- HAPPY DAY IN HELL -

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O luto pode se manifestar de diversas formas. Algumas pessoas sentem ódio, outras entram em depressão, umas até podem aceitar e algumas nem tanto. A morte de alguém especial sempre vai tirar um pedaço de você, mas quem não vai morrer um dia? Bom, e quando quem morreu já estava morto?

É uma loucura o que a falta de uma cobrinha querida — ridícula, nas palavras de Cherri Bomb — pode fazer. Sir Pentious se sacrificou pelos seus amigos na batalha contra os anjos e, infelizmente, ninguém pôde se despedir dele.

Tirando aquela aura de tristeza que estava instalada pelo hotel, todo o resto ia muito bem. Mas nesse dia em especial as coisas estavam calmas. Vaggie proibiu qualquer um de sair porta a fora, pois sua namorada havia programado uma sessão de atividades sobre luto e lembranças.

Agora Charlie Morningstar, dona do Hazbin Hotel, reuniu todos os hóspedes na sala para uma homenagem ao Pentious. Pela primeira vez, nem uma alma se quer resmungou ou foi por estar sendo obrigado. Nem mesmo Niffty, que — sabe-se lá como — conseguia ter um sorriso triste no rosto.

— Eu até que gostava do não-coisa ruim... — Niffty comenta com pesar.

— Uh... Você já chutou ele! — Angel diz, se lembrando do dia em que ele próprio quase matou Sir Pentious.

— Mas quem a pequena Niffty já não agrediu? — Alastor se posiciona, sempre com seu sorriso característico no rosto.

Niffty ri histericamente.

— Bom... Eu optei em transformar a atividade de hoje em uma homenagem ao Pentious, como vocês bem sabem! — Charlie fala, animada.

— Por mais que eu não gostasse da ideia, aquela cobrinha foi nosso primeiro hóspede e- — Vaggie começa a dizer.

— Ei! — Angel Dust a interrompe.

A anjo caída suspira.

— Segundo hóspede. — Vaggie se corrige e a aranha sorri.

— Enfim. Sabemos que esses dias não foram muito agradáveis para nenhum de nós, mas sinto que, apesar de tudo, estamos muito mais próximos do que antes e eu tô muito orgulhosa de todos vocês! — A loira diz, quase engasgando com suas próprias palavras.

— Você parece querer contar algo importante, praguinha... — Seu pai se pronuncia.

— Então... — Ela puxa o ar dos seus pulmões. — OPentiousconseguiuseredimirefoiproparaíso! — Fala extremamente rápido.

— O quê!? — A maioria ali presente diz ao mesmo tempo.

— Ela quis dizer que o Pentious foi pro paraíso. — Vaggie explica, enquanto sua namorada tentava respirar.

— Então... Ele tá vivo? — Cherri Bomb questiona, cautelosa.

— Sim! — Charlie responde, saltitante.

Cherri sorri com a notícia.

— Então deu certo? Achei que esse hotel era um fiasco. — Husk alega, surpreso.

— Maravilha! — Alastor exclama.

— Dizem que no paraíso tem animais! — Niffty ri, segurando sua faca.

— Então eu realmente tenho chances... — Angel diz, pensativo.

Husk dá um leve sorriso para o rapaz, que retribui.

— Você no céu, cachorra? Então tá mesmo levando esse papo de redenção a sério! — Cherri Bomb fala, cutucando seu amigo com o cotovelo.

Depois da batalha, Cherri tinha se interessado pelo Hazbin Hotel. Não pela parte da redenção, ela não tinha o menor intuito de sair do inferno. Porém, além de seu amigo Angel estar no hotel, ela teria onde dormir de graça e, se tivesse mais alguma batalha entre anjos e demônios, ela não perderia por nada.

𑁍 - ADDICT | HuskerDustOnde histórias criam vida. Descubra agora