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ABBY

Eu sabia o que ele era e o que fazia.

Não me julguem por mesmo assim não ter medo.

Não era uma escolha, nem mesmo uma opção, eu simplesmente não sentia medo, por mais que todas as células do meu corpo tremessem e meu peito afundasse, eu não tinha medo, apenas ficava um passo atrás por não querer morrer ou que ele vá atrás do pobre Robert.

E quando o vi com a machadinha, não temi por minha vida, mas sim por Robert.

Mas eu estava me comportando então o homem não tinha o por que matar alguém que eu amo.

E sim, há algo errado comigo, eu sinto isso desde que tinha quinze anos e desmaiei no orfanato, segundo Robert, meu corpo tremia e eu convulsionava sem parar.

Até que de repente, tudo parou e eu simplesmente me sentei sobre o chão e soltei um suspiro como se estivesse apenas corrido uma maratona.

Não me lembro daquele dia, é como uma memória apagada.

Tudo que lembro é de acordar na manhã seguinte e me sentir pesada, não de massa corporal mas sim de espírito, como se mil correntes estivessem presas ao meu corpo e eu fosse obrigada a carregá-las.

Esse pensamento sempre vem à minha mente quando vejo sangue.

Como quando ergui os olhos e o encontrei sujo de sangue e terra, assim como a machadinha que pingava sobre o piso.

Eu não tinha dúvidas sobre o que ele tinha feito, mais minha mente fodida por algum motivo só pensava no quanto ele estava gostoso com aquela roupa, e o suor que pingava por seu rosto descendo por sua garganta e mais algumas gotas escorriam por seus braços musculosos e cheio de veias.

Ah, e quando ele tirou a droga da camisa me senti como uma pervertida.

Não era eu. Era o meu corpo traidor que me fazia esfregar as pernas rezando para que ele tirasse aquela droga de calça.

Não vá com muita sede ao pote. — aquela voz soou quando o homem fez sua proposta indecente.

Fiquei perplexa voltando a mim mesma.

Ouvi quando ele fechou a porta do banheiro me deixando por fim soltar um suspiro trêmulo.

O que eu estou fazendo? 

Apenas o que nasceu pra fazer.

Yeah, relaxe doce Abby.

Balanço minha cabeça ignorando a voz e focando na comida.

Pego a pequena faca entre os dedos olhando meu reflexo pela pequena lâmina.

E se eu?

Não.

Definitivamente eu não sou depressiva ou do tipo que desiste fácil.

Continuou cortando as salsichas e as colocando na panela.

Deixei tudo preparado e então misturei o molho com o macarrão os colocando na panela para que ferva mais um pouco.

Apago o fogo e tampei a panela, me viro pegando o pote sal.

Então, paraliso.

Meus pés ficam pesados e minha respiração falha quando a tão familiar dor me invade, arfo sentindo o sangue escorrer entre minhas pernas pingando no chão.

Minha barriga treme e é como se alguém estivesse esmagando meu útero. 

A dor invade meu ventre e eu inspiro e expiro já acostumada com a dor.

Profano PARTE 01  [DISPONÍVEL ATÉ DIA 15/08]Onde histórias criam vida. Descubra agora