19 - Socorro

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Alerta gatilhos ⚠️

Maraisa:

Quando sai do apartamento da Marília eu precisava de um tempo pra esfriar a mente, passei no apartamento da minha mãe, Maiara e César filho estavam lá também, coisa que me fez me distrair um pouco.

Eu estava cansada, então no fim da tarde decidi ir embora e eles ficaram no karaokê.

Mesmo eles me pedindo pra ficar acabei indo pra casa. Mesmo que eles me distraíssem um pouco, minha mente não me dava paz. Eu precisava de um banho.

Rezava para o Wendell ter feito a viagem que ele falou que faria, precisava de alguns dias pra pensar sobre como conversaria com ele.

Entro em casa estava tudo em silêncio, deixo as chaves na mesinha perto da porta.

Sigo em direção ao meu quarto passando pela sala.

— Onde você estava? — Escuto a voz do Wendell, que me perguntava sentado no sofá com um copo que, deduzi que fosse uísque em mãos que era pra onde ele olhava.

Não era assim que eu pensei em conversar com ele só que ele não deixaria nada passar, então chega de esperar.

— Wendell acho que temos que conversar. — Digo firme e aproximo um pouco.

— Quero saber onde você estava? Foi atrás dela não foi? — Seu tom de voz era neutro. Ele tira o olhar do copo e me olha.

Não olho nos olhos dele.

— Wendel não dá mais pra continuar assim. Você mudou eu não te reconheço mais. Eu... eu... não te amo mais.

— E ama ela? O mundo vai amar saber que você me traia com ela, uma mulher que é tão "certinha" para o público. Vão amar saber que você me trai e com sua amiga que dizia ser quase irmã.

Eu já tinha pensando um tudo que realmente poderia acontecer. Admito que não sei se estava preparada pra tudo que cairia sobre a minha cabeça, só que chegou a um ponto que acho que nada poderia ser pior que viver assim, que continuar vivendo esse relacionamento.

Tudo tinha um limite. Eu sei que eu tenho muito a perder, só que era um risco a correr.

— Eu não vou mais continuar isso que você tem na sua mente que é um relacionamento. Pra mim acabou, acabou faz tempo. — Falo ainda tentando ser firme nas palavras.

Ele se levanta e arremessa o copo na parede me deixando assustada e fazendo o copo quebrar em mil pedaços.

Meu corpo começou tremer involuntariamente.

Ele vira o celular pra mim me mostrando uma notícia da Marília.

"Lauana Prado diz que ela e Marília Mendonça estão se conhecendo melhor" e uma foto das duas.

Isso faz meu coração errar as batidas. Ela não tinha me falado nada.

Eu me viro de costas me controlando pra não chorar.

— Ela não te contou enquanto estava lá na cama dela? — Ele puxa meu braço me fazendo virar de frente pra ele de novo — Todo mundo consegue te usar mesmo, você nunca vai ser suficiente pra ninguém, como era pra mim. Só que nem eu te vejo lá essas coisas mais. Você acha mesmo que a Marília vai ficar só com você? — Ele solta uma gargalhada.

Se controla Maraisa, você não pode desabar agora.

— Não estou fazendo isso por ela — Uma parte era sim — Tô fazendo por mim — olhos nos olhos furiosos dele — Acabou Wendell, chega. Você faz o que você quiser com tudo que você tem, eu cansei de tudo. — Puxo meu braço, só que ele segurava muito forte e não consegui me soltar.

— Sua vagabunda, isso não é você quem decide — Eu sabia que ali ele já estava fora de si. — Vou adorar ler a matéria "Maraisa trai noivo com sua melhor amiga intersexual" — Faz um gesto com a mão.

— Wendell me solta, você já está me machucando.

— Você não viu nada ainda sua vadia — Meu corpo treme de medo e sinto um tapa no meu rosto. Em seguida outro do outro lado me faz cair no cair no chão.

— Wen-wendell... por favor não faz isso — Eu já chorava.

Eu estava sentada no chão, ele me segura pelo cabelo.

— É isso que vadias como você merecem, apanhar até ficar toda marcada — Ele joga minha cabeça que bate com força na parede atrás.

Eu estava me sentindo tonta, passava a mão onde sentia dor na cabeça.

— Levanta e tira a roupa, agora.

Demorei um pouco pra raciocinar.

— AGORA MARAISA, levanta e tira a roupa.

— Wendel, por favor não faz isso — Minha voz nem saia direito.

— Não me faz mandar de novo — Minha mente tava um pouco lenta, não estava entendendo.

Vejo ele tirar o cinto, colocar no chão e tirar a calça em seguida.

Ele pega o cinto no chão e me bate com o lado da fivela, me fazendo gritar de dor.

— LEVANTA E TIRA A ROUPA — Outra dessa vez no braço exposto fazendo doer mais ainda.

— Tá bom, chega por favor.

Me levanto com um pouco de dificuldade e tiro a blusa e depois a calça ficando só de lingerie.

— Tira tudo, quero você peladinha vadia. — Sinto outra cintada fazendo queimar minha pele da perna.

Solto um gemido de dor.

Tiro meu sutiã rapidamente e a calcinha mais rápido ainda. Tento tampar minhas partes íntimas colocando as mãos na frente.

Wendel fica me olhando por alguns segundos.

Sinto meu braço molhado, estava sangrando.

Ele vem em minha direção me pega no colo e me joga no sofá.

— Quero você bem caladinha — Passa o dedo na minha boca e desce a mão apertando meu pescoço — Ou vai apanhar mais.

Eu estava tonta, meus olhos queriam fechar.

— Quero você calada, só que quero você acordada, não vai desmaiar agora.

— Me solta Wendell, eu não quero — Tento me debater, em vão.

Nessas horas nunca aparece ninguém.

— Mandei ficar calada — Ele coloca a mão na minha boca eu logo mordo com força. — Sua vagabunda — Mete um tapa muito forte no meu rosto me fazendo ficar quieta.

Sinto ele passar uma mãos sobre meu seio apertando, em seguida sinto me penetrar de uma vez, me faz soltar um gemido coisa que faz com que ele fique ainda mais excitado.

Ele começa a me beijar, eu não retribuo o beijo, ele estava tão excitado sinto ele morder meu lábio com força o soltando, sinto o gosto de sangue.

Eu só queria que aquilo acabasse logo.

Eu estava seca, não conseguia me lubrificar, acho que por isso estava sentindo arder um pouco.

•••

Acordo sentindo meu corpo dolorido, muito dolorido, minha mente girava, estava confusa. Vejo Wendell sair de cima de mim, não sabia quanto tempo tinha ficado desacordada, porém imaginava que não muito.

Wendell caminha saindo da minha visão. Eu não conseguia raciocinar direito o que estava acontecendo. Estava difícil pensar em alguma coisa.

Me levanto com dificuldade do sofá olhando meu corpo todo marcado, sangue, quase caiu. Caminho nua até minha calça onde procuro meu celular.

Abro o WhatsApp e mando mensagem para o primeiro contato que eu vejo.

Eu: Socorro

— Pra quem você tá mandando mensagem sua vadia — Wendell pega o celula da minha mão e arremessa em algum lugar.

Sinto o medo novamente me invadir, meu corpo paralisando.

Eu sinto eu caindo no chão e levando alguns chutes...

Através da música - Malila | GpOnde histórias criam vida. Descubra agora