— Qual é, Hannie! Seu poder não é inútil.
A voz de Jeongin soou cansada, enquanto ele mantinha o olhar no rosto desanimado de Jisung.
Estavam enfrentando a, talvez, décima quarta crise existencial de Han Jisung naquela semana.
Para falar a verdade, Jisung não se curtia nenhum pouco. E, se pudesse, mudaria muitas, muitas coisas em sua vida. Como, se pudesse seria mais alto. Seu físico também não o agradava. E achava exagero o seu rosto ser tão rechonchudo.
Mas, a maior desgraça da sua vida era o seu poder. Aquilo que o tornava especial no meio de todos os normais, mas tão comum no meio dos outros especiais.
Vivia em uma instituição anormal, feita para adolescentes como ele. Aqueles que possuem habilidades que outras pessoas nem sonham ser possíveis. E apesar de viver ali desde pequeno, nunca realmente se acostumou com o lugar. Odiava a obsessão dos outros com seus poderes. Odiava como eram classificados por seus poderes. Odiava tudo que envolvia ''poderes'', principalmente o seu. Então, odiava boa parte do que DistreNuve era.
Chegou ali muito novo. Antes mesmo de entender o que corria em seu sangue. E com certeza, não chegou já com aquele desgosto por sua habilidade. Na verdade, até achava legal o que podia fazer. Mas tudo mudou depois que entendeu que o esquisitão do Han Jisung, que podia atravessar paredes e o maior feito era sempre ser o último descoberto no pique-esconde, nunca chegaria aos pés de garotos como Christopher Bang, que ajudou o governo a interrogar mafiosos com 14 anos, somente controlando-os a mente.
Nunca poderia fazer aquilo. E nem seria requisitado para algo daquele nível.
Na verdade, o único momento que se lembrava de ser necessário era quando precisavam que ele atravessasse a parede da cozinha e roubasse alguns biscoitos durante a noite.
Jisung sem dúvidas poderia passar por algumas paredes e conseguir papéis com informações importantes. Ou pegar alguma coisa valiosa. Mas havia diversas outras pessoas com poderes que poderiam fazer o mesmo, com melhor desempenho e com mais facilidade. Era somente Chan os controlar. Ou mandar Hyunjin entrar e pegar, já que sua velocidade extrema fazia com que ninguém o avistasse.
Han e seu poder eram os últimos da lista.
A única outra pessoa que possuía um poder inútil como o seu e estava atrás de si nas classificações era Lee Minho.
Ele foi um dos primeiros a chegar. E tudo o que Jisung sabia fielmente dele, era que o garoto teve um acidente quando era pequeno com sua habilidade, fazendo seu corpo físico transfigurar e oscilar, como uma matéria transparente e intocável. Minho passou a maior parte da infância como um fantasma, apesar de tudo ainda permanecer o mesmo dentro de si. Claro, sabia também que ele mantinha uma aparência comum graças aos remédios que tomava.
Quer dizer, o poder de Lee Minho era inútil só até alguns meses atrás, quando tentaram invadir a instituição e o Lee, de algum jeito catastrófico, conseguiu tornar os invasores igualmente sem matéria e sem físico, mas do contrário de si, os degradando totalmente.
Então agora restava somente Han Jisung. Han Jisung e seu sem uso poder.
— Por que não tenta falar com alguém que tem uma habilidade parecida com a sua? Talvez vocês consigam fazer algo daora juntos. — Jeongin jogou a ideia no ar, assim como tantas outras naquela altura do campeonato.
Não achou que o amigo iria levar em consideração, mas viu os olhinhos sendo tomados por um brilho estranho, ponderando.
Em sua mente, passou o rosto de todos os outros jovens daquele lugar. Não tinha ninguém tão azarado como ele. Até lembrar de uma figura específica.
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PECULIUM
FanfictionHan Jisung era o último nome a ser cotado para uma missão perigosa. Ou para realizar uma tarefa importante. Na pirâmide social de DitreNuve, estava em último lugar. Mas talvez, no fim dia, Jisung não precisasse impressionar mais ninguém além de Lee...