criatura.

Eu me deito e cubro a cabeça, apavorada, respiração rápida, o medo arrepiando cada poro em minha pele.

Me forço a ficar quieta para escutar algo ao redor, ele se move com estalos, como madeira queimando no fogo, um crepitar baixo e ritmado, posso sentir como ele desce do teto e circula minha cama.

— Você veio.

A voz não se parece em nada com a de um monstro, é suave e tranquilizadora. Eu me encolho ainda mais e fecho meus olhos bem apertados.

— Ava? Você me ouve?

Está mais perto, agora posso sentir sua mão magra e longa, percorrendo meu corpo por cima do cobertor. Eu fico quieta, na esperança de que ele esqueça que estou aqui.

Sua mão desliza em minha coxa, tronco e ombro, até alcançar a parte do cobertor que eu agarro fortemente. Basta um puxão e o cobertor está voando para longe de mim, flutuando na penumbra do quarto.

Tudo em mim está dormente de medo, além da batida forte do meu coração que retumba em cada parte do meu corpo, não tenho nenhuma reação.

A coisa pisca com alguns de seus olhos, enquanto outros continuam estáticos.

O Jogo Dos 23 MonstrosOnde histórias criam vida. Descubra agora